Soja: Mercado brasileiro fecha com preços altos, sustentados e bons negócios para a safra nova

Publicado em 18/05/2016 18:55

Nesta quarta-feira (18), o dólar disparou frente ao real, fechou com 2,04% de alta, foi a R$ 3,56 e conferiu preços ainda mais elevados para a soja brasileira. No encerramente do dia, tanto em Paranaguá quanto em Rio Grande, o valor da oleaginosa da safra 2016/17 era de R$ 90,00 por saca, com ganho de 1,12%. Já para o grão disponível, R$ 86,50 em ambos os terminais. 

"Havia todo um receio de que se confirmando a posse de Michel Temer, o mercado de câmbio poderia sofrer uma apreciação do real mais forte, podendo chegar aos R$ 3,30, e isso não vem se confirmando. Essa é a primeira boa notícia da semana para o produtor brasileiro", diz o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica. 

No link abaixo, confira a íntegra da entrevista com Carlos Cogo:

>> Soja tem preços altos e consolidados no mercado brasileiro com suporte do câmbio e Chicago

Além disso, como explica o executivo, há ainda um dólar futuro também mais elevado e, apesar das correções pontuais, patamares de preços mais elevados na Bolsa de Chicago, acima dos US$ 10,50 por bushel. E esses três fatores, portanto, resultam em preços pagos pelo mercado de US$ 2,00 a US$ 2,50 mais altos, no primeiro quadrimestre de 2016, do que nos últimos quatro meses de 2015. 

Os produtores, neste quadro, estão indo a mercado e fechando os negócios da maneira e nos momentos mais oportunos, de acordo com a realidade de cada região, principalmente nas vendas antecipadas da próxima temporada. Já para o sojicultor que ainda tem soja da safra 2015/16 para ser comercializada, um descolamento do mercado interno de Chicago poderia trazer oportunidades ainda melhores, como orienta Cogo.

No interior do Brasil, nesta quarta-feira, as cotações também registraram ganhos e variaram entre R$ 70,00 e R$ 83,00 nas principais praças de comercialização. Em Cascavel, no Paraná, por exemplo, avanço de 1,36% para R$ 74,50 ou de 0,67% em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, para R$ 75,50. 

A demanda internacional pela soja brasileira - e seus derivados - ainda é bastante forte e as exportações em maio, mais uma vez, deverão registrar um volume recorde. Apenas nas duas primeiras semanas do mês, o volume acumulado já é de 5,2 milhões de toneladas. As vendas externas de farelo também estão fortes. 

Atualmente, segundo informações da Labhoro Corretora, o line-up do Brasil é de 7,3 milhões de toneladas de soja em grão e fica apenas um pouco abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, de 8 milhões de toneladas. 

Reflexo dessa demanda forte, de uma oferta ajustada e de produtores brasileiros parcelando suas vendas são os prêmios firmes e elevados que vêm sendo registrado nos portos, principalmente para as posições mais distantes de entrega. Em Paranaguá, para junho, variam de 50 a 55 cents de dólar sobre os preços de Chicago, para julho de 67 a 69, para agosto, de 80 a 82. Para setembro, esse valores sobem para 95 cents a US$ 1,04 acima do praticado na CBOT. 

Mercado Internacional

Na Bolsa de Chicago, na sessão desta quarta-feira, os principais vencimentos recuaram entre 5 e 9,75 pontos, confirmando uma queda pontual em função de uma realização de lucros, típica deste momento, como explica Carlos Cogo. Ainda assim, o viés altista segue permeando os negócios e se mantém firme. 

A forte e rápida atuação dos fundos de investimento neste mercado pesam muito sobre os negócios e trazem volatilidade ao mercado internacional. E esse padrão, ainda segundo o consultor, permanece, e os fundos vêm, inclusive, aumentanndo suas posições compradas. 
 
Outro fator que acentua esse movimento volátil na CBOT é o clima nos Estados Unidos. Com o plantio da nova safra em andamento, as previsões - que são atualizadas cerca de três vezes por dia pelos institutos de meteorologia - são acompanhadas de perto. Há pontos de chuvas excessivas neste momento, porém, em linhas gerais, o cenário ainda é favorável. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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