Governo de SP, sem dinheiro para custeio, pretende vender centro de engenharia do IAC de Jundiaí (SP)
O projeto de lei nº 328/16 que tramita em urgência na Assembleia Legislativa de São Paulo propõe a alienação de imóveis do estado, com objetivo de aumentar a arrecadação do governo.
Entre as propriedades citadas no documento, está a área onde hoje é instalado o Centro de Engenharia e Automação do IAC (Instituto Agronômico) na cidade de Jundiaí (SP).
De acordo com o pesquisador do Instituto, Afonso Peche, essa situação tem gerado incertezas e preocupações sobre o futuro do Centro de Pesquisa. "Depois que o projeto foi enviado, fomos informados de que nós podemos ser transferido para outros locais como Campinas, fator que pode trazer uma perda muito grande de patrimônio cultural e cientifico", analisa.
Desde 1969 o Centro de Engenharia e Automação promove pesquisas e presta serviços tecnológicos nas áreas de mecanização agrícola e de pós-colheita, e realiza estudos sobre o impacto das atividades antrópicas sobre o ambiente.
Situado na via marginal da Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto (SP-300), o Centro ocupa e conserva área de 110 ha aos pés da Serra do Japi, declarada Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1992.
"Nós temos muitos investimento feitos ao longo dos anos na estruturação dos laboratórios e do próprio Centro e, atualmente temos uma crise de recursos, então não justifica essa possível realocação", pondera o pesquisador.
Segundo ele, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo entrou com uma representação junto aos poderes estaduais, solicitando a revogação deste projeto, mas ainda sem resposta.
O Centro de Engenharia e Automação possui área coberta de 11.500 m2, ocupada com laboratórios, oficinas para desenvolvimento e manutenção de máquinas, alojamento, auditório e outras instalações de cunho técnico e administrativo, como por exemplo, escola pública e moradias para funcionários.
"O Centro é um corredor ecológico, ele liga a Serra do Japi com a calha do Rio Jundiaí, então esse valor ambiental é inestimável, seria uma perda muito grande. Além disso, a área é protegida pelo plano diretor da cidade e não tem valor imobiliário", destaca Peche.
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