IBGE estima safra de grãos 1,9% menor que a de 2015

Publicado em 10/05/2016 09:24
Estimativa de ABRIL para 2016 205,4 milhões de toneladas
Variação abril 2016 / março 2016 -2,2 % (-4,6 milhão toneladas)
Variação safra 2016 / safra 2015 -1,9 % (-4,0 milhão de toneladas)

A quarta estimativa de 2016 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 205,4 milhões de toneladas, 1,9% inferior à obtida em 2015 (209,4 milhões de toneladas). A estimativa da área a ser colhida é de 58,5 milhões de hectares, apresentando acréscimo de 1,6% frente à área colhida em 2015 (57,6 milhões de hectares). Em comparação à informação de março, a produção variou negativamente 2,2% e a área aumentou 0,3%. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representaram 92,9% da estimativa da produção e responderam por 87,1% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve acréscimo de 2,9% na área da soja e de 2,9% na área do milho, na área de arroz houve redução de 7,7%. No que se refere à produção, houve aumento de 1,3% para a soja e reduções de 7,6% para o arroz e de 5,0% para o milho.

IBGE estimativa abril - tabela 1

IBGE estimativa abril- tabela 2

Regionalmente, o volume da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas apresentou a seguinte distribuição: Centro-Oeste, 87,0 milhões de toneladas; Sul, 74,6 milhões de toneladas; Sudeste, 20,9 milhões de toneladas; Nordeste, 15,8 milhões de toneladas; e Norte, 7,1 milhões de toneladas. Comparativamente à safra passada, houve incremento de 8,3% na região Sudeste, havendo reduções de 8,2% na região Norte, de 4,7% na região Nordeste, de 3,2% na região Centro-Oeste e de 1,7% na região Sul. Nessa avaliação para 2016, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos (25,1%), seguido pelo Paraná (18,3%) e Rio Grande do Sul (15,0%), que, somados, representaram 58,4% do total previsto.

Estimativa de abril em relação a março de 2016

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de abril destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de março: sorgo (4,8%), cacau (3,6%), feijão 3ª safra (-0,9%), feijão 1ª safra (-1,2%), mandioca (-1,2%), soja (-1,7%), café canephora (-4,3%), milho 2ª safra (-4,5%), algodão herbáceo (-8,4%), cevada (-17,6%) e triticale (-18,4%).

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A produção, agora estimada em 3,6 milhões de toneladas, decresceu 8,4% em relação ao mês anterior. Tal variação se deu em decorrência do declínio do rendimento médio nacional (3.628 kg/ha), 7,0% menor que o observado em março. As estimativas de área plantada e de área a ser colhida também retraíram, sendo 1,4% e 1,5% menores, respectivamente. Bahia é o principal estado a influenciar esta queda. O estado, que se mantém como o segundo maior produtor nacional, estima que a produção retraia 27,9%, passando a ser 857,2 mil toneladas. Esta estimativa pessimista advém da seca que retornou ao estado fazendo com que o rendimento médio sofresse queda de 24,4%, sendo a nova estimativa de 2.908 kg/ha. As estimativas de área plantada e de área a ser colhida também foram reajustadas negativamente, ambas 4,6% menores que a informação de março.

CACAU (em amêndoa) – A estimativa de produção de cacau em abril alcançou 263.638 toneladas, 3,6% maior quem em março. A área plantada e a área a ser colhida aumentaram em 1,2% e 1,1%, respectivamente, com o rendimento médio esperado de 402 kg/ha, sendo reavaliado positivamente em 2,6%. Os dados refletem as estimativas do Pará, que apresentaram aumentos de 5,1% na área plantada e na área a ser colhida, 3,9% no rendimento médio e 9,2% na produção, comparativamente ao mês anterior.

CAFÉ (em grão) – A poucas semanas do início da colheita, a estimativa de produção de café em 2016 alcançou 3,0 milhões de toneladas ou 49,9 milhões de sacas de 60 kg, com o arábica devendo participar com 78,9% desse total e o canephora com 21,1%. Em abril, mantiveram-se as condições climáticas favoráveis nas principais regiões produtoras do arábica em Minas Gerais, com a produção do país sendo reavaliada positivamente em 0,4% frente ao mês anterior. Minas Gerais é o maior produtor brasileiro e responsável por 68,4% do total a ser colhido, com um aumento de 0,4% em sua estimativa de produção. Quanto ao canephora o Espírito Santo informou uma redução de 6,6% frente ao mês anterior, com o rendimento médio 6,5% menor. O estado deve colher uma safra de 425,0 mil toneladas ou 7,1 milhões de sacas de 60 kg. O Espírito Santo participa com 67,3% da safra nacional do canephora, que, em abril, foi avaliada em 631,6 mil toneladas, ou 10,6 milhões de sacas de 60 kg.

FEIJÃO (em grão) – Comparada ao mês de março, a estimativa para a área plantada com feijão total diminuiu 0,4% e o rendimento médio também caiu 0,4%. Isso influenciou a estimativa de produção, que ficou 0,8% menor. Os maiores produtores são Paraná, com 21,8%; Minas Gerais, com 17,2%; e Bahia, com 10,2%. A 1ª safra de feijão está estimada em 1,5 milhão de toneladas, o que representa uma diminuição de 1,2% frente à estimativa de março, refletindo a queda na estimativa da área colhida (0,8%) e do rendimento médio (0,6%). A diminuição na expectativa de produção da 1ª safra de feijão deve-se, principalmente, aos estados do Nordeste, que produzem 37,1% do total desse grão nesta safra, onde houve redução de 0,9% na área plantada, de 0,2% no rendimento médio e de 1,2% na estimativa da produção. A região Norte também reduziu as estimativas de área plantada em 8,8%, de rendimento médio em 18,8% e de produção em 26,0%. Rondônia, maior produtor da região, teve suas estimativas reduzidas da seguinte forma, área plantada (-9,9%), rendimento médio (-29,5%) e produção (-36,5%). Para a 3ª safra, juntamente com a diminuição de 0,4% na estimativa da área plantada e de 0,5% para o rendimento médio, a expectativa de produção foi reduzida em 0,9% em relação a março, ficando em 359.711 toneladas. Minas Gerais, que é o maior produtor para essa safra, contribuindo com 52,0% do total nacional, reduziu em 0,4% a estimativa de área plantada, em 1,3% o rendimento médio esperado e em 1,6% a estimativa de produção. O Mato Grosso, que deve produzir 15,3% do total para a 3ª safra, teve a expectativa de área plantada reduzida em 2,1%, a estimativa da produção em 2,3% e o rendimento médio esperado em 0,2% em relação a março.

MANDIOCA (raízes) – A estimativa da produção da mandioca em 2016 alcançou 22,4 milhões de toneladas, queda de 1,2% frente ao mês anterior. A área a ser colhida no ano e o rendimento médio apresentaram quedas de 0,7% e 0,5%, respectivamente. A queda da estimativa da produção em abril, em relação a março, se deve às reduções das estimativas da produção da região Norte, que caíram 3,0% em função das informações das safras de Rondônia (-2,7%), Pará (-5,0%) e Amapá (-5,2%). Apesar de ligeira recuperação nos últimos meses, os atuais preços de comercialização da tonelada da raiz ainda encontram-se em patamares relativamente baixos, não incentivando a retomada dos investimentos nas lavouras.

MILHO (em grão) – A produção nacional de milho em grão, totalizada agora em 81,2 milhões de toneladas, foi reajustada negativamente em 3,1% no mês de abril, em relação a março, em decorrência da queda de 5,1% do rendimento médio esperado. A redução da expectativa de produção foi influenciada principalmente pelas informações da 2ª safra de milho. São esperadas 53,5 milhões de toneladas para esta safra, decréscimo de 4,5% frente à avaliação de março. Para este mês, tanto a estimativa de área plantada quanto à da área a ser colhida foram positivamente reajustadas, sendo os acréscimos de 3,9% e 3,5%, respectivamente. O problema se deu com o rendimento médio, que declinou 7,8% frente ao mês anterior. As estimativas de Goiás influenciaram na queda dos números desta segunda safra, indicando uma diminuição de 34,1% na produção, acompanhando a queda do rendimento médio (-33,9%). O Mato Grosso estima colheita de 21,0 milhões de toneladas, valor este que representa 39,3% do total a ser colhido nacionalmente para a segunda safra de milho. A alta de 4,7% na produção é consequência do reajuste positivo de 7,4% na área plantada e na área a ser colhida. O rendimento médio sofreu decréscimo de 2,6%, passando a ser de 5.542 kg/ha. O Paraná elevou em 2,5% a expectativa da área plantada em relação a março. Mesmo com esse acréscimo, a queda de 4,3% no rendimento médio fez com que a estimativa de produção fosse reduzida em 1,9%. Espera-se que a produção no estado seja de 12,4 milhões de toneladas.

SOJA (em grão) – Apesar da redução de 1,7%, em relação ao mês anterior, a produção nacional de soja ainda se manteve como recorde. Em uma área de 33,0 milhões de hectares, espera-se serem colhidas 98,5 milhões de toneladas da leguminosa. Mato Grosso lidera a produção nacional, com 28,0% de tudo o que será produzido. O estado espera colher 27,6 milhões de toneladas, valor 1,0% menor que no mês de março. Esta avaliação de abril trouxe decréscimos para a expectativa de produção do Maranhão (-29,8%) e da Bahia (-8,6%).

SORGO (em grão) – Em abril, a estimativa de produção do sorgo apresentou aumento de 4,8% frente ao mês anterior, devendo o país produzir 1,9 milhão de toneladas desse cereal. Em Goiás, principal produtor e responsável por 46,2% da estimativa da produção do país para 2016, a incidência de chuvas abaixo da normalidade em 2016 ainda não se fez sentir nas lavouras, com a estimativa da produção sendo aumentada em 16,1% frente a março.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – As estimativas de produção do trigo, da cevada e do triticale estão apresentando queda de 2,2%, 17,6% e 18,4%, respectivamente, frente ao mês anterior, em função, principalmente, da redução de 2,0%, 19,4% e 33,6% da área a ser plantada com essas culturas, respectivamente. O Paraná é o maior produtor brasileiro desses produtos. Por dois anos consecutivos, as lavouras de inverno nos estados do Sul tiveram perdas decorrentes do clima adverso em final do ciclo. Além disso, o acréscimo da área plantada com o milho 2ª safra reduz a “janela de plantio” destas culturas de inverno, notadamente no Paraná.

Estimativa de abril de 2016 em relação à produção obtida em 2015

Dentre os 26 principais produtos, 13 variaram positivamente na estimativa de produção em relação ao ano anterior: amendoim em casca 1ª safra (19,4%), aveia em grão (1,7%), batata-inglesa 1ª safra (2,3%), batata-inglesa 2ª safra (5,1%), cacau em amêndoa (3,3%), café em grão – arábica (18,4%), cevada em grão (16,3%), feijão em grão 1ª safra (7,6%), feijão em grão 2ª safra (5,0%), mamona em baga (13,4%), soja em grão (1,3%), trigo em grão (4,7%) e triticale em grão (9,2%). Com variação negativa também foram 13 produtos: algodão herbáceo em caroço (11,5%), amendoim em casca 2ª safra (0,3%), arroz em casca (7,6%), batata-inglesa 3ª safra (25,1%), café em grão – canéfora (3,6%), cana-de-açúcar (2,7%), cebola (2,5%), feijão em grão 3ª safra (18,9%), laranja (2,7%), mandioca (1,6%), milho em grão 1ª safra (5,5%), milho em grão 2ª safra (4,8%) e sorgo em grão (9,6%).

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Em atenção a demandas dos usuários, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.

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Fonte:
IBGE

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