Soja fecha acima dos US$ 9 em Chicago nesta 5ª feira com suporte do dólar e petróleo

Publicado em 17/03/2016 16:44

"Os preços da soja estão começando a mudar de direção", diz o consultor em agronegócios Ênio Fernandes sobre o andamento do mercado da oleaginosa na Bolsa de Chicago. Nesta quinta-feira (17), os futuros da commodity fecharam a sessão com ganhos de mais de 3 pontos nas posições mais negociadas, mas, durante o dia, os ganhos chegaram a superar os 9 pontos.

Os principais contratos, portanto, estão todos acima dos US$ 9,00 por bushel. A exceção fica por conta do maio/16, referência para a safra brasileira, que terminou o dia cotado a US$ 8,94, porém, na máxima do pregão, foi a US$ 9,04. Já o novembro/16 ficou com US$ 9,06, após bater na máxima de 9,15. 

Além de algumas especulações sobre o início da safra norte-americana e da conclusão da sul-americana, o mercado futuro da soja nos EUA encontrou força ainda, nesta quinta-feira, no avanço das cotações do óleo de soja, motivado pelas perspectivas de um aumento da demanda internacional diante de uma redução na produção do óleo de palma - com seus preços batendo nas máximas de 20 meses, segundo explicaram os analistas internacionais. 

Para Fernandes, "a medida em que nos aproximamos mais do plantio da nova safra norte-americano, nos aproximamos mais de preços firmes na casa dos US$ 9,00 por bushel". Como explicou o consultor, a semeadura da temporada 2016/17 começando a ganhar corpo nos Estados Unidos permite ainda a volta da volatilidade para as cotações, já que começa a se desenhar um novo cenário para as cotações e uma renovação, portanto, das especulações, além de seu fortalecimento. 

No entanto, pondera ainda sobre um mercado ainda de lado, pelo menos, até o próximo dia 31 de março, quando o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta o seu relatório de estoques trimestrais e as expectativas do mercado indicam volumes elevados e ainda confortáveis para a soja. 

A demanda, no entanto, é crescente e forte, e isso se confirma tanto para a soja norte-americana, quanto para a brasileira. Reflexo disso veio reportado no boletim semanal de vendas para exportação trazido, também, pelo USDA nesta quinta-feira. Na semana encerrada em 10 de março, os EUA venderam 858,3 mil toneladas de soja, sendo 623,7 mil da safra 2015/16. O volume do atual ano comercial superou o registrado na semana anterior, quando foram vendidas 475,2 mil toneladas e, assim, elevou o acumulado na temporada a 44.809,7 milhões de toneladas. 

Dólar e Petróleo

Além de uma sinalização de os fundamentos do mercado da soja estarem ganhando força, a desvalorização do dólar frente a uma cesta de moedas internacionais, incluindo o real, e uma recuperação do mercado do petróleo nas bolsas internacionais também dão suporte aos negócios com a soja em Chicago. "Esses fatores também constroem um quadro que aproxima os preços dos US$ 9,00 por bushel", diz Ênio Fernandes. 

A moeda norte-americana, nesta quinta, fechou com queda de mais de 2% frente à brasileira e, mais uma vez, reduz a competitividade do produto nacional e provoca uma retração do sojicultor do Brasil, reduzindo sua oferta no quadro internacional. 

A movimentação da divisa, além dos fatores internacionais, conta ainda com uma turbulenta cena política interna. A perspectiva, segundo especialistas, é de que as chances de que Dilma Rousseff termine seu mandato são mínimas e de que a integração de Lula ao seu governo seja insuficiente para calar as vozes que pedem por seu impeachment. 

"A leitura é que Lula não vai conseguir evitar o impeachment e isso impulsiona os ativos brasileiros", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa.

Clique AQUI para conferir a entrevista de Corrêa, na íntegra, ao Notícias Agrícolas. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário