Moagem de cana no Centro-Sul deve avançar para 619 mi ton na safra 2016/17
Com a expectativa de que o clima seja mais adequado ao processamento da cana, a consultoria INTL FCStone estima que a moagem da safra 2016/17 deve configurar aumento de 3,2% em relação ao avanço do ciclo atual, para 619 milhões de toneladas. “Esperamos que este ano o clima seja melhor para a moagem, com menos paradas durante a safra, principalmente porque os meteorologistas projetam o fim do El Niño ao longo do primeiro semestre”, explica o analista da consultoria, João Paulo Botelho.
Para a safra que se inicia, é provável que ocorra melhora na concentração de açúcares, também devido ao clima relativamente mais seco. Considerando essa mudança, a INTL FCStone estima ATR médio de 134,8 Kg/t, 2,6% acima do registrado na safra corrente, mas ainda assim 1,5% abaixo da média das cinco temporadas anteriores.
Para o açúcar, deve ser destinado 42,8% da matéria-prima, o que representaria uma produção e 34 milhões de toneladas do adoçante, 10,8% acima do que foi produzido até momento na safra 2015/16. “Com a alta do dólar e a recuperação nas cotações do açúcar na bolsa de Nova Iorque a partir de setembro passado, o preço do adoçante no mercado internacional (transformado em reais) subiu mais de 40% nos últimos meses em relação ao mesmo período no ano anterior, o que levou muitas usinas a fixarem quantidades maiores das exportações do produto”, explica Botelho.
O analista ainda afirma que o aumento do mix só não será maior porque parte significativa das usinas ainda está em condição financeira desfavorável, o que deve continuar incentivando a venda de etanol hidratado, que oferece remuneração mais rápida.
Com relação à participação do etanol na produção, parte do aumento da disponibilidade de ATR deve ser destinado à produção de etanol hidratado, com projeção de volume total de 17,6 bilhões de litros do produto, 4,5% a mais do que foi produzido até o momento (no ciclo atual). Com a situação econômica de recessão pela qual o Brasil passa, é provável que o consumo de combustível ciclo Otto fique praticamente estável ao longo do período. “Com isso, o maior volume de hidratado deve deslocar parte da demanda por gasolina C e, portanto, reduzir a procura por anidro”, avalia Botelho.
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