Milho: Apesar de indicadores ainda fortes no mercado interno, negócios mantém ritmo lento no Brasil
Os preços do milho continuam ganhando destaque no mercado interno brasileiro. Ao contrário da soja, porém, os negócios seguem travados dada a retração vendedora e a ajustada atual relação de oferta e demanda do país, como explica o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Os poucos negócios que saíram, pontualmente, em praças do Paraná e do Rio Grande do Sul, registraram valores oscilando entre R$ 43,00 e R$ 44,50 por saca, com a indústria ainda muito ávida pelo grão como, principalmente, matéria-prima para a produção de ração. Ainda de acordo como consultor, afinal, as regiões onde o abastecimento está mais comprometido são Sudeste e Sul.
"O mercado interno mantém indicadores muito fortes. Entre o Sul e o Sudeste do Brasil há cerca de 12 a 13 milhões de toneladas nos campos ainda para serem colhidas, mas com melhores condições de clima, os produtores acabam dando preferência à soja e a chegada da oferta de verão continua atrasada", explica Brandalizze. "Não há um problema sério de abastecimento, mas sim uma má distribuição desse milho", completa o consultor.
E embora no Centro-Oeste brasileiro a situação seja mais amena, por conta dos recentes leilões realizados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), por lá, o quadro é semelhante. A demanda interna, afinal, é forte de forma generalizada e os estoques nacionais são extremamente apertados.
Assim, e ao lado de um dólar ainda acima dos R$ 3,70, os futuros do cereal fecharam com mais uma sessão de altas na BM&F. Enquanto o contrato maio/16 foi a R$ 45,41 por saca, subindo 1,25%, o vencimento março/17 ganhou 2,31% para fechar com R$ 36,56.
Já no porto de Paranaguá, estabilidade nos R$ 35,00 por saca para o produto a ser embarcado em setembro. E nesse caso, os preços ainda sentem uma desaceleração dos embarques "curtos", como explica Vlamir Brandalizze, já que o milho vem dando espaço para a soja e o ritmo deve ser retomado, somente, com a chegada da safrinha.
Bolsa de Chicago
Em Chicago, os preços trabalharam o dia todo com estabilidade e assim fecharam os negócios desta quarta-feira. As posições mais negociadas terminaram o pregão recuanod entre 0,25 e 0,75 ponto, com o contrato setembro/16 valendo US$ 3,78 e o dezembro/16 cotado a US$ 3,86 por bushel.
"O mercado em Chicago segue buscando formar uma linha entre US$ 3,80 e US$ 4,00 por bushel", explica Vlamir Brandalizze. "Porém, tudo ainda vai depender de como as coisas vão correr na nova safra dos Estados Unidos e também do quadro de exportações norte-americano", completa.
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