Etapa final da colheita decepciona produtores de soja na região de Sinop-MT. Média de produção não deve chegar a 47 sacas /ha

A colheita da soja na região de Sinop (MT) chegou à etapa final e os resultados têm ficado abaixo do esperado. Na média os produtores estão colhendo 45 sacas por hectare, contra uma perspectiva inicial de 50 sacas por hectare.

De acordo com o presidente do sindicato rural, Antônio Galvan, as produtividades mais baixas foram registradas nas lavouras semeadas em novembro que sofreram com um período maior de irregularidades climáticas.

"Inicialmente colhemos muito bem, com várias áreas acima de 60 sacas por hectare, e achávamos que seria uma safra recorde, mas infelizmente estamos amargando um final de colheita muito ruim no quesito rendimento", afirma Galvan.

Segundo ele, com a média de 45 a 47 sacas por hectare os agricultores arrendados não conseguem cobrir os custos de produção. Assim, o presidente considera que mais de 50% dos produtores do município não conseguirão cumprir os contratos antecipados realizados com a soja.

Com as cotações do grão em Chicago também sem sofrer alterações nos últimos meses, em dificuldade de romper os US$ 9 por bushel, os sojicultores vêm o cenário dessa safra se agravar. Na região a saca da oleaginosa é comercializada entre R$ 56,00 a R$ 57,00.

Safrinha de Milho

A área destinada ao milho safrinha em Sinop já está 100% semeada e se desenvolve bem até o momento. No entanto, grande parte das lavouras foram cultivadas fora de janela ideal e agora é para o clima que se voltam as atenções dos agricultores.

Para Galvan, "a produção de milho do Mato Grosso dependerá da clima no mês de abril. Se tivermos boas chuvas até o final do mês, com certeza teremos uma safra ultrapassando os 20 milhões de toneladas, mas tudo vai depender do índice fluviométrico", ressalta o presidente.

De acordo com previsões climáticas da Somar Meteorologia, o outono será mais seco no centro norte do país, onde as chuvas no Mato Grosso devem cortar a partir do próximo dia 10, permanecendo a estiagem até a primeira quinzena de maio.

Caso esse cenário se confirme, Galvan afirma que os produtores terão mais um safra de prejuízos. Segundo dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) o estado tem pouco mais de 60% da safra de milho já comercializada.