Milho: Em Chicago, preços operam com leves ganhos, próximos da estabilidade na manhã desta 4ª feira
As cotações futuras do milho iniciaram o pregão desta quarta-feira (20) em campo positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal exibiam ganhos entre 0,50 e 1,75 pontos, por volta das 7h50 (horário de Brasília). O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,86 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,96 por bushel.
O mercado do cereal ainda está atento às informações vindas da América do Sul, especialmente em relação ao clima no Brasil. Diante do clima seco e das altas temperaturas registradas nas principais regiões produtoras do cereal na segunda safra, o mercado internacional já começou a dar atenção ao cenário. Inclusive, já há projeções de quebra na produção brasileira.
No caso dos Estados Unidos, os investidores acompanham a evolução dos trabalhos nos campos. Até o último domingo (17), cerca de 13% da esperada para essa temporada já havia sido cultivada, de acordo com o boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Confira como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: De olho no clima no Brasil, set/16 sobe 4% na BM&F e se aproxima dos R$ 40,00/sc
A terça-feira (19) foi de forte alta aos preços do milho praticados na BM&F Bovespa. As principais posições da commodity fecharam o pregão com valorizações expressivas entre 2,29% e 5,00%. O vencimento maio/16 subiu para R$ 48,60 a saca, enquanto o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, subiu 4,10% e encerrou o dia bem próximo dos R$ 40,00 a saca, cotado a R$ 39,35 a saca, maior patamar registrado desde que o contrato começou a ser negociado em julho de 2015. Os contratos de 2017 também registraram fortes ganhos e bateram o patamar de R$ 40,00 a saca.
Comportamento dos preços desde que o contrato começou a ser negociado - Fonte: BM&F Bovespa
De acordo com o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildenbrandt, as cotações do cereal foram alavancadas pelas preocupações em relação ao clima na faixa central do Brasil. Nesse momento, os principais estados produtores de milho safrinha sofrem com a ausência de chuvas e as altas temperaturas, o que trouxe incertezas sobre a oferta e também já é destaque no cenário internacional. Para essa temporada, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a produção em 57,13 milhões de toneladas do grão, 4,7% a mais do que colhido no ciclo anterior, de 54,59 milhões de toneladas.
"No sul do Mato Grosso, tivemos algumas áreas que receberam chuvas e outras não. Porém, a maior apreensão se dá no leste, na região do Araguaia. E no norte de Mato Grosso do Sul a situação também é preocupante", ressalta o analista.
Em São Gabriel do Oeste (MS), uma das mais importantes na produção do cereal na segunda safra, as precipitações não acontecem há mais de 20 dias. Diante desse quadro, os produtores já ressaltam que a produtividade das plantações foi comprometida. “E mesmo que chova nesse momento já temos perdas, pois o milho é uma planta diferenciada, com 45 dias já define a formação das espigas. Em 2015, colhemos em torno de 116 sacas por hectare, quase 7 mil quilos por hectare e esse ano não iremos atingir a metade”, disse o presidente do Sindicato Rural do município, Júlio César Bortolini.
No caso do Triângulo Mineiro a situação é bem semelhante. Em Coromandel (MG), algumas regiões estão sem chuvas há mais de 40 dias. Com isso, o rendimento médio das lavouras pode baixar para 40 sacas a 50 sacas do grão por hectare, contra uma média de 120 sacas por hectare registrada em anos anteriores, conforme explica o produtor rural da região, Abdala Daguer Neto. Em outros estados como Goiás, São Paulo e Paraná, o quadro é o mesmo, o que tem gerado muita apreensão aos produtores rurais.
E, pelo menos por enquanto, as previsões climáticas não indicam o retorno das chuvas para essas regiões. Segundo dados reportados pela Climatempo, ao longo dessa semana, o tempo seco e as altas temperaturas ainda deverão ser observadas, especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste. E para os próximos 7 dias, o cenário é o mesmo. Da faixa que vai do estado do Paraná ao Pernambuco não há previsões de chuvas significativas.
No mercado interno, as cotações também subiram, apesar da queda do dólar. Em Itapeva (SP), o valor subiu 12,49% e a saca fechou o dia a R$ 43,96, já em Avaré (SP), o ganho foi menor, de 7,14%, com a saca a R$ 43,96. Em Jaboticabal e São João da Boa Vista, ambas praças paulistas, a valorização ficou em 2,31%, com a saca a R$ 42,98. No Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega setembro/16 subiu para R$ 34,50 a saca, com alta de 1,47%.
Na contramão desse cenário, o preço caiu 3,23% em Sorriso (MT) e a saca fechou o dia a R$ 30,00. No Oeste da Bahia, a cotação recuou 2,44%, mas manteve o nível de R$ 40,00 a saca. Em Itapetininga (SP), a queda foi de 2,23%, com a saca a R$ 42,98. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
No mercado interno, os analistas ponderam que as cotações ainda encontram suporte na relação entre oferta escassa e a demanda firme. Frente aos melhores preços praticados desde o ano passado, as exportações ganharam expressividade e grande parte do excedente da produção foi embarcada. Inclusive, nesse instante, algumas empresas brasileiras já importam milho do Paraguai e também da Argentina.
Bolsa de Chicago
O pregão desta terça-feira (19) também foi de alta aos preços do milho praticados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal exibiram valorizações entre 3,50 e 6,25 pontos. O maio/16 finalizou o dia a US$ 3,84 por bushel, e o dezembro/16 a US$ 3,96 por bushel. O mercado consolidou a 6ª sessão consecutiva de altas.
Conforme dados reportados pelas agências internacionais, o mercado encontra sustentação nas preocupações com o clima e, consequentemente a safrinha brasileira. "Os mapas meteorológicos mostram condições secas para o Brasil esta semana. As lavouras estão em uma fase crítica e precisam de chuvas", relatou o analista e editor da Farm Futures, Bob Burgdorfer.
Além disso, ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou a venda de 241,516 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. Do total, 65,766 mil toneladas serão entregues na temporada 2015/16 e o restante, de 175,750 mil toneladas na safra 2016/17.
Já em relação à safra norte-americana, o órgão informou que cerca de 13% da área projetada para essa temporada já foi cultivada com o cereal. O número está bem acima do registrado no mesmo período do ano anterior, de 7%. Porém, ficou ligeiramente abaixo das expectativas dos participantes do mercado, entre 14% e 15%. "O comércio estava olhando para o plantio do milho e esperava algo próximo de 15%", disse Benson Quinn Commodities, em entrevista ao site internacional Agrimoney.
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