Café: À espera de novidades sobre safra do Brasil, Bolsa de Nova York fecha praticamente estável nesta 4ª
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) tiveram mais um fechamento praticamente estável nesta quarta-feira (1º). Após oscilarem dos dois da tabela durante o pregão, as cotações acabaram fechando com leve alta. O mercado segue realizando ajustes ante a queda dos últimos dias, mas continua atento ao financeiro e ao avanço da colheita da safra 2016/17 do Brasil.
O vencimento julho/16 registrava 121,90 cents/lb com 35 pontos de avanço, o setembro/16 anotava 123,85 cents/lb com alta de 40 pontos. Já o contrato dezembro/16 tinha 126,45 cents/lb e o março/17 estava cotado a 129,05 cents/lb, ambos com valorização de 30 pontos.
O analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães atribui essa lentidão atual nos negócios externos às recentes apostas dos operadores. "O mercado vem exalando um sentimento de que esta excessivamente vendido e isso, vem inibindo que novas apostas volumosas sejam colocadas à prova, principalmente, se estas, vierem validando um cenário baixista", afirma.
Para o analista, o cenário fundamental é positivo, principalmente, levando em conta as informações do Brasil. Apesar de uma produção estimada em cerca de 50 milhões de sacas no país nesta temporada, é consenso entre envolvidos de mercado que esse número pode ser insuficiente para recompor os estoques brasileiros.
Em contrapartida, estimativas internacionais apontam para excedente global. A consultoria CoffeeNetwork projeta 3,8 milhões de sacas acima da demanda, ante um déficit de 0,6 milhões em 2015/16.
"À medida que a safra do Brasil 2016/17 (julho/junho) se aproxima, e com as floradas já ocorridas ao redor do mundo para as colheitas de 2016/17... a CoffeeNetwork ainda acredita que o nível de produção de 2016/17 irá superar a demanda global", disse a empresa à Reuters.
Apesar dos ajustes para cima no mercado nesta quarta-feira, os operadores externos continuam atentos ao câmbio, que impacta nas exportações da commodity, e o avanço da colheita da safra 2016/17 do Brasil. O trabalho com o arábica está antecipado e segue em bom ritmo, enquanto que no conilon está atrasado e lento.
O dólar comercial fechou a sessão de hoje com queda de 0,68%, cotado a R$ 3,5879 na venda. Em maio, o dólar comercial fechou com alta acumulada de 4%. No entanto, os estoques do grão estão baixos e há pouca produção da temporada passada disponível. A safra 2016/17 já começou a ser colhida nas principais regiões produtoras, mas ainda não chegou ativamente no mercado.
Essa realidade já reflete nas exportações, que totalizaram em maio totalizaram 2,17 milhões de sacas, com receita de US$ 314,6 milhões. Comparando com os embarques do mês anterior, que foram de 2,23 milhões de sacas, houve em maio uma queda de 2,69% no volume exportado e recuo de 3,35% na receita.
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Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil seguem lentos os negócios com café. Os produtores estão atentos aos trabalhos de colheita e preferem aguardar melhores patamares para voltarem ao mercado.
"A falta de liquidez na maioria das praças de comercialização é notória, deixando os envolvidos ansiosos já que esperavam dias melhores no atual momento vivido. Agora o clima começa a preocupar de forma generalizada", afirmou Marcus Magalhães ontem ao Notícias Agrícolas.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Guaxupé (MG) com R$ 525,00 a saca – estável. Não houve oscilação em nenhuma praça de comercialização.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 523,00 a saca – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 0,42% e saca a R$ 478,00.
O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 490,00 a saca – estável. A maior variação registrada no dia dentre as praças foi em Franca (SP) com desvalorização de 2,08% e saca a R$ 470,00.
Na terça-feira (31), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 457,17 com alta de 0,42%.
Bolsa de Londres
A Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, também encerrou o dia praticamente estável. O contrato julho/16 anotou US$ 1668,00 por tonelada – estável, o setembro/16 teve US$ 1680,00 por tonelada e queda de US$ 1 e o novembro/16 anotou US$ 1690,00 por tonelada com desvalorização de US$ 1.
Na terça-feira (31), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 388,79 com queda de 0,32%.
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