Lula não usa celular, então a antena de Atibaia é inútil (por Ruy Castro)
Os sem-celular, por RUY CASTRO (na FOLHA)
O ex-presidente Lula, segundo o Instituto idem, não tem celular. Eu também não. Nunca tive e, juro, nunca me fez falta. Mas sei bem das maravilhas que proporciona e às vezes me pergunto como posso ser tão feliz sem ele.
Aliás, sei, sim. Basta continuar vivendo como em 1990, quando ele não existia. Se vou à rua, antes de sair dou todos os telefonemas de que preciso –não deixo nada pendente. Se me ligarem e eu estiver fora, e se for algo importante, ligarão de novo. Se ocorrer um imprevisto que me obrigue a telefonar de onde estiver –nunca ocorre–, há sempre um telefone em algum canto, pronto para ser usado. Em último caso, posso recorrer ao português do botequim.
Tenho consciência de que, em breve, vou me tornar inviável. Enquanto o mundo dispara SMSs e WhatsApps para se comunicar, ainda deixo mensagens de voz em secretárias eletrônicas, mesmo sabendo que já não são escutadas.
Para espiar as horas, continuo usando relógio de pulso. Se, de repente, tiver uma ânsia irresistível de escrever alguma coisa ou precisar anotar um endereço ou número de telefone, tiro do bolso um lápis, cuja ponta lambo, e uma cadernetinha. Se preciso chamar um táxi, não apelo para o EasyTaxi ou 99 –saio e estico o dedo. Se o Flamengo for jogar e eu quiser acompanhar, levo um radinho de pilha sintonizado no José Carlos Araújo. E não há hipótese de eu dar as costas a um monumento, seja o Taj Mahal ou a Kim Kardashian, para tirar uma "selfie" –prefiro contemplá-los e guardá-los nas fatigadas retinas. Enfim, a falta de um celular me obriga a uma série de contorcionismos para continuar minimamente funcional.
Imagino que o sem-celular Lula também se submeta a essa mão de obra. Daí a inutilidade daquela antena de 1 milhão de reais que instalaram nos fundos do sítio que não lhe pertence em Atibaia.
Lula deve ter trocado o celular pelo pombo-correio
Existem no Brasil 283 milhões e 400 mil telefones celulares. A média nacional, portanto é de quase um aparelho e meio por cabeça, e passa de 2,5 no Distrito Federal. Pesquisas de mercado recentes informam que 91% dos brasileiros têm celulares. Os 9% que sobram são os muito pobres, os pedintes, os índios das tribos isoladas, os doidos de hospício, os caducos, os bebês, os excêntricos e, soube-se nesta semana, o mais loquaz ex-presidente da República.
“Ele não possui celular”, garantiu uma nota divulgada pelo Instituto Lula depois da descoberta de que a Oi plantou uma antena especial nas imediações do sítio cujo dono nega ser dono de sítio. Como não aprendeu a escrever, ele não manda bilhetes nem e-mails. Se agora não fala pelo telefone, de que modo consegue comunicar-se com o resto do mundo? Talvez mobilizando uma frota de pombos-correio treinados clandestinamente no sítio em Atibaia.
Parece impossível? Tudo é possível para o milagreiro que, com a ajuda de um poste, criou o Brasil Maravilha e destruiu o país real em pouco mais de 10 anos.
Tags: 1 minuto com Augusto Nunes, antena, Atibaia, celular, Lula, Oi, sítio,TVEJA
... E la Nave Va, por HEITOR CONY
Nem o mundo nem o papa estão precisando de minha opinião sobre o próprio papa e o mundo. Também não tenho opinião sobre os US$ 5 milhões que Eduardo Cunha teria recebido como propina. Em princípio, acho muito dinheiro, lembro de um faturador da cia de navegação acusado de embarcar para Paulo Afonso 2 trilhões de tábuas do Paraná e da Finlândia, para o governo fazer um barracão de 18 m² que realmente foi feito com uma enorme faixa: "Obra do governo".
O barracão abrigava um trator desativado que abriria uma estrada em direção não determinada.
