Comissão de café da FAEMG discute desafios para a safra
A Comissão Estadual de Cafeicultura da FAEMG se reuniu na tarde dessa terça-feira (24), em BH. Na pauta, os desafios de mercado para a safra 2016/17 que está sendo colhida. Somente de Minas, segundo a Conab, devem sair 28,5 milhões de sacas (57% do total nacional).
Para o presidente da comissão e diretor da FAEMG, Breno Mesquita, o desafio será escoar essa produção de forma ordenada, tendo em vista a descapitalização do cafeicultor: “Os valores do Funcafé acordados para a safra já foram disponibilizados, mas ainda não estão acessíveis ao produtor nos agentes financeiros. Isso dificulta muito seu planejamento e seu poder de decidir quanto ao momento certo de comercializar seu café”.
Também foram apresentadas informações sobre atuações da FAEMG e CNA em prol do setor, como o trabalho pela suspensão da importação de café do Peru, e da inclusão de renegociação de dívidas de produtores também fora da região da Sudene na MP 707, que espera-se que seja sancionada pelo presidente Temer nos próximos dias.
Georreferenciamento
Boa notícia apresentada no encontro foi o início de um trabalho de georreferenciamento do parque cafeeiro mineiro. Um projeto piloto está fazendo o mapeamento por satélite e a campo em nove cidades. Até o fim do ano, esse levantamento deve abarcar até 150 municípios produtores no estado. “É uma bandeira antiga defendida por todo o setor, uma vez que é impossível pensarmos políticas públicas às cegas, sem sabermos caracterizar ao certo essa produção de tão grande peso para a formação social e econômica de Minas”, explicou Breno.
Legislação trabalhista
Segundo a representante da FAEMG na Câmara Técnica da Seapa (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Denise Garcia, foi feita uma solicitação ao governo estadual para que conduza a interlocução com o Ministério Público e Ministério do Trabalho para refinamento da legislação trabalhista, com melhor conceituação e caracterização do termo ‘trabalho escravo e análogo’. “Os cafeicultores trabalham hoje muito calcados na sustentabilidade e respeito à legislação vigente. No entanto, a redação pouco específica da lei os deixa a mercê da interpretação subjetiva de uma fiscalização muitas vezes despreparada para esta avaliação”.
Viagem Técnica
A analista de agronegócios da FAEMG, Ana Carolina Gomes, e o presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Muzambinho, Rodrigo Machado, apresentaram um relato sobre a Missão Técnica FAEMG à Guatemala e Estados Unidos, realizada em abril. Eles destacaram o que o grupo conheceu de mais notável, e o que trouxeram desta experiência que pode ser adaptado e até melhorado para contribuir com a produção regional de cafés de qualidade. Destacaram também a participação do grupo na SCAA, maior feira de cafés especiais dos Estados Unidos e um dos maiores eventos do tipo no mundo. Segundo eles, a experiência foi especialmente positiva por refletir a grande participação de brasileiros no evento e pela percepção do valor dado pelos nossos produtores à qualidade.
Café+Forte
Ponto alto do encontro da comissão foi a apresentação de resultados do Programa Café + Forte, da FAEMG. Em seu sexto ano, a iniciativa já é considerada um sucesso, representando grande avanço na gestão de custos de produção e planejamento estratégico para o cafeicultor mineiro. Segundo Ana Carolina Gomes, que é também coordenadora do programa, o objetivo agora é levar informações e capacitação a um número cada vez maior de produtores no estado, possibilitando que alcancem mais competitividade e eficiência produtiva.
Na última semana, a equipe do programa percorreu o Sul de Minas e visitou sete entidades parceiras. O objetivo era fortalecer o diálogo com a apresentação de resultados da safra 2014/15 e apresentar um pouco mais sobre o dia a dia do programa, através de um vídeo com relatos de produtores e técnicos participantes. Na avaliação de Ana Carolina, o resultado das visitas foi muito positivo: “Percebemos a motivação das equipes com os números obtidos. Os produtores do programa registraram desempenho superior à média estadual, e conseguiram combinar a relação de custo de sua produção com muito mais conhecimento, mostrando o ganho educacional e em eficiência”.
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