Previsões de safra maléficas X Preços manipulados, por Armando Matielli
Estive na FENICAFÉ, em Araguari, na semana passada, representando a SINCAL. Na abertura, no dia 08/03/2016, sentimos que o “Status Quo” será mantido dado as explanações do C.N.C que não apresentou nenhuma estratégia para elevarmos o preço do café. O Silêncio e a omissão proposital, demonstra o desinteresse do representante do setor produtivo na elaboração de ações possíveis no intuito da melhoria dos preços. Uma decepção cientificar-se dessa posição do CNC.
Nas apresentações do setor comercial com a mesa representada pelo CECAFÉ, através do presidente Sr. Nelson Carvalhaes e exportadores, manifestamos a respeito dessas previsões de safra divulgadas, constantemente, de maneira orquestrada, com números distorcidos donde apresentam diferenças absurdas de previsões. Essas distorções de previsões impactam no comercio do café sempre ocasionando quedas nos preços prejudicando o setor produtivo. Há previsões de 40 a 43 milhões de sacas até 55 - 60 milhões de sacas. Como é possível isso? Demonstra leviandade e o descompromisso com a realidade. Reclamamos aos nossos exportadores, principalmente, ao Sr. Nelson Carvalhaes, que demonstrou sensibilidade, coerência e empatia ao exposto. Somos respeitosos ao Sr. Nelson Carvalhaes, pois, sabemos que o escritório Carvalhaes tem uma tradição secular e sempre fazem análises coerentes e não distorcem informações para prejudicar os cafeicultores. Nossas considerações com o Srs. Carvalhaes, verdadeiros baluartes no comercio de café. Ainda dirigimos ao Sr. João Faria, da Terra Forte e, grande cafeicultor brasileiro. Trata-se de uma autoridade empresarial e com sensibilidade para os fatos contemplados com relação às previsões. O Sr. João Faria mostrou disposto a melhoras nas previsões e endossado pelo Sr. Nelson Carvalhaes. Sugerimos que, ao invés dessas previsões distorcidas, faça-se uma única previsão dos exportadores através de uma credibilidade internacional como K.P.M.G , Prime White House, e outras desses calibres ou ainda o Procafé. Com isso teríamos um numero previsto com sustentação técnica e, a contribuição financeira proporcional de cada exportador não seria impactante economicamente nos orçamentos de cada qual. Essa sugestão foi aceita e o Sr. Nelson Carvalhaes, com sua empatia prometeu conduzir esse assunto no CECAFÉ. Agora temos uma posição para a solução dessas previsões sem a necessidade de outras medidas.
Com relação aos preços não concordamos, em hipótese alguma, com essa derrocada dos preços de café em dólares. Partimos das seguintes premissas: 1) Estoques baixos no mercado interno; 2) Estoque baixíssimo em Nova York, na faixa de 1.500.000 sacas; 3) Quedas nas produções das safras 2013/2014 e 2014/2015; 4) Ferrugem na America Central derrubando a produção em praticamente 8-10 milhões de sacas/ano; 5) Consumo mundial crescente; 6) Nenhum pais do mundo mostra produção acima das médias históricas contemporâneas principalmente , nos arábicas.
Aqui enfatizamos nosso cunho crítico. No final de 2014 e inicio de 2015, os preços em N.Y, giravam entre US$ 1,90 a US$ 2,30/libra peso e hoje, na faixa de US$ 1,20/ libra peso. Vejam o total desperdício e amadorismo do setor produtivo não aproveitando esses patamares de preço na sustentação na faixa de US$ 1,90 a US$ 2,30/ libra peso. Literalmente, houve incompetência dos nossos setores representativos da produção que não tiveram a vontade de criar artifícios e estratégias para segurar os níveis de preços citados. Era possível? Sim, plenamente possível!!!! Deixamos de irrigar economicamente o setor produtivo com um faturamento / receita, no mínimo o dobro dos preços atuais. A retórica que precisamos exportar o máximo para manter o Mark share como alega determinado presidente de uma cooperativa, é infundada demonstrando uma carterização do setor comercial prejudicando o setor produtivo. Chega desse Cartel!!
Os senhores comerciantes, algumas cooperativas, traders, o setor de torrefação e nossos representantes do setor produtivo estão matando a “galinha de ovos de ouro” e, prejudicando a nação cafeeira.
O BRASIL É VILÃO DO PREÇO BAIXO DO CAFÉ. O Dólar sobe e simultaneamente desaba o preço, em libra peso em NY que reage o mercado internacional; O dólar cai aumenta-se em libra peso e assim vamos demonstrando diariamente que o Brasil é o responsável pelo baixo preço internacional do café. “Só não vê quem não quer”. Com isso, tabelaram o preço na faixa de R$ 450,00 a R$ 500,00/saca e assim vão exaurindo e massacrando o setor produtivo.
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