Governistas já ensaiam discurso de oposição - e cobram até redução de ministérios

Publicado em 05/05/2016 07:25

Enquanto o governo Dilma Rousseff dá seus últimos suspiros, aliados da presidente começam a adotar posturas e a defender propostas há até pouco tempo rechaçadas por eles mesmos. Já dando como certa a aprovação do afastamento da petista pelo Senado, os defensores de Dilma vestem a camisa da oposição e dão o tom do discurso que devem fazer durante a provável gestão de Michel Temer. Nesta quarta-feira, houve até a defesa da redução de ministérios - medida que o atual governo, responsável pela inédita marca de 39 pastas, sempre rejeitou.

No plenário, a mudança de posição é visível. Durante a votação desta quarta-feira, a bancada do PT, que antes trabalhava para evitar o aumento de gastos em meio a um rombo bilionário nas contas públicas, passou a defender a aceleração das propostas que reajustam o salário de servidores de carreiras de estado. Para isso, eles recuaram até mesmo no chamado "kit obstrução" instalado por governistas para barrar a pauta. Houve espaço, ainda, para acenos aos servidores públicos que lotam as galerias.

Um dos últimos bastiões governistas, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) reconheceu que os governos de Lula e Dilma não alcançaram "tudo aquilo que desejávamos" para as carreiras de estado e adotou o tradicional discurso do medo, afirmando que Michel Temer ameaça o serviço público com uma agenda privatista.

O ex-ministro ainda usou a tribuna para fazer um apelo, "para o bem nacional", pela aprovação de medida que fixa em vinte o número máximo de ministérios. "Quero declarar o meu apoio à proposta", afirmou, desafiando o PMDB, autor da medida, a ter coerência e seguir a mesma posição. A proposta de emenda à Constituição (PEC) foi aprovada em comissão há um ano após dura obstrução de deputados do PT e aliados ao Planalto. Michel Temer chegou a alardear a redução da máquina pública em seu eventual governo, mas a pressão de partidos por cargos em troca de apoio já torna a medida inviável.

"Estou incrédulo ouvindo e vendo os discursos dos deputados do PT e seus ainda poucos aliados. Como o líder do PT vem para a tribuna dizer que deixaram de obstruir as medidas provisórias que foram editadas pelo seu governo? Isso é uma incoerência que não tem tamanho", afirmou o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), acrescendo que o governo Dilma está em "estágio terminal"

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Fonte:
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