Brasil quer triplicar comércio com Irã em cinco anos
Diante da revogação das sanções dos EUA e da União Europeia contra o Irã, anunciada no último sábado (16), o governo brasileiro estima que o país triplicará a corrente de comércio com Teerã em um prazo de cinco anos.
Em 2015, o comércio bilateral foi de US$ 1,67 bilhão – 30% inferior ao de 2011, antes do endurecimento das sanções e quando foi registrado o auge da balança entre os dois países: US$ 2,37 bilhões (98,5% foi representado por exportações brasileiras).
"Acho que podemos, no curto prazo, em um horizonte de cinco anos, triplicar a nossa corrente de comércio com o Irã", disse o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, à Folha.
Monteiro esteve à frente de uma missão com 33 empresas e entidades setoriais brasileiras que visitou o Irã em outubro de olho no mercado de quase 80 milhões de consumidores, que estava represado por causa das sanções.
Há a expectativa de que, em março ou abril, ocorra, em Brasília, a primeira reunião de uma comissão mista de temas econômicos com representantes dos dois governos.
O Brasil também estaria considerando um acordo de facilitação de investimentos com o Irã, como o que foi assinado em 2015 com países como México, Colômbia e Chile.
O Brasil nem de longe está sozinho no interesse sobre o mercado iraniano. Missões de países como Alemanha e França passaram pelo Irã nos últimos meses na expectativa do anúncio do fim das sanções.
O governo e os exportadores, contudo, esperam que a proximidade política que o Brasil manteve com Teerã nos últimos anos sirva como diferencial na corrida pelos consumidores iranianos.
"Politicamente, nos últimos anos, o Brasil não foi hostil ao Irã. E isso, possivelmente, vai se reverter em exportações do Brasil para aquele país", afirma José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil).
Segundo o diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Itamaraty, Rodrigo Azeredo, essa mensagem ficou clara durante a missão comercial em outubro. "Em vários segmentos, o Brasil é muito competitivo e eles reconhecem no Brasil uma relação de confiança e amizade.
"As sanções suspensas afetavam as exportações brasileiras mais por dificultarem as transações bancárias. Como bancos brasileiros tinham receio de serem penalizados nos EUA e na Europa pelo contato com bancos iranianos, as transações tinham que ser feitas por terceiros países.
COMMODITIES
Outro obstáculo que deve ser minimizado é a falta de navios, que elevava o custo do frete, segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, Antonio Camardelli. "Vamos trabalhar para recuperar os áureos tempos do Irã", diz.
Commodities como carnes, milho e soja representam mais de 98% dos produtos exportados pelo Brasil ao Irã hoje, e, segundo especialistas, devem seguir sendo o carrochefe das exportações ao Irã.
Camardelli acredita que, neste ano, o Irã volte a figurar entre os cinco principais compradores de carne.
A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação diz ver possibilidade de expansão em setores tradicionais como proteína animal, cereais, açúcares e produtos de confeitaria, mas também em laticínios e lácteos.
Leia notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.
0 comentário
Lula diz que pretende assinar acordo Mercosul-UE ainda este ano, mesmo sem apoio da França
Para manter jovens no campo, CRA aprova programa e crédito para agricultores
Comissão de Educação do Senado debaterá 'viés político e ideológico' contra agronegócio em livros didáticos
Senadores reagem a deputado francês que comparou carne do Brasil a lixo
Rússia diz que corte de apoio militar à Ucrânia por Trump seria “sentença de morte” para militares ucranianos
Petróleo fica estável após aumento surpreendente nos estoques de gasolina dos EUA