O importante eram os 2 trilhões de tábuas que dariam para um assoalho-monstro que cobrisse todo o território nacional.
Os rombos assombrosos na Petrobras tiveram DNA também assombroso e quem viver verá outros com a mesma origem genética. Pulando de Eduardo Cunha para papa Francisco, muita gente ficou escandalizada com a reação pontifícia ao receber uma espécie de carinho, um devoto queria abraçá-lo e puxou-o pela manga da batina, o papa ia caindo, foi amparado por seguranças.
Muitos criticaram Francisco, que deveria oferecer a outra manga da batina para melhor ser empurrado –ou seja, oferecer ao agressor a outra face. Ele reagiu como papa e como qualquer cidadão que seja empurrado.
Diversos papas chegaram a armar exércitos para defender ou atacar pelos interesses da Igreja. Júlio 2º, "O papa guerreiro", vestia-se com armaduras e usava uma espada na cintura. Ficou na história como o pai da Renascença. Outros papas armaram Cruzadas, ocupavam territórios, excomungavam adversários. Alexandre 6º, um Bórgia, dividiu a América entre Portugal e Espanha pelo Tratado de Tordesilhas, tinha prole numerosa, promovia bacanais.
Como no filme de Fellini, a Igreja é uma nau que também vai.
Quem não deve não teme, por HELIO SCHWARTSMAN
"Eu diria que o presidente está tomando uma posição de covarde. Quem não deve não teme." Essas frases não são de tucanos frustrados porque Lula conseguiu adiar um depoimento que poderia colocá-lo em maus lençóis, mas do próprio Lula. O paradoxo se desfaz com a informação de que as palavras foram proferidas no já longínquo ano 2000, quando o então líder oposicionista fustigava o então presidente Fernando Henrique Cardoso por manobrar para enterrar uma CPI contra seu governo.
A versão tucana do "quem não deve não teme" é naturalmente mais prolixa. Em 2006, diante do mensalão petista, FHC escreveu: "quem transgride as leis, os costumes, as práticas aceitas em uma comunidade (...), responderá pela transgressão perante a comunidade e estará sujeito às penalidades do caso".
O que eu gosto da política é que ela escancara a parcialidade de nossos cérebros, que não hesitam em adequar os critérios morais que usamos à pessoa que está sendo julgada. Aos amigos, os benefícios da dúvida, aos inimigos, os rigores da lei.
Como não sou amigo nem inimigo nem de FHC nem de Lula, tenho algumas observações a fazer. O "timing" das novas suspeitas levantadas contra FHC é obviamente suspeito. Elas surgem num momento em que o líder petista vinha tendo dificuldades para explicar seu relacionamento com empreiteiras. A possibilidade, porém, de que a história contra FHC tenha sido desenterrada por encomenda não muda o fato de que ela precisa ser explicada.
É cedo, porém, para os petistas soltarem rojões. Mesmo que FHC se afunde nas explicações, isso não significará que Lula e o PT tenham se livrado de seus problemas, que são em maior número e parecem mais graves. O paralelismo entre os dois ex-presidentes também desaparece em relação ao futuro. FHC não seria candidato a mais nada, enquanto Lula é a grande esperança do PT para 2018.
A ressentida e a vigarista (por AUGUSTO NUNES, de VEJA)
“Não quero morrer amanhã e tudo isso ficar na tumba, eu quero falar e fechar a página”, disse Mirian Dutra para justificar a punhalada desferida nas costas de Fernando Henrique Cardoso, com quem teve um caso amoroso quando trabalhava na TV Globo em Brasília e o ex-presidente era ainda senador. O romance durou seis anos. Durou quase 30 o silêncio quebrado nesta semana por duas entrevistas. O pote até aqui de mágoa, esse vai durar para sempre, avisa o caótico desfile de denúncias contraditórias, acusações explícitas ou insinuadas, fatos e fantasias irrompendo de braços dados, cobranças indevidas e cachos de queixumes. Tudo somado, está claro que Mirian Dutra é uma prisioneira do ressentimento.
