Café: Bolsa de Nova York opera próxima da estabilidade nesta manhã de 2ª feira
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam próximas da estabilidade nesta manhã de segunda-feira (14), após avançar quase 4% no acumulado da semana passada. O mercado busca direcionamento ainda se baseando em indicadores técnicos e no câmbio.
Por volta das 09h35, o vencimento maio/16 tinha 125,90 cents/lb com alta de 10 pontos, o julho/16 registrava 127,35 cents/lb com recuo de 20 pontos. Já o contrato setembro/16 tinha 129,30 cents/lb com valorização de 10 pontos, enquanto o dezembro/16 operava com 130,75 cents/lb e 30 pontos negativos.
Veja como fechou o mercado na sexta-feira:
Café: Bolsa de Nova York ganha força e avança quase 4% na semana com dólar baixo e menor aversão ao risco
Após registrarem curtas oscilações durante toda a semana, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) subiram forte nesta sexta-feira (11), o que contribuiu para que o mercado fechasse a semana com alta acumulada de quase 4% no contrato referência, maio/16. Os preços externos repercutiram durante as últimas sessões o enfraquecimento do dólar ante o real, indicadores técnicos e estimativas para a safra 2016/17 do Brasil aquém da expectativa dos envolvidos.
"Como venho analisando há algum tempo, o mercado cafeeiro externo tem forças pelas próprias pernas para se sustentar e aliado a isso, tivemos uma semana de grande volatilidade negativa do dólar no Brasil", afirma o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães.
Os lotes com entrega para março/16 fecharam a sessão de hoje cotados a 124,40 cents/lb com 380 pontos de alta, o maio/16 registrou 126,00 cents/lb e valorização de 385 pontos. Já o contrato julho/16 anotou 127,85 cents/lb e 380 pontos de avanço, enquanto o setembro/16 teve 129,40 cents/lb com valorização de 360 pontos.
De acordo com o analista de mercado João Santaella, a menor aversão ao risco no cenário internacional também acabou dando impulso às cotações nesta sexta-feira uma vez que elas acompanham o desempenho de outras commodities, como o petróleo, por exemplo. "Acredito muito que com o mercado acima de 125,00 e 126,00 cents/lb vamos entrar em uma tendência de alta mais forte, podendo chegar a 130,00, 135,00 e 147,80 cents/lb", afirma.
Ainda acompanhando as incertezas em relação à política no Brasil, o dólar comercial continua sua trajetória de queda, após o Ministério Público de São Paulo solicitar a prisão preventiva do ex-presidente Lula. O dólar menos valorizado que o real acaba desencorajando as exportações da commodity e dá suporte aos preços na ICE. A divisa americana fechou a sessão de hoje cotada a R$ 3,5910 na venda com queda de 1,38%.
O CeCafé divulgou na quinta-feira que as exportações de café do Brasil subiram 1,5% em volume na comparação com o mesmo mês de 2015 e 0,8% em relação a janeiro de 2016, mantendo uma média de exportação para o período de 2,8 milhões de sacas nos últimos três anos. O destaque para esse desempenho vem da comercialização do café arábica e do solúvel, que cresceram, respectivamente, 9,3% e 7,8%.
No meio da semana, a estimativa do Rabobank para a safra 2016/17 do Brasil abaixo das expectativas acabou movimentando o mercado, uma vez que as cotações só vinham precificando aspectos mais técnicos. Após visitas em fazendas do Brasil, o banco especializado em commodities reduziu para 51,8 milhões de sacas a produção nesta temporada apontando uma forte queda na colheita de robusta por conta das condições climáticas adversas no Espírito Santo.
A produção da variedade arábica foi estimada pelo Rabobank em 39,2 milhões sacas, com um salto de até 6,5 milhões de sacas e a de robusta em 12,6 milhões de sacas, o que representaria uma queda de 3,9 milhões de sacas em relação à temporada passada.
Já o IBGE estimou na quinta-feira que a safra brasileira de café será de 49,7 milhões de sacas. A produção de arábica foi calculada em 38,9 milhões de sacas com crescimento de 1,4% frente ao mês anterior.
O clima mais favorável, com a ocorrência de maiores quantidades de chuvas no início desse ano nas principais áreas de produção de arábica, como Minas Gerais e São Paulo, repercutiu na reavaliação do rendimento médio, que em fevereiro aumentou 1,6% frente ao mês anterior.
Mercado interno
A semana foi bem lenta no mercado físico brasileiro. Com a chegada da nova safra e os preços aquém das expectativas dos operadores, acontecem apenas negócios isolados. No acumulado semanal, os preços nas praças de comercialização não indicam uma tendência definida.
Segundo o Cepea, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, caiu quase R$ 50,00 a saca em um mês. Com isso, os compradores estão mais atentos uma vez que essa situação leva os torrefadoras nacionais a aumentarem a parcela de arábica na elaboração dos blends. Além disso, agentes também indicam que a maior oferta de arábica a partir de meados do ano pode influenciar novas quedas do robusta.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje em Espírito Santo do Pinhal (SP) com R$ 550,00 a saca – estável. A maior oscilação no dia foi registrada em Varginha (MG) com queda de 1,89% e saca cotada a R$ 520,00.
Da sexta-feira passada para hoje, a cidade que registrou maior variação para o tipo foi Poços de Caldas (MG) com avanço de R$ 10,00 (1,96%), saindo de R$ 511,00 para R$ 521,00 a saca.
O tipo 4/5 teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 538,00 a saca e alta de 1,13%. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com avanço de 1,65% e saca valendo R$ 494,00.
Para o tipo, conforme o gráfico, a maior oscilação na semana foi registrada em Poços de Caldas (MG) que tinha saca cotada a R$ 487,00, mas subiu R$ 7,00 (1,44%) e agora vale R$ 494,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Franca (SP) e Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca, alta da 2% na primeira e preço estável na segunda. A maior oscilação no dia ocorreu em Franca.
A variação mais expressiva de preço na semana para o tipo 6 foi registrada em Franca (SP), por lá a saca estava cotada a R$ 500,00 na sexta passada, mas teve valorização de R$ 10,00 (2,00%), e agora está em R$ 510,00.
Na quinta-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 482,98 com queda de 0,79%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam com forte alta nesta sexta-feira, recuperando-se de todas as perdas da sessão anterior. O contrato março/16 registrou US$ 1377,00 por tonelada – estável, o maio/16 teve US$ 1428,00 por tonelada e avanço de US$ 26, enquanto o julho/16 anotou US$ 1455,00 por tonelada e valorização de US$ 25.
Na quinta-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 356,39 com alta de 0,51%.
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