Nesta quarta-feira (17), as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com leve queda baseadas em aspectos técnicos e estenderam as perdas da sessão anterior. De acordo com analistas, o mercado parece ter precificado todas as variáveis fundamentais e deve permanecer focado nos próximos dias no câmbio.
Os lotes com vencimento para março/16 encerraram a sessão cotados a 114,55 cents/lb com baixa de 35 pontos, o maio/16 teve 116,60 cents/lb com recuo de 40 pontos. Já o contrato julho/16 registrou 118,50 cents/lb com recuo de 30 pontos e o setembro/16 anotou 120,30 cents/lb com desvalorização de 20 pontos.
Apesar da leve queda hoje, o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães acredita que o mercado do café deve buscar o patamar de US$ 1,20 por libra-peso no vencimento maio/16. "Os próximos dias deverão ser marcados por uma tranquilidade mercadológica e nenhum susto está sendo esperado", afirma.
Informações de agências internacionais dão conta que o câmbio deve ser decisivo para o movimento das cotações do café nos próximos dias uma vez que praticamente todas as variáveis fundamentais já foram precificadas.
Mesmo fechando em baixa nesta quarta-feira, o dólar comercial continua próximo de R$ 4 na venda, o que acaba encorajando as exportações da commodity pelo Brasil. A moeda estrangeira encerrou o dia cotada a R$ 3,994 com queda de 1,88% repercutindo a recuperação nos preços do petróleo e a apreensão nas perspectivas políticas do Brasil.
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Nos primeiros oito dias de fevereiro, os embarques de café em grão do Brasil totalizaram 1,16 milhão de sacas de 60 kg e receita de US$ 170,8 milhões. Comparando com a média diária do mês passado (124,3 mil sacas de 60 kg), com a registrada agora (144,8 mil sacas), há uma alta de 16,49% no volume exportado.
No cinturão produtivo de arábica do Brasil, os relatos dos produtores são de que os cafezais têm se desenvolvido bem para a safra 2016/17 e apresentado bom crescimento vegetativo para a próxima temporada. No entanto, no Espírito Santo, a safra de robusta continua com problemas, apesar das recentes chuvas.
Segundo a Somar Meteorologia, as áreas produtoras do Brasil têm recebido pancadas de chuvas eventuais nos últimos dias e somente no decorrer de março, especialmente no segundo decêndio do mês, espera-se precipitações mais generalizadas e diminuição do calor na região central do Brasil.
Mercado interno
Nas praças de comercialização do Brasil, os negócios com café seguem isolados, mas com preços firmes. "A paradeira é gigantesca com produtor retraído à espera de um melhor momento para negociar suas colheitas. Além disso, os estoques são muito baixos", explica Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 547,00 e queda de 1,97%. A maior oscilação no dia foi registrada em Poços de Caldas (MG) com recuo de 2,39% e saca cotada a R$ 531,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 547,00 a saca e recuo de 1,97%. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com baixa de 2,37% e saca a R$ 494,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação em Varginha (MG) com R$ 510,00 a saca e baixa de 0,39%. A maior oscilação no dia dentre as praças aconteceu em Poços de Caldas (MG) com queda de 4,07% e saca cotada a R$ 472,00.
Na segunda-feira (15), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 489,23 com avanço de 0,26%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, fecharam praticamente estáveis nesta quarta-feira, após o avanço moderado de ontem. O contrato março/16 registrou US$ 1417,00 por tonelada e queda de US$ 2, o maio/16 teve US$ 1445,00 por tonelada e avanço de US$ 3, enquanto o julho/16 anotou US$ 1470,00 por tonelada e valorização de US$ 1.
Na terça-feira (16), o Indicador CEPEA/ESALQ do café conillon tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 400,69 com queda de 0,21%.
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Importadora Wolthers Douque estima safra de café 2016/17 do Brasil em 54-55 mi sacas
NOVA YORK (Reuters) - A importadora norte-americana de café verde Wolthers Douque estimou nesta quarta-feira a safra de café do Brasil em 2016/17 entre 54 milhões e 55 milhões de sacas de 60 kg.
A estimativa se deve a bons tratos culturais em conjunto com chuvas abundantes e foi baseada em cinco viagens de verificação de lavouras no Brasil, desde a florada em novembro, assim como em relatórios dos agrônomos locais.
A Wolthers projetou que o Brasil irá colher 14 milhões de sacas de robusta e 40 milhões a 41 milhões de sacas de arábica em 2016/17.
A estimativa representa um aumento a projeção da Wolthers de 45,6 milhões de sacas em 2015/16, incluindo 11,2 milhões de sacas de robusta e 34,4 milhões de sacas de arábica.
"Esperamos que o El Niño não cause chuvas durante a colheita, porque isso teria um efeito muito negativo, uma vez que a safra é abundante", disse o presidente-executivo Christian Wolthers.