CNC: Mapa libera dois novos produtos para combate à broca do café
COMBATE À BROCA — Como sequência dos trabalhos empenhados pelo CNC junto ao Governo Federal para a disponibilização de mais princípios ativos e produtos destinados ao combate à broca do café no Brasil, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, na quarta-feira, 27 de janeiro, no Diário Oficial da União, o Ato nº 1, no qual o diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas (DFIA), André Felipe Carrapatoso Peralta da Silva, definiu os produtos priorizados para atendimento às pragas de maior importância econômica no Brasil descritas na Portaria DSV nº 5 de 21 de agosto de 2015.
De acordo com a publicação, o Metaflumizone, ingrediente ativo do produto Verismo, da Basf, e a combinação dos princípios Bifentrina + Acetamiprido, que compõem o UPL 138 FP BR, da empresa UPL/United Phosphorus, ambos destinados ao combate da broca do café e elencados pelo CNC em lista entregue ao Mapa em 2015, estão entre as prioridades estipuladas pelo Departamento. Além disso, outro princípio recomendado por nós ao Mapa, o Fluensulfone, ingrediente ativo do Nimitz, da Adama, voltado ao combate de nematóides no café e nas culturas de soja, cana-de-açúcar, citros e batata, também foi inserido como prioritário.
O Ministério comunicou que o Ato nº 1 de 18 de setembro de 2015, publicado no dia 28 do mesmo mês do ano passado, foi anulado com a nova publicação. A Pasta informou, ainda, que os ingredientes foram selecionados, entre outros, considerando os novos produtos apresentados para o controle das pragas listadas e produtos equivalentes para permitir maior competitividade no mercado, considerando o número de registrantes de cada ingrediente ativo, disponibilizados aos agricultores por meio de seus produtos formulados. Por outro lado, não foram considerados para efeito de priorização os produtos cujos ingredientes ativos estejam em fase de reavaliação toxicológica ou ambiental, no âmbito do Governo Federal.
O Conselho Nacional do Café, por sua vez, noticia que a Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins do Ministério da Agricultura encaminhará a lista dos produtos priorizados para ciência e providência dos demais órgãos anuentes no registro de agrotóxicos e afins no Brasil e que o andamento dos registros referentes às prioridades elencadas será monitorado, em conjunto pelo Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) e pelo DFIA, a cada três meses.
Por fim, ao tempo em que o CNC elogia os esforços realizados pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, também lembra que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) necessitam dar parecer favorável para que esses princípios ativos sejam registrados e os produtos à sua base possam ser comercializados, dando mais opções e melhores condições de mercado aos produtores do País.
QUESTÕES TRABALHISTAS — No dia 22 de janeiro, o CNC, representado pelo presidente executivo Silas Brasileiro e pela assessora técnica Silvia Pizzol, participou de uma reunião sobre questões trabalhistas na cafeicultura brasileira realizada pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), em sua sede. O presidente da entidade exportadora, Nelson Carvalhaes, abriu o encontro comentando sobre as mudanças ocorridas no mundo, através das quais as informações fluem mais rapidamente, ampliando a responsabilidade do setor na prestação de esclarecimentos para o consumidor final, que remunera toda a cadeia produtiva.
Ele lembrou que o Brasil possui a cafeicultura mais sustentável do mundo devido à rigorosa legislação ambiental e social, mas precisa trabalhar melhor a divulgação ao restante do planeta, mostrando os resultados positivos obtidos com a ampliação dos programas de sustentabilidade e certificação e eliminando qualquer ponto de fragilidade que possa ser percebido pelo consumidor final. A nova diretoria do Cecafé informou que, para tanto, a entidade pretende desenvolver um trabalho em parceria com todos os elos da cadeia produtiva para evitar que problemas trabalhistas ocorram nos cafezais brasileiros e que se finde a divulgação de informações equivocadas, focando o aumentando da consciência social e ambiental do setor e cuidando das questões que afetam o comércio.
Na oportunidade, o presidente executivo do CNC ressaltou a importância de se trabalhar com a visão de cadeia produtiva para alcançar resultados positivos a todos os elos e afirmou que a produção é a base de toda essa estrutura, sem a qual não haveria café na xícara do consumidor. Em relação ao assunto que motivou a reunião, Silas Brasileiro explicou que é crescente a preocupação do setor produtivo nacional em relação aos efeitos da Portaria Interministerial MTE/SEDH nº 2/2015, de 31/03/2015 (conhecida como lista suja do trabalho escravo) e da Instrução Normativa nº 83 do INCRA, que abre a possibilidade de desapropriação de imóveis rurais autuados por trabalho escravo para a criação de novos assentamentos.
Destacamos que o problema é o viés ideológico por parte da fiscalização trabalhista, que pune injustamente produtores e empresários, incluindo-os na lista suja antes do trânsito em julgado da ação, muitas vezes por pequenas irregularidades que são facilmente corrigíveis, e que os casos autuados representam parcela irrisória da produção brasileira. Além disso, salientamos que a divulgação dessa lista suja traz grandes prejuízos ao setor, principalmente às cooperativas, que têm sua imagem e sua participação no mercado comprometidas.
Nesse sentido, Silas Brasileiro informou sobre as ações recentes realizadas pelo CNC, entre as quais as audiências com o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Patrus Ananias, e com o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, com o objetivo de explicar os impactos negativos desses normativos legais para as cooperativas de café e reforçar a necessidade de alteração da legislação. Ainda no encontro, comunicamos que está em vias de agendamento uma reunião com o ministro do Trabalho e Emprego, Miguel Rosseto, para também tratar dessas questões e mencionamos a importância do envolvimento de toda a cadeia produtiva nessas audiências.
Por fim, propusemos a realização de um trabalho institucional junto ao Itamaraty para convidar representantes dos governos e das instituições não governamentais que fazem acusações sobre o trabalho no Brasil para realizar missões nas áreas produtoras nacionais, com o objetivo de conhecer in loco a realidade sustentável de nossa cafeicultura, em especial o respeito aos nossos trabalhadores e a proteção à infância e à adolescência.
MERCADO – As cotações futuras do café arábica apresentaram recuperação nesta semana, sendo puxadas pelo recuo do dólar, por recompras de fundos e fatores técnicos.
Ontem, a divisa comercial foi cotada a R$ 4,08, acumulando queda de 0,7% em relação ao fechamento da última sexta feira. O movimento da moeda norte-americana foi influenciado, nos últimos dias, pela decisão do Banco Central dos Estados Unidos (FED, em inglês) de manter o nível dos juros e pela divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, reduzindo as apostas em novas altas da Selic.
Na ICE Futures US, o vencimento março do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,2130 por libra-peso, com alta de 305 pontos em relação ao fechamento da semana anterior. Já o vencimento março do contrato futuro do robusta, negociado na ICE Futures Europe, encerrou o pregão de ontem a US$ 1.402 por tonelada, com valorização de US$ 7 em relação a sexta-feira passada.
No mercado físico nacional, houve aquecimento dos negócios com a melhora dos preços. Os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 500,75/saca e a R$ 397,48/saca, respectivamente, ontem, com variação de 1,3% e 0,5% em relação ao fechamento da semana anterior. Em função da oferta apertada, o café robusta bateu novo recorde de preços nesta semana.
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