Suíno Vivo: Semana encerra com alta de preços em São Paulo
Nesta sexta-feira (11), as cotações para o suíno vivo registraram mais um dia de estabilidade nas principais praças de comercialização. A semana foi essencialmente de preços firmes, mas também houveram altas registradas. Além disto, embarques continuaram trazendo números positivos.
Analistas esperavam que esta semana poderia ser de recuperação para o mercado, pois vem registrando preços firmes há algumas semanas e por se tratar do período do mês de melhor consumo para as proteínas. Apesar disto, o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, aponta que apenas em São Paulo foi registrado alta de preços. Para a praça, a valorização foi de 3,13% e a referência ficou entre R$ 66 e R$ 68/@ - o mesmo que R$ 3,52 a R$ 3,63/kg.
Além disto, no estado foram registrados diversas negociações a R$ 68/@, o que reforça que na próxima semana a referência pode registrar nova alta. De acordo com informações da APCS (Associação Paulista de Criadores de Suínos), foram comercializados 160 animais em Jambeiro (SP), na Fazenda Brasil. Já em Bragança Paulista (SP), a venda foi de 50 animais pelo mesmo valor.
No início da semana, Rio Grande do Sul divulgou preços estáveis na pesquisa semanal de preços realizada pela ACSURS (Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul).Com isso, o estado gaúcho mantém a referência de R$ 3,36 pelo quilo do vivo. Por outro lado, o preço médio pago pela saca de milho de 60 kg voltou a subir no estado, chegando a R$ 39,25. Já a tonelada do farelo de soja teve leve recuo e fecha a pesquisa com média de R$ 1.101,67.
Em Minas Gerais e Goiás o cenário também foi de estabilidade. Portanto, a referência segue em R$ 3,50/kg para o estado, assim como em Goiás. Segundo a ASEMG (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), frigoríficos alegaram a dificuldade de repassar custos, enquanto produtores apontaram para a redução da oferta de animais nas últimas semanas.
Já no final da semana, a bolsa de suínos de Santa Catarina também optou pela estabilidade e negócios em R$ 3,40/kg . De acordo com o presidente da ACCS (Associação Catarinense de Criadores de Suínos), Losivânio de Lorenzi, os atuais patamares de preços não cobrem os custos de produção, que chegam a R$ 4,00/kg atualmente. Inclusive, já há relatos de produtores abandonando o ofício, por não conseguir pagar dívidas.
O cenário para o país não é muito diferente. Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Francisco Turra, confirma que o setor já enfrenta dois meses de margens negativas. Portanto, reajustes são necessários para cobrir os atuais custos de produção, que foram puxados por diversos componentes, como milho, farelo de soja, energia e mão de obra nas granjas.
"Por outro lado temos aumentando significativamente as exportações em janeiro e fevereiro, o que ajudou a diminuir a pressão sobre o mercado interno que estava sendo contaminada pela elevação dos estoques. Então nos próximos meses as vendas externas devem continuar em bom ritmo, e basta termos essa regulação na oferta", explica Turra.
» Assista a entrevista na íntegra com o presidente da ABPA, Francisco Turra
Em contraponto, a demanda no mercado interno segue enfraquecida. Losivânio de Lorenzi explica que apenas 14% da produção nacional é destinada para exportação. O analista da Safras & Mercado, Allan Maia, aponta que a carne suína está competitiva em relação as demais proteínas, o que pode favorecer o consumo. “O momento é favorável ao setor. O bom movimento das exportações tem ajudado a reduzir a disponibilidade interna de carne suína. Além disso, os preços mais atrativos da proteína frente à bovina pode atrair um interesse ainda maior por parte dos consumidores”, explica.
O Cepea também aponta que as valorizações do vivo estão ligadas ao crescimento nos embarques, que trouxe ajustes no lado da oferta de animais disponíveis. Por outro lado, as cotações ainda estão abaixo aos patamares praticados nos últimos seis anos. "Os preços atuais na maioria das regiões ainda são os menores dos últimos seis anos (desde 2011) para um mês de março em termos reais (IGP-DI fev/16), justificando a preocupação de produtores e até mesmo falência de alguns negócios", explicam os pesquisadores.
Exportações
A ABPA divulgou nesta semana que os embarques de carne suína já acumulam alta de 77,5% em 2016. Considerando todos os produtos - entre in natura e processados -, as exportações totalizaram 99,3 mil toneladas no primeiro bimestre de 2016, número 77,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
“O fim dos impactos causados pelo inverno do Leste Europeu na logística dos embarques e a ampliação das vendas em gigantes da Ásia foram determinantes neste resultado. A forte elevação das vendas internacionais está ajudando a equilibrar a oferta interna dos produtos. Este ritmo tem se mantido nos primeiros dias de março”, analisa Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.
Já o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou na última segunda-feira dados parciais de exportações para o mês de março, que chegou em 12,6 mil toneladas em apenas quatro dias úteis. Os dados chegam a ser 126,3% maiores que a média diária registrada em março de 2015. Em relação aos embarques diários de fevereiro, o crescimento é de 36,5%. Em receita, a soma chega a US$ 20,9 milhões, com o valor por tonelada em US$ 1.661,4.
» Confira na íntegra as cotações para o suíno vivo
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