Menor oferta de laranja no Brasil e nos EUA, baixos estoques de suco e dólar favorecendo exportações criam ciclo positivo para citricultura
A citricultura deve iniciar um novo ciclo de alta nos preços a partir deste ano. A estimativa é do consultor de mercado da Gconci, Gilberto Tozatti, que considera uma redução na oferta de matéria prima no Brasil e nos Estados Unidos, além de indústrias com baixos estoques de suco de laranja e o dólar favorecendo as vendas externas.
O setor vem de uma crise nos últimos três anos, que descapitalizou muitos produtores em todo o mundo, muito em função da super oferta do suco e a redução do consumo nos EUA. No entanto, no último ano os estoques reduziram significativamente.
A Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) estima em torno de 300 mil toneladas o estoque ao final da atual safra, em junho.
Além disso, as projeções de produção para a safra 2015/16 também são menores, pois o El Niño trouxe alterações no clima de diversas regiões produtoras. "Quando os pomares estavam floridos, houve um aborto das flores por causa das altas temperaturas. Isso fez com que a produção seja menor e, na nossa avaliação pode chegar próximo de 15% de quebra", explica Tozatti.
A segunda estimativa da safra de laranja 2015/16 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro feita pelo Fundecitrus indicou uma safra de 286,14 milhões de caixas, de 40,8 kg.
Além do Brasil, na Florida, a segunda maior região produtora mundial da fruta e do suco de laranja. O estado norte-americano deve produzir na atual safra apenas 70 milhões de caixas (de 40,8 quilos) de laranja, menos de um terço das 230 milhões de caixas produzidas no começo da década passada.
A Flórida sofreu nos últimos anos com a disseminação do greening. A praga é considerada a mais devastadora da laranja por não ter cura e só pode ser controlada com um manejo rígido nos pomares com erradicação de plantas doentes, aplicação de inseticidas para combater o inseto transmissor e ainda vistorias periódicas.
"E somado tudo isso, ainda temos a questão da crise econômica brasileira que elevou o dólar, favorecendo os produtos de exportação, entre eles o suco de laranja. Então embora os custos aumentem um pouco para os produtores, eles ainda vão receber um valor para obter a lucratividade", acrescenta Tozatti.
Segundo ele, atualmente a caixa de laranja é comercializa na média de R$ 20,00 com custo de produção a R$ 13,00 por caixa. Com isso, os produtores voltaram a receber acima do custo, o que não acontecia nos últimos três anos e causou uma grande descapitalização do setor.
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