Estratégia de frigoríficos para pressionar cotações do boi perde força com pecuarista resistindo em aceitar novos patamares de preços
O movimento de pressão sobre as cotações promovido pelas indústrias não surtiu o efeito esperado. A estratégia que vinha sendo observado nos últimos dias começou a perder força no final desta semana devido à resistência dos pecuaristas em realizar os negócios.
De acordo com o analista da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes, ainda há frigoríficos ofertando até R$ 5,00 abaixo da referência, no entanto, a maioria já voltou a pagar os patamares iniciais, visto a dificuldade em alongar as escalas.
Em São Paulo os negócios acontecem na base de R$ 153,00/@ com programações de abate atendendo em média entre três e quatro dias no estado.
"Tem ficado cada vez mais claro que não passou de um teste de mercado, mas quando efetivamente tinham que comprar acabavam pagando os preços dentro da referência", acrescenta Lopes.
As indústrias iniciaram o movimento de pressão após observarem o declínio da margem de lucro no primeiro bimestre do ano. De acordo com a Scot, em janeiro a receita dos frigoríficos estava estimada em 24%, caindo significativamente para 14% no final de fevereiro. Esse percentual corresponde a 6% abaixo da média histórica para as indústrias que trabalham com processamento e desossa.
No mercado atacadista de carne com osso, a carcaça de bovinos castrados está cotada em R$10,00/kg. "E completamos a quarta semana seguida com redução nos preços da carne sem osso. No mês a queda é de 5%, e quando se coloca a inflação de 1% temos uma queda real de mais de 6%", explica Lopes.
A dificuldade em repassar as altas da matéria prima no preço final da carne tem sido o grande limitador do mercado do boi gordo. Diante de um cenário político e econômico conturbado a população vem reduzindo o poder de compra mensalmente e, em muitos casos optando por proteínas mais baratas.
Atualmente, com o valor de 1 kg de acém é possível comprar 2,5 kg de frango.
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