Cadeia do frango sofre com crise do milho e preços baixos; Boi gordo e suíno vivo em alta
Boi Gordo: Em Barretos-SP a referência subiu 1,3% na semana, resultado da diminuição da oferta de animais
Por Isabella Camargo, zootecnista da Scot Consultoria
Persiste a pressão altista no mercado do boi gordo.
Em São Paulo, a arroba do animal terminado está cotada em R$156,00 e R$155,50, à vista, nas praças de Araçatuba e Barretos, respectivamente. Alta de 1,0% e 1,3% desde o início da semana, na mesma ordem.
Das trinta e uma praças pesquisadas pela Scot Consultoria, houve alta em seis e desvalorização em três.
Esse cenário é resultado da diminuição da oferta e encurtamento das escalas de abate na maioria dos estados pesquisados.
Por outro lado, a chegada do início do mês não deu ânimo para o escoamento da carne, que continua lendo.
Frango Vivo: Apesar da necessidade de reajustes, mercado tem mais uma semana de preços firmes
Por Sandy Quintans
O mercado de frango vivo encerra mais uma semana com estabilidade nas principais praças de comercialização. Apesar dos preços firmes, existe a necessidade de reajustes positivos, para compensar as dificuldades enfrentadas pelos avicultores com os custos de produção. Além disto, a escassez de milho tem feito com que animais morram nas granjas, por falta de alimento.
O boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) desta semana aponta que a oferta elevada é um dos fatores de pressão para o mercado. Além disso, os preços dos insumos têm levado produtores a encurtarem a engorda dos animais.
“Algumas indústrias promoveram férias coletivas, reduzindo os dias de abate nas plantas. Uma vez que os animais já estão incubados ou em processo de engorda, essa situação faz com que a oferta fique ainda maior que a demanda”, apontam os pesquisadores do Centro.
Informações do Avisite apontam que a oferta de animais está elevada, ainda como reflexo das incubações realizadas em março – quando se esperava recuo nos preços do cereal, com a colheita da safrinha. Com isso, o cenário é ainda mais agravante.
Em matéria da agência de notícias Reuters, o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra, aponta que cerda de 15% das unidades de processamento de aves e suínos estão fechadas. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da AAVIOPAR (Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná), Luiz Ari Bernartt também relatou as dificuldades.
O analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, explica que existe a necessidade de reajustes de preços, visto que em maio produtores não conseguiram repassar os valores de custos de produção ao consumidor final. Situação que é observada em todo o primeiro semestre do ano.
“Esta situação exprime uma grande necessidade em novos reajustes em toda a cadeia produtiva, mas para isso acontecer, efetivamente, é necessário que ocorra uma adequação da oferta em relação ao potencial de consumo”, comenta.
Em São Paulo, a estabilidade de preços já dura 25 dias, com negócios sendo registrados a R$ 2,50 pelo quilo do vivo. Porém, no atacado a tendência é de alta, em que foi registrado valorização de 5,6%. “Apesar da entrada do mês, a movimentação da demanda ainda não se mostrou suficiente para alavancar as cotações”, aponta o boletim da consultoria.
Em Minas Gerais, o cenário também é de manutenção, segundo aponta o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Com isso, as cotações seguem em R$ 2,50/kg também. Veja no gráfico:
Exportações
Nesta semana, saíram os números de exportações referentes ao mês de maio. Os embarques de maio registraram nova alta mensal, em comparação com o mesmo período do ano passado. Conforme dados apontados pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), foram exportados 393,8 mil toneladas no mês, incluindo números gerais (considerando produtos in natura, embutidos, salgados e industrializados). O volume é maior em 19,6% em relação ao ano passado.