Não há cura para esse oitavo pecado capital. Primo da ira, do orgulho e da cobiça, o ressentimento costuma ser equivocadamente confundido com a inveja, da qual é irmão. As diferenças superam as semelhanças.Invejar, por exemplo, pode ser intransitivo; a inveja frequentemente dispensa objetos diretos. Ressentir (que segundo os dicionários significa “sentir novamente”) é verbo necessariamente transitivo. É sempre conjugado contra alguém, alguma coisa, alguma entidade. No caso de Mirian Dutra, os alvos do ressentimento são FHC, que responsabiliza por não ser feliz, e a TV Globo, que obstruiu os caminhos que a levariam ao sucesso profissional.
“A memória do ressentido é uma digestão que não termina”, constatou o filósofo alemão Friedrich Nietzsche. O ressentido pensa todo o tempo no ajuste de contas. E invariavelmente acredita que sua infelicidade resultou de erros cometidos por outros. A mulher ressentida precisa acreditar que seu único erro foi amar demais. Aos 55 anos, segue enxergando no espelho uma jovem ingênua apaixonada pelo sedutor desalmado que, depois de induzi-la a dois abortos, tratou de afastá-la do país quando o filho Tomás nasceu, para manter em segredo um pecado que, descoberto, colocaria em risco o projeto presidencial acalentado desde criancinha. Com a cumplicidade da Globo, que ampliou a sequência de erros com a decisão de não renovar o contrato vencido em novembro.
As estações do calvário impostas pela emissora de TV são de espantar o mais cruel legionário romano. Redesenhada pela memória de uma ressentida juramentada, a vida mansa em capitais europeias virou desterro, o expediente curto ficou com cara de menoscabo e o salário de milhares de dólares tornou-se um quase nada se comparado ao tamanho do talento sufocado. “Sou a última exilada”, comunicou a desterrada de araque. Haja conversa fiada. Até o gramado do Congresso sabia da relação extraconjugal entre o senador e a jornalista. Em 1994, Ruth Cardoso foi informada pelo próprio marido do que ocorrera. E Mirian reiterou anos a fio que um biólogo era o pai do menino que FHC sempre tratou como filho.
Além das quantias em dinheiro com que foi contemplado desde o dia do parto, o fruto do romance malogrado ganhou do ex-presidente um apartamento avaliado em 200 mil euros. Em 2009, Fernando Henrique assumiu publicamente a paternidade de Tomás. Meses depois, dois exames de DNA atestaram que o pai biológico era outro. Amparado nos laços afetivos, FHC não mudou de ideia. “Ele sempre será meu filho”, explicou. Mirian contestou a autenticidade dos exames, afirmou que a admissão de paternidade nunca foi oficializada, culpou FHC pela fragilidade dos vínculos que unem Tomás à mãe e acusou o objeto do ressentimento de ter forjado contratos com uma empresa com braços no exterior para consumar as remessas de dinheiro.
“Mas os recursos sempre saíram da renda dele”, ressalvou. Foi o que ressaltou o ex-presidente na nota divulgada no mesmo dia da entrevista publicada pela Folha. Com a elegância possível, a vítima do acesso de cólera dissipou as zonas de sombra produzidas pela entrevistada, rebateu as acusações, declarou-se pronto para outros testes de DNA e deixou claro que, por mais constrangedoras que tenham sido as declarações, não tem motivos para preocupar-se com o que diz a ex-namorada. De novo, FHC fez o contrário do que Lula faz. Mas o PT reagiu à providencial reaparição de Mirian Dutra com a euforia dos colonos de velhos faroestes que, entrincheirados no círculo de carroções atacados por índios, ouvem o clarim que anuncia a chegada da cavalaria americana.
