Contas para o confinamento começam a ser feitas e apesar de margens levemente positivas, risco da atividade deve ser levado em consideração
A oferta continua direcionando os preços da arroba que seguem firmes em boa parte do país. Mesmo com a demanda interna enfraquecida e margens das indústrias apertadas, o valor de matéria prima não para de subir. De acordo com levantamento da Scot, na praça paulista de Araçatuba (SP) a arroba valorizou 6,1% desde o inicio do ano.
Para o consultor da Scot, Alex Santos Lopes, esse cenário deixa claro a influencia da baixa disponibilidade de boiadas no mercado atual. No entanto "é preciso considerar todos os cenários, desde possíveis novas altas, como um movimento de pressão dos frigoríficos e uma concentração maior da oferta no inicio da seca, por isso continuamos indicando cautela as pecuaristas", acrescenta Lopes.
Nos próximos meses a tendência é de uma degradação natural na condição das pastagens, conseqüência da diminuição das chuvas. Neste período, Lopes considera que poderemos ter uma convergência na oferta que certamente trará pressão as cotações, mas nada suficiente para derrubar o mercado.
Atualmente em São Paulo os negócios acontecem entre R$ 155,00/@ até R$ 158,00/@ a vista. No mercado atacadista de carne bovina osso, o preço do boi casado de animais castrados está cotado em R$9,93/kg. Assim, a margem das indústrias, que é o diferencial entre a receita e o preço pago pela arroba, está em 14,8%, o que acende um sinal de alerta para possíveis movimentos de pressão dos frigoríficos.
Confinamento
A programação dos pecuaristas que vão realizar o confinamento neste ano deve começar nos próximos meses, e as dúvidas se será uma atividade rentável já paira sobre o setor. Analises da Scot apontam um resultado de 1% a 3,11% ao mês dependendo do tipo do confinador - considerando o preço atual do boi magro e a referência na BM&F.
Apesar da margem pouco positivas, Lopes ressalta que é importante levar em consideração a oportunidade de encurtar o ciclo de produção. "Talvez 2016 seja o último ano de alta do ciclo, então colocar o animal no confinamento e aumentar o giro, o pecuarista ainda consegue aproveitar o último de ciclo pecuário", explica.
Diante desse cenário o consultor afirma que deveremos ter um volume de confinamento próximo ao que foi observado em 2015.
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