CNA questiona união europeia pela ausência de cotas para carne bovina e etanol nas negociações com o Mercosul
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) questiona a decisão tomada pela União Europeia de não incluir as cotas para a importação de carne bovina e de etanol, na retomada das negociações com o Mercosul, ao trocar suas ofertas de acesso a mercado depois de 12 anos sem avanços nas discussões bilaterais. A decisão, segundo o entendimento da CNA, “é absolutamente frustrante especialmente porque, inicialmente, a Comissão Europeia pretendia liberar a exportação de pelo menos 78 mil toneladas anuais de carne bovina sem hormônios, além de 60 milhões de litros de etanol”.
Dentro desse cenário, a CNA defende que a agropecuária brasileira “tenha prioridade e papel de destaque nas negociações que envolvem acesso a mercados, com a participação decisiva do Brasil e dos parceiros do Mercosul”. A CNA entende, ainda, que a Europa precisa valorizar a importância estratégica do relacionamento histórico e econômico com os países do Bloco, “sob pena de tornar inviável uma possível negociação”.
Para defender a produção local, os agricultores europeus têm “disseminado informações errôneas e questionado padrões sanitários e de rastreabilidade, sem fundamento técnico e científico”, destaca documento da CNA sobre as negociações do Mercosul com a União Europeia.
Passo significativo - Mesmo com essas dificuldades, a CNA entende que os dois blocos deram um passo importante e significativo nas relações comerciais. Mas, para a Confederação, a carne bovina é um dos principais interesses do Mercosul no acordo em discussão. “A Comissão Europeia tem consciência de que, se quiser ser levada a sério pelo Mercosul, terá, mais cedo ou mais tarde, de resolver essa questão do acesso ao mercado para a carne bovina sul-americana”, diz ainda a CNA.
As cotas, em todos os setores, não apenas na agricultura, representam a base para qualquer negociação comercial. Sendo que as definições sobre as suas quantidades e sobre as perspectivas de aumento ou redução dos seus volumes, argumenta a CNA, são tomadas ao longo das rodadas de negociações. Para a Confederação “o Mercosul está oferecendo tudo e está disposto a ir além, mas a União Europeia precisa demonstrar que tem a mesma intenção e, sobretudo, respeitar o Mercosul como importante parceiro comercial que é”.
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