Apavorados com as evidências de que as bandalheiras no sítio em Atibaia e no triplex do Guarujá anteciparam a morte política de Lula, alguns devotos da seita agonizante se empoleiraram na manifestação de ódio da ex-amante sem esperança para convencer o país de que nada do que o chefe fez é mais grave do que FHC foi acusado de fazer. Como no PT não há limites para o cinismo, nem para o ridículo, querem que o ex-presidente seja investigado pela Operação Lava Jato. Se houver algo a apurar sobre Fernando Henrique, que venham as investigações. Mas que sigam adiante, e em ritmo menos exasperante, os inquéritos e processos que cuidam dos crimes cometidos por Lula e sua amante Rosemary Noronha. O Brasil decente exige que seja concluído o que a Operação Porto Seguro começou em 23 de novembro de 2012.
Faz três anos e três meses que o país que presta aguarda o desfecho do escândalo em que o chefe supremo se meteu ao lado de Rose ─ e a punição dos delinquentes que embolsaram milhões de reais com o tráfico de influência e o comércio de pareceres pilantras. Faz três anos e três meses que os que cumprem as leis são afrontados pela mudez malandra do farsante que promoveu uma gatuna de quinta categoria a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo. Faz três anos e três meses que o Estado Democrático de Direito é desafiado pelo poço de arrogância que nunca deu um pio sobre a chanchada pornopolítica que estrelou em dupla com a Segunda Dama.
Abalroado pela divulgação parcial das patifarias desvendadas pela Operação Porto Seguro, o reizinho enfim destronado reprisou o ritual a que obedece quando pilhado em encrencas de bom tamanho: emudeceu, evadiu-se da cena do crime e foi para o exterior esperar que a poeira baixasse. Três semanas depois, recuperou a voz para dizer que nada tinha a dizer sobre “assuntos íntimos”. De lá para cá, não recitou uma única e escassa palavra aproveitável sobre o caso de polícia que apresentou ao país, além da Primeiríssima Amiga, os bebês de Rosemary.
Foi o primeiro escândalo que Lula não pôde terceirizar. Não houve intermediários entre os parceiros de alcova. Não há bodes expiatórios a mobilizar. É compreensível (e intolerável) que fuja como o diabo da cruz de pelo menos 20 perguntas sem resposta:
1. Onde e quando conheceu Rosemary Noronha?
2. Como qualifica a relação que manteve com Rose durante pelo menos 12 anos?
3. Por que escolheu uma mulher sem experiência administrativa para chefiar o gabinete presidencial em São Paulo?
4. Por que pediu a Dilma Rousseff que mantivesse Rose no cargo?
5. Por que Rose foi incluída na comitiva presidencial em mais de 20 viagens internacionais?
6. Por que Rose usava passaporte diplomático?
7. Por que o nome de Rosemary Noronha nunca apareceu nas listas oficiais de passageiros do avião presidencial divulgadas pelo Diário Oficial da União?
8. Todo avião utilizado por autoridades em missão oficial é considerado Unidade Militar. Os militares que tripulavam a aeronave sabiam que havia uma clandestina a bordo?
9. Por que Marisa Letícia e Rose nunca foram incluídas numa mesma comitiva?
10. Quais eram as tarefas confiadas a Rose durante as viagens?
11. Como foram pagas e justificadas as despesas de uma passageira que oficialmente não existia?
12. Por que nomeou a pedido de Rose os irmãos Paulo e Rubens Vieira para cargos de direção em agências reguladoras? Conhecia os nomeados?
13. Por que Rose tinha direito ao uso de cartão corporativo da Presidência ?
14. Por que foram mantidos em sigilo os pagamentos feitos por Rose com o cartão corporativo ?
15. Como se comunicava com Rose? Por telefone? Por e-mail?
16. Sabia das reuniões promovidas por Rose no escritório da presidência? Depois das reuniões, era informado sobre o que fora decidido pelos integrantes da quadrilha?
17. Por que os honorários dos advogados de Rose são pagos por Instituto Lula?
18. Encontrou-se com Rose nos últimos 3 anos e 3 meses?
19. Nunca soube de nada?
20. O que foi que disse em casa?
Sem medo da sordidez do PT, FHC replicou imediatamente ao que disse a ex-amante ressentida. Favorecido pela tibieza da oposição oficial, Lula jamais comentou o que fez a concubina vigarista.
