Milho: Na BM&F, preços acompanham movimentação positiva do dólar e set/16 chega a R$ 42,57/sc
A nova alta do dólar, registrada nesta sexta-feira (13), impulsionou os futuros do milho negociados na BM&F Bovespa. As principais posições da commodity exibiam valorizações entre 0,46 e 1,07%, por volta das 11h45 (horário de Brasília). O contrato maio/16 era cotado a R$ 51,26 a saca e o setembro/16, referência para a safrinha, superou o patamar de R$ 42,00/saca e era negociado a R$ 42,57 a saca.
Enquanto isso, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,5170 na venda, com alta de mais de 1,16%, perto das 11h40 (horário de Brasília). De acordo com informações do site G1, a moeda caminha em linha com o exterior e ainda aguarda o resultado da reunião ministerial realizada nesta manhã pelo presidente em exercício, Michel Temer.
Do lado fundamental, as preocupações com a safrinha brasileira ainda continuam a fornecer sustentação aos preços. Ainda ontem, o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, destacou que a quebra na produção pode superar as 10 milhões de toneladas do grão nesta temporada. Com isso, os produtores brasileiros deverão colher uma safra ao redor de 50 milhões a 51 milhões de toneladas.
"Se tivéssemos uma safrinha normal, talvez teríamos uma visão de preços mais acomodados no segundo semestre, bem mais tranquilos. Estaríamos condicionados aos valores dos portos de R$ 34,00 a R$ 35,00 a saca, mas temos quebras graves em Goiás, Minas Gerais, leste de Mato Grosso e partes de São Paulo devido ao clima irregular. Com uma safrinha menor do que a esperada, as expectativas são de que as cotações fiquem acima dos níveis de porto", explica o analista.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho operam com volatilidade na sessão desta sexta-feira (13). Por volta das 12h05 (horário de Brasília), os principais vencimentos do cereal exibiam leves ganhos entre 1,25 e 1,50 pontos. Apenas o vencimento maio/16 trabalhava do lado negativo da tabela, cotado a US$ 3,81 por bushel. Já o dezembro/16 era negociado a US$ 3,97 por bushel.
O mercado ainda observa as previsões climáticas para os Estados Unidos, já que os agricultores realizam a semeadura do cereal nesse instante. De acordo com informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - entre os dias 18 a 22 de maio, as chuvas deverão ficar entre 40% até 60% acima da média no Meio-Oeste dos EUA. No intervalo de 20 a 26 de maio, as precipitações continuam e poderão ficar até 50% acima da normalidade.
As previsões ocasionaram especulações a respeito de transferência de área para a soja, que tem uma janela maior de plantio. A perspectiva é que sejam cultivados 37,88 milhões de hectares nesta temporada, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Até o último domingo, os produtores norte-americanos já tinham cultivado mais de 64% da área estimada. Os números deverão ser atualizados na próxima segunda-feira (16) pelo departamento. Com isso, os analistas reforçam que nos próximos 70 dias o clima deverá estar no foco dos investidores.
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Carlos Massayuki Sekine Ubiratã - PR
Não entendo grande coisa de mercado de milho, mas sei o que estou vendo. Aqui no oeste do PR, uma das poucas regiões em que ainda teremos produtividades razoáveis e boa qualidade no milho safrinha, principalmente o que foi semeado em janeiro, já começamos a colheita. Além das quebras já consolidadas e eventuais outras que venham a acontecer nas demais regiões do Brasil, vale lembrar que boa parte da safrinha a ser colhida já está vendida e destinada principalmente aos portos. Boa parte dos produtores contratou o milho a preços que variam de R$28 a 30,00 por saca no oeste paranaense, pois tinham que garantir alguma rentabilidade na época da compra dos insumos. Além disso, as unidades armazenadoras estão ocupadas com soja que o produtor não quer vender, afinal o agricultor acha, com razão, que dólar no silo é melhor que real no banco. Desta forma, não há espaço suficiente para armazenar a safrinha de milho, que terá que ser expedida durante a colheita. Outro fator fácil de prever é que, se os preços do milho se mantiverem nos níveis atuais ou próximos deles, a tendência é que a safrinha atual seja comercializada rapidamente. Vejo produtores comentando a intenção até de antecipar a colheita, tirando o produto do campo mais úmido para aproveitar os bons preços. É bom lembrar também que todas as cooperativas do oeste paranaense possuem complexos avícolas que necessitam de milho, e muito milho. O que sobrar, se sobrar, vai para quem tem recursos financeiros e espaço físico (silos), a preços exorbitantes, o que deve manter o setor de carnes de aves e suínos trabalhando no vermelho por mais algum tempo.