Milho: À espera do USDA, mercado mantém tom negativo ao longo do pregão desta 2ª feira
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) dão continuidade ao movimento negativo no pregão desta segunda-feira (8). As principais posições do cereal exibiam perdas entre 2,00 e 2,50 pontos, por volta das 14h17 (horário de Brasília). O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,63 por bushel, já o maio/16 a US$ 3,68 por bushel.
O mercado segue sem novas informações que possam alavancar os preços da commodity. Em meio a esse cenário, os investidores já ajustam posições para o novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado nesta terça-feira (9). Enquanto isso, os participantes do mercado também observam as informações sobre o andamento da safra da América do Sul.
Nos últimos dias, as especulações sobre o tempo seco na Argentina ganharam a atenção, uma vez que há a perspectiva é que o clima irregular possa ter prejudicado algumas lavouras, especialmente na região nordeste do país. Paralelamente, a safra americana também está em pauta. Isso porque, ainda não há definições sobre a área que será cultivada com o milho na próxima temporada.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Milho: Semana é marcada por poucos negócios no mercado interno; em Paranaguá, preço recua 6,02%
A semana foi de ligeiras negociações para o milho no mercado interno brasileiro, segundo ressaltam os analistas. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes, a cotação recuou 6,02% no Porto de Paranaguá e fechou a semana a R$ 39,00 a saca. Em São Gabriel do Oeste (MS), o preço também caiu, em torno de 1,45%, e a saca finalizou a semana a R$ 34,00. Na contramão desse cenário, o valor praticado em Não-me-toque (RS) subiu 3,08%, com a saca do cereal a R$ 33,50.
Nas praças paranaenses, Ubiratã, Londrina e Cascavel, os preços registraram alta de 1,56%, com a saca do milho a R$ 32,50. Já em Campo Novo do Parecis (MT), a valorização foi de 1,82 e a saca fechou a semana a R$ 28,00. Nas demais regiões pesquisadas a semana foi de estabilidade às cotações do cereal.
Após as altas expressivas, as cotações subiram em média 15,5% em janeiro, as cotações começam a se acomodar em patamares mais baixos, de acordo com os analistas. Além dos leilões de vendas dos estoques públicos, realizados essa semana pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os especialistas também ponderam que, a chegada da safra de verão contribuiu para deixar o mercado mais calmo. “Com esses dois fatores tivemos uma redução na pressão compradora. Consequentemente, já vemos em algumas praças uma redução nos valores praticados de até R$ 1,00 por saca”, afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Em meio a esse quadro, o consultor ainda reforça que os preços podem cair entre R$ 5,00 a R$ 6,00 por saca em algumas praças. “De fevereiro a abril teremos uma oferta maior com a entrada da safra de verão, então nos próximos 70 dias as cotações podem ser pressionadas para baixo. As indústrias que chegaram a pagar entre R$ 43,00 a R$ 44,00 a saca, poderão pagar R$ 35,00 a saca do cereal. Porém, a partir do final de abril e maio a oferta irá reduzir e poderemos ver as cotações subindo novamente, mas não nos patamares que observados em janeiro. O pico do mercado já passou”, pondera.
Safra de verão
A perspectiva é que sejam colhidas ao redor de 28.345,6 milhões de toneladas. O número representa uma queda de 5,8% em relação à safra passada, quando a produção totalizou 30.082,0 milhões de toneladas. Em sua última estimativa, a consultoria INTL FCStone reportou que a produção deverá somar 27.591,1 milhões de toneladas.
Em dos principais estados produtores do grão na primeira safra, o Rio Grande do Sul, a colheita segue em ritmo acelerado. Cerca de 30% da área cultivada nesta temporada já foi colhida, de acordo com dados da Emater/RS. E os resultados da produtividade das lavouras têm sido positivos até esse momento, com relatos de rendimentos pontuais de até 10 mil quilos por hectare.
BM&F Bovespa
Já na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho encerraram o dia em campo misto, com ligeiras modificações. O vencimento março/16 caiu 0,15% e fechou a sexta-feira (5) cotado a R$ 41,14 a saca. Os demais contratos subiram entre 0,13% e 0,25%. O contrato maio/16 finalizou o dia a R$ 38,65 a saca, já o setembro/16 era negociado a R$ 36,74 a saca.
Enquanto isso, o dólar um dos principais fatores de influência aos preços, fechou a sexta-feira a R$ 3,9100 na venda, com ligeira alta de 0,41%. Entretanto, na semana, a queda foi de 2,84% frente ao real. Conforme dados da agência Reuters, o movimento é decorrente dos ajustes antes do feriado de Carnaval e depois dos dados mistos sobre o mercado de trabalho nos EUA.
Bolsa de Chicago
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta sexta-feira (5) em campo negativo. As principais posições do cereal ampliaram as perdas ao longo do dia e encerraram a sessão com quedas entre 1,75 e 2,50 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,65 por bushel e o maio/16 a US$ 3,70 por bushel. O balanço semanal também foi de desvalorização às cotações no mercado internacional, entre e 1,30% e 1,68%, conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes.
Diante da falta de novas informações, o mercado segue trabalhando de maneira bastante técnica e sem registrar modificações expressivas. Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, ponderou que "as movimentações são técnicas, em alguns dias de cobertura de posições vendidas e, outros de realização de lucros".
Nesse momento, as vendas de milho norte-americano continuam abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, de acordo com informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na semana encerrada no dia 28 de janeiro, as vendas ficaram em 1.143,5 milhão de toneladas, acima das projeções dos participantes do mercado, entre 800 mil a 1 milhão. Com o novo reporte, o total negociado chega a 24.346,1 milhões de toneladas, 25% a menor do que o observado em igual intervalo da temporada passada.
Frente a esse quadro, os investidores seguem de olho nas informações da safra da América do Sul, especialmente da Argentina. "No país há rumores de danos nas lavouras do cereal devido ao tempo seco em áreas de cultivo, principalmente no nordeste do país", informou nesta sexta-feira Bob Burgdorfer. E mapas meteorológicos sinalizam chuvas de leve a moderada intensidade nas regiões afetadas pelo clima mais seco.
Além disso, ainda há muitas especulações sobre a área que será destinada ao milho na próxima temporada norte-americana. Com os preços praticados em patamares mais baixos e dos elevados custos de produção, não há uma definição sobre a área do cereal. "Ainda esperamos as primeiras projeções para a safra no Outlook Forum, mas, por enquanto, a perspectiva é de que o trigo possa perder área tanto para o milho quanto para a soja", diz Ana Luiza.
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