Milho: Em Chicago, mercado inicia pregão desta 6ª feira com ligeiras altas, próximo da estabilidade
Nesta sexta-feira (3), as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) exibem ligeiras perdas. As principais posições do cereal registravam leves altas entre 1,25 e 1,75 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,17 por bushel, já o março/17 era negociado a US$ 4,24 por bushel, perto das 8h18 (horário de Brasília).
Mais um dia, as cotações trabalham bem próximas da estabilidade. A firme demanda pelo produto norte-americano continua sendo observada de perto pelos participantes do mercado. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de vendas para exportação. Na semana anterior, o número ficou 1.627,3 milhão de toneladas. Do total, 1.381,1 milhão de toneladas são referentes à safra 2015/16 e o restante, de 246,2 mil toneladas da temporada 2016/17.
Paralelamente, o clima nos Estados Unidos também permanece no radar dos investidores. Isso porque, a semeadura está na reta final, cerca de 94% da área esperada já foi plantada e, o replantio seria inviável aos produtores americanos, caso houvesse algum problema em relação ao clima. Por enquanto, há previsão de chuvas em alguns pontos do Meio-Oeste dos EUA, mas em longo prazo, o clima deverá ficar mais seco no país.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Em meio à colheita da safrinha no Brasil, preços recuam no pregão desta 5ª feira na BM&F
Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho encerraram o pregão desta quinta-feira (2) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal acumularam perdas entre 0,33% e 1,42%. O vencimento julho/16 era cotado a R$ 45,70 a saca, o setembro/16, referência para a safrinha, era negociado a R$ 42,65 a saca. Já em Paranaguá, o preço da saca para entrega em setembro/16 permaneceu estável em R$ 38,00.
Os analistas ponderam que as cotações têm sido pressionadas pelo início da colheita da segunda safra no Brasil. E, apesar da quebra da produção em função do clima mais seco em abril, a perspectiva é que sejam colhidas 52,90 milhões de toneladas, segundo dados oficiais reportados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Em todo o estado de Mato Grosso, maior produtor do grão na safrinha, a colheita já está completa em 1,11% da área cultivada nesta safra, de acordo com o último boletim divulgado pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
No Paraná, os produtores rurais já iniciaram a colheita do milho safrinha. Até o começo da semana, pouco mais de 1% da área plantada nesta temporada, ao redor de 2,2 milhões de hectares, havia sido colhida, conforme dados reportados pelo Deral (Departamento de Economia Rural). A perspectiva é que sejam colhidas ao redor de 12,1 milhões de toneladas do cereal nesta temporada.
"Ainda assim, a safrinha de milho deste ano já apresenta uma perda superior a 765 mil toneladas comparativamente a expectativa inicial de produção, que era de 12,9 milhões de toneladas. A perda, neste momento, está concentrada na região norte do estado onde houve uma estiagem severa no início do ano", informou o departamento em nota.
"Somente em junho, os produtores deverão colher cerca de 25 milhões de toneladas de milho, o que ajudaria a abastecer as indústrias brasileiras e acalmar o mercado. Os preços nos atuais patamares têm inviabilizado a produção de aves e suínos", diz Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Diante desse quadro, é consenso entre os analistas de que haverá uma redução nas exportações brasileiras de milho nesta temporada. "No atual contexto, precisaremos exportar menos produto para atender a demanda interna. Acreditamos que os embarques do cereal deverão ficar próximos de 25 milhões de toneladas neste ciclo. Porém, ainda não sabemos como ficará a questão dos contratos fechados anteriormente", explica Ana Luiza, analista de mercado da FCStone.
No entanto, os analistas ainda reforçam que a situação só será regularizada no Brasil com a chegada da safrinha em 2017. "Após a pressão da colheita é possível que os preços voltem aos atuais patamares praticados. Não teremos muita folga, esse é um problema que só será resolvido com a safrinha de 2017. E precisaremos de uma boa safra de verão, inclusive, é possível que haja uma recuperação de área na safra de verão, especialmente nos estados do Sul do Brasil, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina", disse o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França.
Bolsa de Chicago
Depois dos bons ganhos registrados no dia anterior, as cotações futuras do milho fecharam o pregão desta quinta-feira (2) com ligeira alta na Bolsa de Chicago (CBOT). Em uma sessão volátil, as principais posições da commodity finalizaram o dia com valorizações entre 0,50 e 1,50 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,15 por bushel e o dezembro/16 a US$ 4,16 por bushel. Apenas o vencimento março/17, fechou em queda, de 0,25 pontos, negociado a US$ 4,22 por bushel.
"Nos últimos dois meses, as cotações futuras do milho registraram fortes valorizações em Chicago, um movimento decorrente das altas observadas nos futuros da soja e também dos números das exportações americanas. Temos nas últimas semanas, dados fortes de embarques e exportações de milho nos Estados Unidos", afirma a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi. Nesta sexta-feira (3), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz novo boletim de vendas para exportação.
Diante da quebra na safrinha de milho no Brasil, a projeção é que haja uma redução nos embarques do cereal nesta temporada. "E o país é o principal concorrente dos Estados Unidos nas exportações, com isso, a perspectiva é que essa demanda seja atendida pelo produto norte-americano", explica a analista. Ainda essa semana, a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) informou que os embarques de milho brasileiro deverão ficar próximos de 23 milhões de toneladas nesta temporada. A perspectiva era de exportação da ordem de 30 milhões de toneladas neste ano comercial.
Além da demanda, outro fator acompanhado de perto pelos participantes do mercado é o clima nos Estados Unidos. Apesar do plantio já estar concluído em 94% da área estimada, conforme dados oficiais do USDA, a preocupação com o tempo permanece. Isso porque, o replantio é inviável aos produtores americanos. Ainda no início da semana, o departamento divulgou que cerca de 72% das lavouras do cereal apresentam boas ou excelentes condições. De acordo com dados reportados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - as chuvas continuarão presentes em grande parte do Corn Belt, no período de 2 a 7 de junho.
"Ainda é muito cedo para falar dos impactos das chuvas, porém, se elas continuarem, poderemos ver algumas inundações no Meio-Oeste dos EUA e o replantio é inviável. Já estamos fora da janela ideal, mas, por enquanto, o que temos é o solo encharcado. A logo prazo, as previsões indicam um clima mais seco", disse o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
"Por enquanto, temos uma situação um pouco mais tranquila em relação ao clima nos EUA. Claro que essas informações estarão no radar dos investidores e devem influenciar o comportamento dos preços em Chicago", acredita Ana Luiza.
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