Avanço da mosca-branca nas lavouras preocupa produtores e pesquisadores
Em pouco tempo, a chamada mosca-branca evoluiu de uma coadjuvante a percevejos e lagartas para uma das mais temidas pragas das lavouras do País. Esse inseto, que nas principais regiões agrícolas pode ser visto a olho nu nos para-brisas de automóveis, passou a atacar com voracidade às lavouras de algodão, feijão, soja, hortaliças e frutas em geral.
Incluída no ano passado, pelo Ministério da Agricultura, na lista das pragas consideradas de maior risco sanitário, e com potencial para provocar prejuízos econômicos, a mosca-branca, ou Bemisia tabaci, já atormenta este ano produtores de algodão de Mato Grosso, no início da safra, devido ao registro de condições climáticas favoráveis à proliferação da praga: chuvas fortes seguidas de estiagem.
Na sojicultura, segundo estimativas de pesquisadores e entidades do agronegócio, a ocorrência da mosca-branca, somada à da ferrugem asiática, já trouxe nos últimos anos prejuízos da ordem de US$ 25 bilhões aos produtores brasileiros.
De acordo com especialistas, nos dias de hoje a mosca-branca pode ser considerada um problema maior aos produtores, na comparação com a ferrugem e até mesmo com a Helicoverpa, a lagarta que até há pouco ocupava as manchetes do noticiário do agronegócio.
O engenheiro agrônomo e entomologista Fábio M. Andrade Silva, da equipe de pesquisadores da DuPont, assinala que nos últimos cinco anos a população da mosca-branca aumentou representativamente. Anteriormente, diz o especialista, a praga era restrita às regiões mais quentes. “Hoje ela está presente em diferentes áreas: Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e até no Estado de São Paulo, nas culturas de soja, algodão, feijão, batata, tomate, minor crops e outras”, observa.
Fábio Andrade explica que os danos causados pela mosca-branca decorrem da liberação de uma substância açucarada no exato momento em que a praga se alimenta da planta e extrai a seiva.
“Essa substância cai na superfície da folha e permite o desenvolvimento de um fungo conhecido como fumagina, que por sua vez impede a fotossíntese e o crescimento da planta, podendo causar a morte desta, a depender do estágio em que a cultura se encontrar no momento da ação da praga”, acrescenta o pesquisador. Fontes do setor atestam que a perda na lavoura pode chegar a 100%.
A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – e outros órgãos do agronegócio têm divulgado com frequência recomendações técnicas para controle da mosca-branca, entre as quais se destacam o uso de inseticidas e de cultivares adaptadas, o plantio de mudas sadias, a limpeza da lavoura e a adoção do vazio sanitário.
Nova tecnologia – Nos últimos dias, a DuPont Brasil Proteção de Cultivos obteve registro oficial para aplicação do inseticida Benevia® no controle da mosca-branca e de outras pragas, em 30 culturas agrícolas.
O entomologista Fábio M. Andrade Silva explica que essa nova tecnologia foi desenvolvida com base em uma molécula química de última geração, cujo ingrediente ativo é o Ciantraniliprole. “Benevia® representa um avanço importante, pois constitui uma tecnologia de ruptura, com um modo de ação único para controlar insetos sugadores, além de diferenciado na comparação com inseticidas tradicionais”, complementa o pesquisador.
Leia a notícia na íntegra no site Cenário MT.
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