Etanol: Consumo e tributação podem sustentar recuperação do setor em 2016

Publicado em 07/01/2016 11:20

Mesmo com perspectivas de continuidade da crise econômica no País, o mercado de etanol espera cenário um pouco mais positivo em 2016. O consumo aquecido no correr de 2015 e os aumentos de preços no acumulado do ano podem representar o início, ainda que de forma gradativa, de uma retomada da rentabilidade do setor, que há alguns anos amarga custos de produção em alta e prejuízos financeiros. Por outro lado, como há expectativa de crescimento no volume produzido, é preciso planejamento ao longo da safra para manter a cadeia sustentável.

A possibilidade de aumento da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) incidente sobre a gasolina acima dos atuais R$ 0,10 por litro também é vista como reforço à competitividade do biocombustível (hidratado), que se mostrou vantajoso frente ao derivado fóssil nos postos durante praticamente todo o ano de 2015.

Do lado da oferta, usinas devem continuar priorizando a produção de etanol em detrimento do açúcar na safra 2016/17, que começa oficialmente em abril do ano que vem. Preliminarmente, a moagem de cana-de-açúcar em 2016/17 no Centro-Sul é estimada entre 615 milhões e 630 milhões de toneladas pela consultoria Agroconsult, o que representaria aumento de até 5% sobre o volume projetado para a temporada atual, de 600 milhões de toneladas.

De abril até a primeira quinzena de dezembro/15, o volume processado de cana também na região Centro-Sul somou 581,3 milhões de toneladas, crescimento de 3% frente às 564,4 milhões de toneladas registradas em igual período do ciclo anterior, conforme a Unica (União da Indústria de Cana-de-açúcar). Em maio, a projeção era de 590 milhões de toneladas para a safra toda, ante as 571,34 milhões de toneladas da temporada anterior (2014/15). A produção de etanol já soma 26,6 bilhões de litros (16,3 bilhões de litros de hidratado e 10,3 bilhões de litros de anidro) também de abril até a primeira metade de dezembro, 3,4% superior à do mesmo intervalo de 2014 (25,7 bilhões de litros). Para a safra completa, a Unica projetava em maio 27,277 bilhões de litros.

Para o início da próxima temporada, o contrato do etanol hidratado na BM&FBovespa com vencimento em maio/16 aponta R$ 1.455,00/m3 (fechamento de 23 de dezembro/15), 27,4% acima do valor de liquidação do contrato Maio/2015, de R$ 1.142,00/m3. Vale ressaltar que os efeitos do clima têm importante peso no andamento das atividades da safra e, consequentemente, nos preços.

No front externo, o dólar valorizado frente ao Real deve continuar favorecendo as exportações brasileiras de etanol, tanto em volume como em receita. O setor também espera manter as negociações com o mercado norte-americano. Recentemente, o país anunciou, por meio da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), nova regulamentação que estabelece que em 2016 serão misturados 68,5 bilhões de litros de combustíveis renováveis à gasolina em território norte-americano.

De janeiro a novembro deste ano, o Brasil exportou 781 milhões de litros de etanol aos EUA, 13,6% a mais que em igual intervalo de 2014, segundo dados da Secex.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Cepea

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário