Dreyfus pode vender fatia em novo terminal de grãos do Brasil, diz fonte
A comercializadora de commodities agrícolas Louis Dreyfus pode vender uma parcela em um importante terminal de grãos no Nordeste do Brasil, para embolsar os lucros de sua entrada pioneira no projeto, disse uma fonte da empresa. O Tegram, no porto de Itaqui, no Maranhão, é uma instalação com alto potencial entre os novos terminais em desenvolvimento no Brasil, com as empresas se movendo para áreas do Norte/Nordeste para se aproximarem de importantes destinos, reduzindo ainda a dependência dos portos sobrecarregados no Sudeste/Sul, como Santos e Paranaguá.
A Dreyfus tem uma parcela de 25 por cento no projeto em uma joint venture com a brasileira Amaggi. A comercializadora Glencore e as empresas locais NovaAgri e CGG Trading são as demais acionistas. "Este foi um projeto que funcionou muito bem, então a empresa deseja vender uma parte para obter alguns dos investimentos que fez", disse a fonte que solicitou anonimato porque não está autorizada a falar sobre o plano.
A Bloomberg noticiou mais cedo nesta quinta-feira que a Louis Dreyfus e a Amaggi contrataram o HSBC Holdings para vender parte ou toda a parcela de 25 por cento que possuem em um terminal em Itaqui. A agência de notícias disse o processo de venda já está em andamento.
Um acionista da Amaggi, no entanto, disse à Reuters nesta quinta-feira que a empresa não está vendendo sua parcela no projeto. Ele disse que houve uma consulta de um investidor recentemente, discussões chegaram a ser abertas, mas o processo para um acordo "não andou".
O terminal fornece a capacidade necessária para o embarque de grãos e farelo de soja. A soja é atualmente o principal produto de exportação do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa.
A Louis Dreyfus não estava imediatamente disponível para comentários. Uma terceira fonte, um executivo do porto de Itaqui, disse que não estava ciente de quaisquer negociações no momento.
O Tegram de Itaqui está cerca de 4 mil quilômetros mais próximo do Canal do Panamá que o porto de Santos, maior exportador do Brasil, o que dá a ele uma vantagem competitiva para o embarque de soja e milho para a Ásia. A instalação recebe os grãos produzidos na área da nova fronteira chamada Matopiba, no Nordeste do Brasil, e oriundos do norte de Mato Grosso, o maior Estado produtor de soja do país.
O terminal exportou 3,34 milhões de toneladas de grãos em 2015, muito acima da meta inicial de 2 milhões de toneladas, e deve aumentar os embarques para 4,5 milhões de toneladas em 2016. Os parceiros já investiram 600 milhões de reais no terminal.
(Marcelo Teixeira, Roberto Samora e Gustavo Bonato)
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