Suíno Vivo: Mercado não reage e semana encerra com queda de preços no Paraná

Publicado em 18/03/2016 17:46

Nesta sexta-feira (18), as cotações para o suíno vivo voltaram a encerrar estáveis nas principais praças de comercialização. Durante a semana, quase não ocorreram mudanças de preços, apesar do setor ter apostado em uma recuperação. Por outro lado, as exportações seguem registrando números positivos e devem fechar o mês com mais um recorde.

Em entrevista ao Portal ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), o consultor da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Jurandi Machado, aponta que são diversos fatores que estão contribuindo para o mau momento do mercado de suínos. Com a situação da crise econômica no país, a demanda pelas proteínas está enfraquecida.

Além disto, houve um aumento generalizado na oferta de animais, com investimentos na produção. A situação é observada para o mercado de frango vivo, o que também influencia para o suíno vivo. Machado ainda aponta que os abates seguem com força total, com crescimento de 6% apenas no primeiro bimestre de 2016. 

Cenário que já vem ocorrendo desde o ano passado. Nesta semana, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o balanço de abates de suínos em 2015. No ano, foram abatidas 39,26 milhões de cabeças de suínos, aumento de 5,7% em relação ao ano de 2014. 

» IBGE: Em 2015, abate de suínos e de frangos bate recorde, mas o abate de bovinos e as aquisições de leite e de couro recuam

O Cepea também cita no seu boletim semanal o aumento da oferta de animais nas granjas e aponta como um dos principais fatores de pressão. "Com os insumos utilizados na alimentação caros, produtores antecipam a terminação do animal ou ofertam mesmo abaixo do peso ideal, aumentando a disponibilidade de animais para abate", aponta o Centro. 

Além disto, o poder de compra dos suinocultores diminuiu, com o preço do milho pressionando margens, enquanto as cotações não registram altas significativas. Para o farelo de soja, o cenário não é diferente. " Apesar de os valores desse insumo estarem em queda desde o final de janeiro, o poder compra do suinocultor na primeira quinzena de março também esteve menor que há um ano", explica. 

Diante deste cenário, a Conab ( Companhia Nacional de Abastecimento) vem realizando leilões de milho para atender o setor de proteína animal, que enfrenta fortes altas no valor da saca do cereal e dificuldades para adquirir. Nesta quarta-feira (16) foram comercializadas 22 mil toneladas proveniente dos estoques públicos armazenados em Mato Grosso. Segundo informações da Conab, até o momento já foram vendidos mais 487,3 mil t de milho em 11 operações.

Machado ainda aponta que com os produtores de grãos apostando na safrinha de milho, o período atual se tornou de entressafra e quase não há oferta. Com isso, alguns produtores estão importando o cereal da Argentina. 

Preços

O levantamento semanal realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que houve mudanças de preços na semana apenas no Paraná. Na praça, as cotações cederam 0,61%, que levou as cotações para R$ 3,25 pelo quilo do vivo. Em Santa Catarina, a bolsa de suínos optou pela manutenção de preços e segue com negócios há R$ 3,40 pelo quilo do vivo. A região, era a última a definir referência nesta semana. 

Já em São Paulo, a APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) divulgou que a praça está sem referência.  Na semana anterior, a referência em São Paulo havia subido e os negócios estavam ocorrendo entre R$ 66 a R$ 68/@ - o equivalente a R$ 3,52 a R$ 3,63/kg. 

Em Minas Gerais, excepcionalmente não houve a bolsa de suínos do estado. Por outro lado, a ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais) aponta que vai manter a referência anterior, que é de R$ 3,50 para o quilo do vivo, tanto para o estado mineiro quanto pra Goiás. O valor deve valer até a próxima segunda-feira (21).

No Rio Grande do Sul, a pesquisa semanal divulgada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul) apontou que os preços médios pagos aos produtores gaúchos continuaram em R$ 3,36/kg. Para os produtores integrados, a média estadual segue em R$ 2,88/kg.

Por outro lado, a pesquisa ainda aponta que o valor médio da saca de milho registrou uma nova alta. Nesta semana, passou de R$ 38,50 por saca para R$ 40,17 no Rio Grande do Sul. O farelo de soja teve um leve recuo e fechou com a média de R$ 1.056,67 pela tonelada.

Exportações

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) também divulgou nesta tarde os números parciais de embarques de carne suína in natura para o mês de março. Até a segunda semana do mês – 9 dias úteis -, foram exportadas 24,1 mil toneladas, com média diária de 2,7 mil toneladas. Se comparado com o volume diário embarcado em março do ano passado, há um crescimento de 92%, enquanto que em relação ao mês passado, o aumento é de 15,9%. Em receita, a soma é de US$ 40,6 milhões. 

Apesar do crescimento no volume das exportações, em receita houve queda de até US$ 1.000 por tonelada em comparação há um ano. O consultor da ABPA, explica que com a recuperação nos Estados Unidos, após os casos de PED suína, a oferta de animais aumentou no cenário externo -  o que pressionou preços. 

» Confira na íntegra as cotações para o suíno vivo

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Tags:
Por:
Sandy Quintans // André Lopes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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