Milho: Após ganhos recentes, mercado inicia pregão desta 6ª feira com leves quedas em Chicago

Publicado em 13/05/2016 08:06

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram o pregão desta sexta-feira (13) em campo negativo. As principais posições do cereal exibiam quedas de mais de 3 pontos, por volta das 7h44 (horário de Brasília). O contrato julho/16 era cotado a US$ 3,86 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,93 por bushel.

O mercado voltou a trabalhar em queda após subir mais de 11 pontos no dia anterior. Ainda nesta quinta-feira, as cotações foram influenciadas pelas previsões de chuvas no Meio-Oeste dos EUA que poderiam atrasar a semeadura do grão, conforme reportaram as agências internacionais. Como consequência, surgiram rumores de que parte da área poderia ser transferida para a soja, que tem uma janela maior de plantio. A perspectiva é que sejam cultivados 37,88 milhões de hectares nesta temporada, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Até o último domingo, os produtores norte-americanos já tinham cultivado mais de 64% da área estimada. Os números deverão ser atualizados na próxima segunda-feira (16) pelo departamento. Com isso, os analistas reforçam que nos próximos 70 dias o clima deverá estar no foco dos investidores.

Ainda ontem, os bons números das vendas semanais, que ficaram 1.255,7 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 5 de maio, também deram suporte aos preços. Outro fator que também contribuiu para a firmeza das cotações foi a venda de 210 mil toneladas do grão para a Arábia Saudita. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Milho: Mercado acompanha previsão de chuvas nos EUA e sobe mais de 11 pontos na CBOT nesta 5ª feira

O pregão desta quinta-feira (12) foi de forte alta aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo do dia, as principais posições da commodity ampliaram os ganhos e encerraram a sessão com valorizações entre 10,75 e 11,50 pontos, uma elevação de mais de 3%. O vencimento maio/16 era negociado a US$ 3,85 por bushel e o dezembro a US$ 3,96 por bushel. O março/17 recuperou o patamar de US$ 4,00 por bushel, cotado a US$ 4,04 por bushel.

De acordo com dados do site Farm Futures, as cotações subiram em meio às novas projeções de chuvas para o Meio-Oeste dos EUA, o que se confirmado, poderiam atrasar a semeadura do cereal. "Temos chuvas para essa semana e para a seguinte também, o que fez com surgissem rumores de que parte da área poderá ser transferida para a soja, que tem uma janela maior de plantio", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal. Ainda essa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou a área a ser cultivada com o milho na safra 2016/17 em 37,88 milhões de hectares.

Os analistas ressaltam que o clima nos EUA deve ser a tônica do mercado nos próximos 70 dias. Até o último domingo, pouco mais de 64% da área já havia sido cultivada com o cereal, segundo o USDA. "Até o momento temos um bom plantio nos Estados Unidos, mas precisamos olhar o clima. Até agosto a safra norte-americana está em aberto", disse Paulo Molinari, analista de mercado da Safras & Mercado, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Além disso, o departamento também trouxe os novos números das vendas semanais. Na semana encerrada no dia 5 de maio, as vendas de milho somaram 1.255,7 milhão de toneladas. Do total, 1.105,3 milhão de toneladas referentes à temporada 2015/16 e, as 150,4 mil toneladas restantes da safra 2016/17. O volume indicado ficou dentro das projeções dos participantes do mercado, que giravam entre 1.075 milhão a 1.525 milhão de toneladas, de acordo com dados do Pro Farmer.

Paralelamente, o órgão também reportou a venda de 210 mil toneladas de milho para a Arábia Saudita. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16. Essa é a segunda operação divulgada essa semana, já que na última segunda-feira (9), o país vendeu 290 mil toneladas do cereal.

Em torno de 170 mil toneladas foram adquiridas pelo Japão e, o restante, de 120 mil toneladas por destinos desconhecidos. Ambos os volumes também deverão ser entregues na temporada 2015/16.

