Aumento gradativo da oferta pressiona preços do boi gordo, frango e suíno vivo
Boi Gordo: Mercado permanece em ritmo lento e com pressão de baixa
Por Juliana Serra, médica veterinária da Scot Consultoria
Permanece o viés de baixa.
As ofertas têm aumentado gradativamente. Além da diminuição de chuvas, o frio intensifica o processo de redução da capacidade de suporte das pastagens. Com isso os frigoríficos seguem com as tentativas de compras por preços abaixo da referência. Poucos negócios estão acontecendo na abertura do mercado.
Em São Paulo, algumas indústrias iniciaram a segunda-feira fora das negociações. Embora as escalas não estejam longas, o cenário baixista para a arroba do boi gordo, associado à demanda fraca, deixa a situação mais confortável para os compradores.
Em Araçatuba-SP e Barretos-SP, a arroba do macho terminado está cotada em R$154,50 e R$153,50, à vista, respectivamente. Queda de 2,0% e 1,0% em relação ao início do mês anterior, na mesma ordem.
O início de mês não deu o fôlego esperado para as vendas de carne. Os preços estão estáveis e a margem das indústrias abaixo da média histórica há mais de dois meses. A demanda é menor para o traseiro, produto de maior valor agregado.
Frango Vivo: Mês inicia com preços estáveis nas principais praças de comercialização
Por Larissa Albuquerque
O mês de maio inicia com preços estáveis no mercado independente do frango vivo, após abril ter registrado quedas significativas nas cotações. Em São Paulo os últimos 30 dias corresponderam a um recuo de 4% nas cotações, fazendo o valor médio de comercialização não ultrapassar os R$ 2,68/kg.
Na sexta-feira (29) a praça paulista fechou cotada a R$ 2,50 o quilo do animal vivo, não sofrendo alterações desde então. No entanto, segundo levantamento do AviSite, em abril, grande parte das negociações foram realizadas abaixo da referência, portanto, o mercado estaria registrando o pior resultado dos últimos 10 meses.
Com esse desempenho, o preço médio do frango vivo nas granjas paulistas nos primeiros quatro meses do ano alcançou a média de R$2,73/kg, valor apenas 4% superior à média registrada nos 12 meses de 2015.
Em Minas Gerais, as cotações também não apresentaram alteração nesta segunda-feira (02). Segundo dados da AVIMIG (Associação dos Avicultores de Minas Gerais) o preço médio do quilo do animal vivo, posto granja, fechou em R$ 2,35, mesmo valor registrado na sexta-feira (29).
De acordo com o Cepea, a principal causa de quedas expressivas nas cotações em abril foi o aumento na oferta. “Segundo pesquisadores do Cepea, mesmo com a demanda enfraquecida do atacado, a oferta de animais para abate continua maior que a procura”, aponta o Centro.
Exportações
As exportações de carne de frango 'in natura' do Brasil apresentaram novamente um bom desempenho em abril. Segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), divulgados nesta segunda-feira (02), os embarques totalizaram 378,7 milhões de toneladas, com receita de US$ 533,3 milhões.
Esse volume corresponde a um avanço de 25,7% em relação ao igual período do ano passado e, 10,5% em receita na mesma base comparativa.
Suíno Vivo: Semana inicia com queda de preço no RS
Por Larissa Albuquerque
O preço do suíno vivo pago ao produtor independente do Rio Grande do Sul sofreu nova baixa nesta segunda-feira (02). De acordo com a pesquisa semanal da ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul), a queda foi de R$ 0,02 deixando a cotação em R$ 3,05/kg posto indústria.
O excedente na oferta de animais é um dos principais fatores de pressão para as cotações, segundo explica o analista da Safras & Mercado, Allan Maia. Além disto, a demanda também está enfraquecida, um reflexo da situação política e econômica.
Em abril, o mercado de suínos encerrou em baixa em diversas regiões do país. De acordo com estimativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), somente em 2016, espera-se um crescimento na produção de carne suína na ordem de 2,0%, podendo chegar a 3,0%.
Os suinocultores também sofrem com a baixa na confiança do consumidor brasileiro, que anda desestimulado com a crise econômica do país.
“A diminuição da capacidade de consumo da população, ocasionada pelo aumento da taxa de desemprego e queda na renda, reflete diretamente na confiança dos consumidores, que passam a ter mais cautela na hora das compras, optando por alimentos mais baratos, mesmo com a carne suína tendo se mantido competitiva em relação a proteína bovina”, afirma em nota o diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Nilo de Sá.
Segundo Maia, houve uma expectativa de aquecimento na demanda interna e de melhora nas exportações, o que levou o setor a ampliar a oferta de animais.
Além disso, o boletim semanal do Cepea apontou que atual patamar de preços nas granjas chegou ao pior resultado dos últimos quatro anos em termos reais em Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. As dificuldades não se limitam apenas nas cotações em queda, mas também na alta dos custos de produção.
Exportações
As exportações de carne suína 'in natura' do Brasil em abril apresentaram avanço em volume e receita na comparação com o mês anterior e o igual período do ano passado. Segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), divulgados nesta segunda-feira (02), os embarques totalizaram 52,9 mil de toneladas, com receita de US$ 100 milhões.
Esse volume corresponde a um avanço de 47,1% em relação ao igual período do ano passado e, 2,6% em comparação a março de 2016. Em receita o crescimento foi de 10,9% e 16,9%, relacionando com o mês passado e o igual período de 2015, respectivamente.
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