Café: Bolsa de Nova York cai mais de 400 pts e vencimentos voltam ao patamar de US$ 1,20/lb com realização de lucros
Nesta quarta-feira (27), os futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) recuaram mais de 400 pontos. O mercado realizou lucros ante as recentes altas, que fizeram os preços se aproximarem do patamar de US$ 1,25 por libra-peso. Além disso, o financeiro e informações sobre a safra do Brasil também exerceram pressão sobre as cotações durante a sessão.
O contrato maio/16 registrou 121,05 cents/lb com queda de 420 pontos, o julho/16 teve 121,50 cents/lb com baixa de 425 pontos. Já o vencimento setembro/16 anotou 123,30 cents/lb com 410 pontos de recuo, enquanto o dezembro/16 fechou o dia cotado a 125,65 cents/lb com 400 pontos de desvalorização.
"O dia foi marcado por operações de realizações de lucros. Após as boas oscilações dos últimos dias, o mercado resolveu expurgar o excesso de gordura especulativa nas cotações e assim, o campo negativo prevaleceu", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, que acredita em recompras para amanhã no terminal.
Sem as intervenções do Banco Central e ainda repercutindo o cenário político no Brasil, o dólar comercial fechou em alta nesta quarta-feira. A moeda estrangeira mais valorizada em relação ao real acaba dando maior competitividade às exportações da commodity, porém os preços externos tendem a recuar. A divisa estrangeira anotou R$ 3,5243 na venda com alta de 0,15%.
Além do câmbio, a queda nos preços do petróleo pela manhã em Nova York também acabou puxando para baixo as commodities agrícolas. As informações são de agências internacionais.
O maior otimismo dos operadores em relação à safra 2016/17 do Brasil também acaba contribuindo para o tom baixista no mercado do arábica. Segundo a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café), a produção do grão no país nesta temporada deverá superar 53 milhões de sacas, acima das previsões iniciais do governo federal.
A colheita do café começa de forma lenta nas principais áreas produtoras do Brasil. Os trabalhos ainda não estão generalizados, mas as primeiras amostras que chegam ao mercado dão um panorama de como promete ser a produção da safra 2016/17.
No Sul de Minas Gerais, principal região produtora de arábica, a colheita tem surpreendido positivamente os produtores, enquanto que no Espírito Santo, maior estado produtor da variedade robusta, as perdas que eram esperadas devido à seca têm sido confirmadas.
Mercado interno
Os negócios com café seguem isolados nas praças de comercialização do Brasil, os produtores estão mais atentos ao início da colheita e retraídos do mercado interno à espera de preços mais altos. "Os trabalhos de colheita avançam e, assim, as atenções do seguir estão mais focadas no mundo produtivo do que no mercadológico", explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 530,00 a saca e queda de 1,85%. A maior oscilação no dia dentre as praças foi registrada em Guaxupé (MG) com baixa de 3,16% e saca a R$ 521,00.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 513,00 a saca e baixa de 3,21%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Araguari (MG) com R$ 500,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Guaxupé (MG) com queda de 3,46% e saca a R$ 475,00.
Na terça-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 463,14 com alta de 0,54%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam em baixa nesta quarta-feira, após duas sessões consecutivas de alta. O contrato maio/16 registrou US$ 1536,00 por tonelada com queda de US$ 20, o julho/16 teve US$ 1574,00 por tonelada e recuo de US$ 15, enquanto o setembro/16 anotou US$ 1594,00 por tonelada e desvalorização de US$ 17.
Na terça-feira (26), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 382,40 com avanço de 0,16%.
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