“Novamente a China se mostrou um dos grandes destaques do ano, com volumes de exportação superiores a 50 mil toneladas no mês. Outros mercados como a Arábia Saudita, Hong Kong, Rússia, Emirados Árabes Unidos e México apresentaram forte elevação, o que justifica a expressiva alta mensal”, analisa Ricardo Santin, vice-pr
Suíno Vivo: Semana encerra com alta de preços em grande parte das regiões
Por Sandy Quintans
As cotações para o suíno vivo registraram mais uma alta nesta sexta-feira (03). Em Santa Catarina, a bolsa de suínos do estado definiu aumento na referência de negócios, que passa a ser de R$ 3,70 pelo quilo do vivo. O acréscimo acompanha o anúncio de que integradoras do estado aumentariam o valor pago em R$ 0,10.
O presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, aponta que o setor precisava de reajuste há muitos meses. “Sabemos que a melhora de preços será gradativa, mas precisamos de uma reação maior, pois o custo de produção do quilo do suíno ainda passa dos R$ 4,00. Esse é o recomeço para mantermos a atividade suinícola catarinense viva”, explica.
Nas demais regiões, a semana também foi de recuperação de preços. Segundo levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a maior alta registrada aconteceu no Paraná. O reajuste foi de 13,07%, que levou as cotações para R$ 3,20/kg.
Em Mato Grosso, o acréscimo também foi significante, em que as cotações subiram 4,21%, com negócios a R$ 2,97/kg. Em Minas Gerais, os preços aumentaram 2,56%, com negócios a R$ 4,00 pelo quilo do vivo.
Em São Paulo, a bolsa de suínos do estado definiu referência entre R$ 75 a R$ 77/@, valor equivalente a R$ 4,00 a R$ 4,10/kg. Além disto, a APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) anunciaram novas vendas. Em Itu (SP) foram comercializados 160 animais ao preço de R$ 76/@, enquanto que em Holambra (SP) a negociação foi de R$ 78/@ para 700 suínos.
Já a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou aumento de R$ 0,12 no preço pago pelo quilo do suíno vivo ao produtor independente, que chegou a R$ 3,56/kg. Já o preço médio do suíno agroindustrial é de R$ 2,77/kg.
A pesquisa também informou que a saca do milho baixou para R$ 52,16 (anterior R$ 54,00) e o farelo de soja subiu para R$ 1.535,00 no pagamento à vista (anterior R$ 1.390,00) e para R$ 1.560,00 no pagamento com 30 dias de prazo (anterior R$ 1.405,00).
De acordo com analista da Safras & Mercado, Allan Maia, o momento é reflexo dos números positivos de embarques, além do repasse nos custos de produção. Porém, a recuperação ainda está abaixo da esperada, devido a perdas do setor com custos de produção e demanda enfraquecida desde o início de 2016.
“Apesar do forte movimento de alta registrado ao longo do mês, suinocultores trabalham ainda com margens apertadas e, em muitos casos, negativas”, afirma.
A tendência para o início do mês é de que os preços sigam em alta. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Augusto Maia, explica que novas acréscimos não são descartados.
“No segundo semestre temos historicamente um patamar de preço melhor, porque as exportações crescem e o consumo interno é maior", explica Maia.
Exportações
Os embarques continuam apresentando bons resultados. Em comparação com as exportações de maio do ano passado, houve um crescimento de 36% – de acordo com dados divulgados hoje pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Além disto, entre janeiro e maio o crescimento é de 62%, totalizando 247,8 mil toneladas de carne suína in natura embarcadas.
“Os mercados da Ásia e do Leste Europeu continuam incrementando suas compras. Assim como no setor de aves, as vendas internacionais estão reduzindo os efeitos da crise brasileira, melhorando a relação oferta-demanda no mercado interno”, destaca Rui Eduardo Saldanha Vargas, vice-presidente técnico da ABPA.
Assim, a margem de comercialização dos frigoríficos encurtou mais uma vez e está em 11,1%. São 10,0 pontos percentuais menor que a média histórica.
Para a próxima semana a expectativa é de que as referências continuem subindo, já que negócios acima da referência são comuns. Entretanto, atenção às margens. Este pode ser um fator limitante para altas.
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