Mercado interno

Mesmo com a valorização cambial e também no mercado internacional, o preço da saca do milho, para entrega em setembro/16, permaneceu estável em R$ 35,00 no Porto de Paranaguá nesta quinta-feira (12). Já na BM&F Bovespa, as principais posições do cereal acumularam ganhos entre 0,83% e 0,94%. O maio/16 permanece acima dos R$ 50,00 a saca, cotado a R$ 50,95 a saca. O setembro/16, referência para a safrinha, fechou o dia a R$ 41,96 a saca, bem próximo dos R$ 42,00 a saca. Apenas o março/17 apresentou ligeira queda, de 0,16%, a R$ 42,93 a saca.

Enquanto isso, no mercado interno, a cotação em Avaré (SP) subiu mais de 37% hoje, com a saca a R$ 46,89. Na região de Assis (SP), o ganho foi menor, de 8,05%, com a saca de milho a R$ 45,91, ainda em São Paulo, em Itapeva, a valorização foi de 2,23% e a saca era negociada a R$ 44,94. Na contramão desse cenário, os preços recuaram no Oeste da Bahia, cerca de 2,88% e, em Sorriso (MT), perda de pouco mais de 5%. Com isso, as cotações ficaram em 50,58 a saca e R$ 36,00 a saca, respectivamente.

Ainda assim, o analista da Safras & Mercado, destaca que no interior paulista há registro de negócios em R$ 53,00/saca mais ICMS e, R$ 51,00/saca FOB. "E até o final de junho teremos um aperto de oferta muito grave. Consequentemente, não há muitas chances de os preços caíram no curto prazo. Claro que com a entrada da safrinha no mercado, as cotações tendem a se acomodarem em patamares um pouco mais baixos", pondera Molinari.

Diante desse quadro, o Brasil já tem importado milho para tentar amenizar o grave cenário no mercado interno. "Já estamos importando quase 600 mil toneladas do Paraguai, que deverá chegar ao país em junho. E quase 500 mil toneladas da Argentina, que já tem chegado desde o Sul até o Nordeste do país, mas ainda assim não é o suficiente, pois a deficiência de oferta interna é extrema e novas altas podem ocorrer", adverte o analista.

Para o segundo semestre, o analista acredita que os preços deverão ficar próximos dos atuais patamares praticados nos portos, entre R$ 34,00 a R$ 35,00 a saca. "Se tivéssemos uma safrinha normal, talvez teríamos uma visão de preços mais acomodados no segundo semestre, bem mais tranquilos. Estaríamos condicionados aos valores dos portos de R$ 34,00 a R$ 35,00 a saca, mas temos quebras graves em Goiás, Minas Gerais, leste de Mato Grosso e partes de São Paulo devido ao clima irregular. Com uma safrinha menor do que a esperada, as expectativas são de que as cotações fiquem acima dos níveis de porto", reforça Molinari.

Na visão do analista, a produção brasileira deverá recuar ao redor de 10 milhões de toneladas do potencial produtivo que poderia ter sido alcançado. "Deveremos colher entre 50 milhões a 51 milhões de toneladas, não creio em números mais baixos que esses. Mas claro que terá o seu peso no período de colheita, nos próximos 90 dias", completa. Em meio à uma área plantada de pouco mais de 11 milhões de hectares, o especialista ressalta que poderiam ser produzidas entre 62 milhões a 63 milhões de toneladas.

Contudo, outras variáveis como o comportamento do câmbio, da política econômica interna e a safra norte-americana também podem influenciar as cotações, conforme sinaliza o analista. Em relação às exportações, Molinari ainda afirma que entre os meses de agosto, setembro e início de outubro, há pouco mais de 14 milhões de toneladas a serem embarcadas. "Mas os contratos não serão cumpridos, as tradings irão mudar a origem Brasil para os Estados Unidos. É muito provável que não tenhamos o cumprimento de todo esse volume", finaliza.

Dólar

O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira a R$ 3,4727 na venda, com alta de 0,79%. Conforme dados da agência Reuters, a moeda norte-americana chegou a R$ 3,5068 na máxima do dia e R$ 3,4351 na mínima. Ao longo do pregão, o Banco Central interviu no mercado. Por outro lado, a aprovação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, levando a seu afastamento por até 180 dias, também teve atenção dos investidores.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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