Milho: Com foco no clima no Brasil, mercado amplia ganhos ao longo do pregão desta 3ª feira em Chicago
Ao longo do pregão desta terça-feira (19), as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram os ganhos. Por volta das 12h29 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam altas entre 4,50 e 6,25 pontos. O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,85 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,96 por bushel.
O mercado dá continuidade à movimentação positiva e caminha para consolidar a 6ª sessão consecutiva de altas. Nesse instante, os analistas explicam que o foco dos investidores está no início da safra dos Estados Unidos e a situação climática na América do Sul. Ainda no final da tarde de ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que até o último domingo (17) cerca de 13% da área projetada para essa temporada já havia sido cultivada com o cereal.
O número está bem acima do registrado no mesmo período do ano anterior, de 7%. Porém, ficou ligeiramente abaixo das expectativas dos participantes do mercado, entre 14% e 15%. "O comércio estava olhando para o plantio do milho e esperava algo próximo de 15%", disse Benson Quinn Commodities, em entrevista ao site internacional Agrimoney.
Por outro lado, a safra da América do Sul continua sendo observada pelos investidores. E o tempo seco e as altas temperaturas registradas na faixa central do Brasil também dão apoio aos preços da commodity no mercado internacional. "O comércio está considerando ativamente o potencial negativo para a cultura de milho safrinha do Brasil", disse Richard Feltes no RJ O'Brien, sinalizando uma estimativa da Commodity Weather Group, que divulgou que, caso o clima seco permaneça em maio "poderia cortar a colheita em 15%, ou cerca de 8,6 milhões de toneladas", informou o Agrimoney.
Alguns analistas internacionais já projetam uma quebra entre 3 milhões a 10 milhões de toneladas de milho na safrinha. Para essa temporada, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima a produção em 57,13 milhões de toneladas do grão, 4,7% a mais do que colhido no ciclo anterior, de 54,59 milhões de toneladas.
"Ainda é muito cedo para determinar a extensão dos danos. Porém, uma grande parte da safrinha brasileira está em fase crítica de polinização e as temperaturas continuam elevadas e sem chuvas", ressalta Terry Reilly, analista da Futures International. E, pelo menos nos próximos 7 dias, a região central do Brasil, que concentra grande parte da produção de safrinha, não deve receber volumes significativos de chuvas, conforme boletim divulgado pela Climatempo.
Além disso, a Labhoro Corretora reportou que os fundos de investimentos voltaram à ponta compradora do mercado. "Os fundos continuam com uma grande posição vendida no milho, porém, a cada dia ela diminui", informou em seu boletim diário. Ainda hoje, o USDA divulgou a venda de 241,516 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. Do total, 65,766 mil toneladas serão entregues na temporada 2015/16 e o restante, de 175,750 mil toneladas na safra 2016/17.
BM&F Bovespa
Apesar do recuo registrado na moeda norte-americana nesta terça-feira (19), as cotações futuras do milho trabalham em alta na BM&F Bovespa. Perto das 12h41 (horário de Brasília), as principais posições do cereal acumulavam valorizações entre 1,47% e 2,54%. O contrato maio/16 era cotado a R$ 48,25 a saca, já o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 38,71 a saca.
Por volta das 12h19 (horário de Brasília), o câmbio era cotado a R$ 3,5438 na venda, com queda de 1,48%. Segundo dados do site G1, o dólar reflete o bom humor no exterior com a alta dos preços do petróleo e a ausência do Banco Central do mercado. Os investidores também aguardam novas informações sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que agora está com o Senado.
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