Na região de Uruçuí (PI), produtores devem reduzir área destinada ao milho de safrinha

Publicado em 21/01/2016 09:36
Janela de plantio estreita, custos de produção elevados e dificuldade de acesso ao crédito são fatores que deverão influenciar na decisão dos produtores de Uruçuí (PI). Nível tecnológico também deverá ser menor nesta temporada. Cenário deve se repetir em todo o Brasil e a perspectiva é de queda na área semeada com o grão na segunda safra.

No Brasil, os produtores já iniciaram o plantio do milho safrinha em algumas regiões, mas ainda há muitas dúvidas sobre a produção. Em Uruçuí (PI), a perspectiva é de uma redução na área semeada com o grão devido ao comprometimento da janela ideal de plantio. Isso porque, com o atraso das chuvas e, consequentemente da semeadura da soja e casos de replantio, muitos produtores ainda finalizam os trabalhos nos campos.

E, normalmente, o período ideal para o plantio do cereal acontece entre 20 de fevereiro até 10 de março. “A estiagem prolongada acabou inviabilizando o plantio da safrinha de milho na região Nordeste. Alguns agricultores mais estruturados até podem investir na cultura, mas acreditamos que haverá uma diminuição nos investimentos em tecnologia, o que já sugere uma queda na produtividade”, afirma o presidente institucional da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de Milho), Sérgio Luis Bortolozzo.

Em anos de clima favorável, os produtores da região conseguem produtividade entre 80 sacas até 90 sacas de milho por hectare. Além desse fator, a dificuldade no acesso ao crédito e os custos de produção elevados também são variáveis que influenciam na decisão dos produtores.

“Apesar dos preços elevados e da firmeza observada no mercado, o que acaba sendo um atrativo, a dificuldade de acesso ao crédito e os custos de produção pesam mais aos agricultores. Também não podemos nos iludir e trabalhar com valor de retorno partindo de uma entressafra. E sem contar que, esse cenário afeta o outro elo da cadeia, setor de proteína animal, que não consegue repassar a alta para os consumidores”, pondera o presidente.

Produção brasileira

O presidente ainda sinaliza que é muito prematuro fazer uma avaliação nesse momento. Em Uruçuí, por exemplo, ainda há muitos produtores migrando da área de soja para o milho. “Precisamos esperar até fevereiro para ter um panorama melhor. No Brasil, algumas análises já indicam uma diminuição na área do milho safrinha, especialmente em áreas que foram mais afetadas pelo clima irregular como Norte de Mato Grosso e Goiás”, alerta Bortolozzo.

Já em relação a um possível desabastecimento do produto na região Nordeste, o presidente ressalta que a região está próxima da autossuficiência. “A agricultura nordestina é crescente e a região do Matopiba irá suprir essa necessidade”, finaliza o presidente. 

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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