Tags: Dilma Rousseff, FHC, Lula, Mirian Dutra, operação Porto Seguro,Rosemary Noronha
Pindaíba e poderosos chefinhos
Por VINICIUS TORRES FREIRE
Os economistas de Dilma Rousseff disseram que vão propor uma lei na qual se comprometem a fazer uma espécie de dieta. Ainda será permitido engordar, mas menos. Não se sabe quanto será esse "menos".
Essas foram as linhas gerais do plano de contenção do aumento de gasto público anunciado na sexta-feira pela equipe econômica. Para cada ano a partir de 2017, haveria um limite para a despesa.
Caso os gastos cresçam além desse teto, seriam obrigatórios cortes automáticos, que devem ser definidos em lei, a qual conheceríamos até março.
Parece melhor do que comer até a obesidade explosiva. Isto é, rumo à insolvência do governo ou à inflação descontrolada. Mas quais seriam esses cortes obrigatórios automáticos?
Pelo que foi apresentado até agora, nada muito diferente do que costuma ser feito, na marra, em situações desesperadoras das contas públicas. A não ser por duas exceções relevantes:
1) Em penúltimo caso, se nenhuma outra contenção de despesa funcionar, os servidores ficariam sem reajuste de salário pela inflação (isto é, teriam redução de salário real, na prática); 2) Em último e extremo caso, o salário mínimo e, pois, aposentadorias e pensões do INSS, não teriam reajuste além da inflação.
Na verdade, reajustar os benefícios do INSS apenas quase pela inflação é o que deve acontecer durante Dilma 2. Entenda-se. Pela norma atual, o valor das aposentadorias é corrigido pela inflação mais a variação do PIB de dois anos antes. Como os anos Dilma serão de recessão profunda ou crescimento nenhum do PIB até 2017, o reajuste apenas pela inflação já estava dado.
Logo, essa cláusula limitadora do gasto deve ser inócua pelo menos até 2019. De novo mesmo, resta a possibilidade de redução do salário real do funcionalismo, ao que já se recorreu em outros tempos bicudos.
Enfim, como parece óbvio, tudo esse debate será conversa mole enquanto não se souber de quanto será o teto de despesas. Mas é um começo, parco, o despertar lerdo e letárgico da consciência do desastre.
VENDETTA
A cena deve estar na cabeça das pessoas um tanto mais passadas no tempo, que lembram de "O Poderoso Chefão". O que fazem os poderosos chefões quando a destruição mútua começa a ir longe demais?
Mataram o filho do Tattaglia e do Corleone. Os chefes das famílias acham por bem conversar. O Tattaglia pai pede garantias a don Vito Corleone de que não haverá mais "vendetta". Corleone diz que estão "quites". Trocam o beijo da morte adiada. Como se descobre mais adiante, trata-se de um equilíbrio ruim, diga-se, de modo sarcástico.
O que farão nossos poderosos chefinhos? Isto é, líderes e ex-líderes da República, suas cortes, agregados etc., uma multidão mais ou menos atolada na lama?
Depois de trocas de tiros, vão se recolher, se retirar tacitamente, dada a ameaça de destruição mútua assegurada ("mutual assured destruction": MAD, o nome do risco de aniquilação nuclear recíproca na Guerra Fria)?
Vão tentar fazer um acordão explícito, dada a quantidade de figuras graúdas enroladas? Zerar o jogo? Improvável, dado o comportamento de juízes, procuradores e polícia.
Então, o quê? Vai ser terra arrasada e paralisia decisória sem fim?
Fernão Lara Mesquita: A última porta antes do inferno
Publicado no Estadão
A uma geração de distância, o Brasil já não se lembra de onde foi que o Plano Real o resgatou. Não dá sinal de ter consciência clara da profundidade do abismo que anda rondando e da curtíssima distância que nos separa do ponto de não retorno.» Clique para continuar lendo
Tags: Contas públicas, crise econômica, Dilma Rousseff, endividamento, Fernão Lara Mesquita, Plano Real
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