Com chuvas irregulares, produtores já esperam queda na produtividade da soja das áreas de sequeiro em Paracatu (MG)
As lavouras de soja cultivadas em áreas de sequeiro em Paracatu (MG) sofreram com a irregularidade de chuvas registrada ao longo do mês de fevereiro. Além disso, o sol forte queimou algumas plantações na região, que estão, em sua maioria, na fase de enchimento de grãos. Como consequência, a perspectiva é de uma produtividade menor nesta temporada.
Em contrapartida, nas áreas irrigadas, a produtividade foi favorável para essa safra e, em alguns casos pontuais, chegou a ultrapassar as 100 sacas por hectare, conforme destaca o produtor rural do município, João Alves da Fonseca. Com isso, a estimativa é que a perda possa ser compensada, contudo, os agricultores precisarão finalizar a colheita do grão, que, por enquanto, chega a 60% da área total semeada nesta safra.
“Tivemos, dentro de uma mesma propriedade, até 25 dias sem chuvas. E dependendo de qual estágio está a lavoura, o sofrimento é muito e a queda da produtividade é grande. Se tivermos o retorno das chuvas, algumas plantas até poderão se recuperar, porém, as que perderam as folhas a situação é grave e o rendimento não irá melhorar”, explica Fonseca.
Comercialização da soja
Em meio à retirada dos compradores do mercado, os negócios caminham lentamente. Fonseca destaca que muitas empresas ainda aguardam o desenrolar da safra para retornarem aos negócios. Nesse instante, a saca da oleaginosa é cotada a R$ 65,00 na região.
“Mas já tivemos preços ao redor de R$ 77,00 a saca do grão. E, em um prazo de 10 dias, a cotação baixou para R$ 66,00 a saca. Está todo mundo em compasso de espera e observando a safra. Ainda é um bom valor para essa safra, pois os agricultores compraram os insumos antes da valorização do dólar”, ratifica o produtor.
Milho safrinha
O cereal já foi cultivado nas áreas de sequeiro que estavam com feijão e também ainda será plantado nas áreas com a soja precoce. Na localidade, os produtores têm mais 15 dias para finalizar a semeadura do cereal e também do sorgo.
Entretanto, os produtores seguem preocupados com a alta incidência das cigarrinhas nas lavouras, que transmitem o enfezamento vermelho. “Isso é muito preocupante também para as empresas produtoras de sementes de milho. Os produtores relatam que não conseguem controlar a cigarrinha, o tempo tem dificultado o controle e em algumas áreas as perdas são totais”, ressalta Fonseca.
Em relação aos preços, o produtor ainda afirma que os valores giram em torno de R$ 38,00 a R$ 40,00 a saca. “E não temos perspectivas que as cotações baixem muito e fiquem abaixo de R$ 32,00. Terá que surgir um fato novo, extraordinário para mudar esse cenário. Os compradores ainda compram da mão-pra-boca e, ninguém tem milho estocado ou está estocando”, finaliza o agricultor.
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