Além de reduzir em até 1 mi/ton a produção de soja no Paraná, o excesso de chuva compromete qualidade dos grãos e diminui renda de produtor
A colheita da safra de soja do Paraná, avançou 14% na última semana, com a trégua nas chuvas, totalizando 65% da área estimada em 5,266 milhões hectares.
Apesar de o Estado estar adiantado em relação ao mesmo período do ano passado, quando 52% da área estava colhida, as chuvas prejudicaram o potencial produtivo das lavouras.
O levantamento semanal do Deral (Departamento de Economia Rural) mostra que os trabalhos foram concluídos na região de Toledo, numa área de 464,2 mil hectares. Em outras regiões importantes a colheita também chega à reta final, como Cascavel (98%), Campo Mourão (90%), Francisco Beltrão (82%) e Maringá (95%).
"Esperamos que até o próximo dia 25 já estejamos com um percentual bem próximo de 80% a 85%, e até o final do mês de março finalizando a colheita de forma definitiva", explica diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni.
De acordo com levantamento do Departamento, a produção inicial estava estimada entre 18 a 19 milhões de toneladas. No entanto, devido ao excesso de umidade o grão apresenta variações de produtividade que ficaram abaixo das expectativas, principalmente na região Oeste, a produção foi revisada para baixo, totalizando cerca de 17,5 milhões de toneladas, com rendimento médio de 3,3 quilos por hectare.
Ainda assim, a produção deverá superar a do ano passado em função da ampliação da área plantada, que foi de 3%. Na safra anterior (14/15), a soja ocupou 5,1 milhões de hectares. Nesta safra (15/16), avançou para 5,26 milhões de hectares.
"É importante entender que estamos com volume de produção, mas com qualidade muito baixa que terá reflexo no preço. Existe um índice de grãos danificados muito acima do que a legislação permite que é 8%", explica Simioni.
Atualmente, os negócios com a soja variam entre R$ 68,00 a R$ 70,00 a saca de 60 kg, mas com a baixa qualidade a queda no preço pode chegar a 70% por saca.
Até o momento, cerca de 41% da safra já está comercializada, contra 16% no mesmo período do ano passado.
Milho
A primeira safra de milho encontra-se pouco mais 52% da área colhida e aponta para uma produção de 3,5 milhões de toneladas, cerca de 24% menor em relação ao volume na mesma época do ano passado, que alcançou 4,6 milhões de toneladas.
As quedas sucessivas de produção de milho da primeira safra se devem à forte redução da área de plantio, que nesta safra caiu 22%, passando de 542.380 hectares plantados no ano passado para 423.471 hectares neste ano.
Para a segunda safra as chuvas que prejudicam a colheita da soja beneficiam o desenvolvimento do milho safrinha. A preocupação, no momento, é que o atraso da colheita de soja, especialmente na região norte do Estado, deve encurtar bastante a janela ideal de plantio para o milho safrinha.
De acordo com Simioni, aproximadamente 83% da área total estimada em 2 milhões de hectares já está semeada. O ritmo está 3% adiantado em relação ao mesmo período do ano passado, quando os produtores haviam semeado 80% da área.
"Nós estamos esperando nesta segunda safra 12 milhões de toneladas, somado aos 3,5 milhões da primeira safra, então teremos uma safra recorde de milho", pondera o diretor.
Com a menor oferta de milho na primeira safra e o aumento nas exportações, os preços do grão estão mais aquecidos "ao redor de R$ 33,00 a R$ 34,00 a saca. No ano passado, no mesmo período, o preço da saca estava ao redor de R$ 22,00 a R$ 23,00", destaca Simioni.
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