Crise econômica afeta produtores rurais do Alto Tietê (SP)

Publicado em 11/04/2016 08:20
Plantio de outono e chegada do inverno também preocupam.Alguns já mudaram o modo da compra de insumos que é em dólar.

A crise econômica chegou até os agricultores do Alto Tietê. Outro fator que também prejudica a parte econômica dos produtores é o plantio do outono. Os insumos subiram e fica mais caro preparar a terra. Por outro lado, não dá pra deixar o cliente na mão. Então, o jeito é rever custos e mudar o jeito de administrar o sítio. Desta forma, eles avaliam que dá para ir tocando os negócios, sempre à espera de tempos melhores.

No sítio de João e Thais Copola, que fica em Biritiba Mirim, pai e filha há cinco anos entraram no mercado do cultivo de mudas. Atualmente, a produção fica em torno de 3,5 mil bandejas de mudas de alface por semana. Clientes eles garantem que tem. “Existe um mercado potencial de mudas na região. Até caberia mais viveristas. O importante é que se trabalhe em nível de qualidade adequada”, afirma a diretora da empresa, Thais Copola.

Claro que por causa da época ruim, eles mudaram um pouco a forma de administrar. Sementes e insumos estão mais caros, quase tudo é negociado em dólar. Por isso, os preços foram lá para cima. Então, a saída foi comprar os produtos mês a mês, coisa que antes eles faziam de seis em seis meses. “Para a gente fazer uma compra melhor, em um melhor preço. Como oscila muito a cada mês, preferimos não fazer estoque.”

Eles até fizeram um investimnto alto no sítio recentente com a contrução de um galpão para abrigar as máquinas que higienizam as bandejas e outra que prepara as mudas. Ainda não chegaram a dispensar funcionários e nem diminuíram a produção, por enquanto. Mas agora vão negociar melhor com os clientes, e trabalhar pra atrair novos, já que está todo mundo reclamando. “A gente trabalha na região muito no boca a boca. os meus clientes indicam outros. Não temos parte comercial com vendedores. A gente tá sentindo necessidade de montar equipe para trabalho comercial”, avalia Thais.

No inverno a produção geralmente cai cerca de 30%, mas para eles está dentro da previsão. Os clientes até pouco tempo se programavam, mas agora deixam para pedir mais em cima da hora. Por isso, pelo menos 20% das mudas do sítio são plantadas no risco.

Já no sítio de Lorenço Mognon, em Mogi das Cruzes, por enquanto, a produção está estável. Ele mesmo produz as mudas que vai usar na área de 28 hectares. Hoje tem orégano, salsa, alecrim, hortelã, acelga e outras variedades de hortaliças e temperos. Tudo é vendido para feirantes. Segundo Mognon, nessa época de transição, saindo de um clima quente e entrando em tempos gelados, o jeito é se reorganizar.

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Cenário MT

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