Chuvas excessivas atrapalham, mas não inibem produção recorde de soja no sul do país, aponta FCStone

Publicado em 11/03/2016 13:33
Impactada pelo El Niño, safra 2015/16 tem sido mais úmida no PR e RS, com volume alto de precipitações atingindo as lavouras desde a semeadura

Apesar dos excessos do padrão climático desta temporada, as perspectivas continuam positivas para a produção de soja no Paraná e Rio Grande do Sul, que devem retirar um volume recorde de oleaginosa do campo. “No Paraná, o fenômeno El Niño beneficiou a região, trazendo chuvas regulares nas fases mais críticas para o desenvolvimento das lavouras: crescimento vegetativo (plantio) e enchimento de grãos”, destaca a Coordenadora de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Natália Orlovicin.

Isso não significa que as precipitações não tenham trazido problemas pontuais para a safra. A irregularidade climática – que não veio apenas no volume pluviométrico, mas também na luminosidade mais baixa e nas temperaturas muito elevadas – resultou em maturação heterogênea da planta e peso menor dos grãos. Ainda assim, o estado deve colher volume recorde de 17,7 milhões de toneladas, atingindo novamente a maior produtividade do país.

Na região Norte Central, a maior produtora de soja do estado paranaense, verificou-se um valor quase 50% maior em 2015/16 do que em 2014/15 e quase 60% maior em relação à média histórica, considerando o volume de chuvas acumulado desde o início do período de plantio até o final de fevereiro.

“Isso quer dizer que as chuvas foram abundantes, chegando, em alguns casos, a prejudicar as lavouras, tanto por causa do excesso de umidade durante o desenvolvimento da safra, quanto por impedir os trabalhos de colheita nestes últimos meses”, pondera Natália. A colheita, nestes casos, demorou para ter início e foi possível observar soja brotando no pé em alguns campos, o que trouxe efetivamente prejuízos ao rendimento.

Já no Rio Grande do Sul, também foram observadas chuvas acima da média em alguns períodos e clima seco em outros, o que trouxe preocupações quanto a potenciais perdas, uma vez que quase todas as regiões produtoras do estado apresentam um ‘alto risco’ de perdas de produtividade causadas pelo clima.

“O período mais seco, observado em janeiro em algumas áreas foi aliviado por precipitações mais elevadas em fevereiro. Contudo, o volume muito alto de chuvas preocupa, podendo trazer prejuízos à qualidade do grão”, destacou a INTL FCStone no relatório ‘Giro da Safra III – Paraná e Rio Grande do Sul’. Apesar disso, a safra rio-grandense apresentou um bom desenvolvimento, devendo resultar em uma produção recorde.

FCStone - Chuvas

Dados: Bloomberg; Elaboração: INTL FCStone

 

‘Giro da Safra III – Paraná e Rio Grande do Sul’ é o terceiro estudo de uma série de relatórios que trazem classificações de risco criadas pela INTL FCStone a respeito da produtividade de cada microrregião, combinadas a dados climáticos do mês de janeiro de 2016 e às atualizações de acompanhamento de safra em parceria com a Expedição Safra, projeto realizado pelo Agronegócio Gazeta do Povo.

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Fonte:
INTL FCStone

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