Milho: Na CBOT, mercado inicia pregão desta 5ª feira em queda e março/16 se aproxima dos US$ 3,50/bu
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta quinta-feira (7) em campo negativo. As principais posições do cereal exibiam perdas entre 2,25 e 2,50 pontos, por volta das 7h55 (horário de Brasília). O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,51 por bushel, depois de encerrar o dia anterior a US$ 3,53 por bushel. Já o contrato maio/16 era negociado a US$ 3,56 por bushel.
Diante da falta de novidades, que possam impulsionar os preços do cereal, o mercado voltou a trabalhar do lado negativo da tabela. "O mercado ainda precifica a recuperação dos estoques e está focado no quadro norte-americano. As exportações americanas continuam péssimas e a demanda ainda não se concentrou no milho americano, sem contar que os compradores absorveram muito produto brasileiro. Então o mercado tem dificuldade em mudar o padrão de preços, por isso, precisamos de um fato novo. Paralelamente, temos o dólar forte no cenário internacional e com possibilidade de nova alta na taxa de juros no primeiro semestre de 2016, o que afeta o mercado de commodities", explica o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari.
Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de vendas para exportação. Na semana anterior, as vendas de milho somaram 705,2 mil toneladas, 12% a menos do que o último número divulgado. As expectativas dos participantes do mercado giravam em torno de 600 mil a 800 mil toneladas.
Além disso, os investidores já começam a voltar suas atenções às intenções de plantio da próxima safra americana. "O produto americano precisa do vencimento dezembro/16 a pelo menos em torno US$ 4,20 por bushel, para estimular o investimento no plantio do grão", destaca o analista.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
No Porto, milho registra nova alta nesta 4ª feira e chega a R$ 37,50 a sc; tendência é positiva, aponta analista
No Porto de Paranaguá, a saca do milho subiu R$ 0,50 e fechou a quarta-feira (6) cotada a R$ 37,50. Em Campo Novo do Parecis (MT), a alta foi de 9,52%, com a saca a R$ 23,00, em Tangará da Serra (MT), o ganho ficou em 6,98% e a saca a R$ 23,00. Em Cascavel (PR), o preço subiu 1,17% e a saca a R$ 26,00 e em São Gabriel do Oeste (MS), a saca ficou em R$ 29,50 e valorização de 1,72%.
Mais uma vez, as cotações do cereal encontraram suporte na valorização cambial. Hoje, a moeda norte-americana fechou o pregão a R$ 4,0214 na venda, com ganho de 0,70%, depois de recuar mais de 1% no dia anterior. Segundo dados da agência Reuters, o dólar foi impulsionado pelas preocupações com a economia da China e o impacto na economia global. Além disso, a informação de que a Coreia do Norte teria realizado com sucesso o primeiro teste com bomba de hidrogênio também contribuiu para a formação do cenário.
Enquanto isso, no mercado os preços continuam sustentadas e a perspectiva é favorável para 2016. No Paraná, os preços giram em torno de R$ 36,00 a R$ 38,00 a saca, mesmos patamares registrados no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, as cotações orbitam entre R$ 36,00 a R$ 37,00 a saca, já no interior, na região de Campinas (SP), o valor é mais alto e está próximo de R$ 40,00 a saca. Em Goiás, os preços estão ao redor de R$ 30,00 e no Mato Grosso, entre R$ 22,00 a R$ 26,00 a saca, conforme ressaltou o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari.
"São preços recordes e que refletem a exuberância na exportação em 2015. No acumulado no ano comercial, temos quase 30 milhões de toneladas de milho embarcadas e para janeiro as nomeações estão próximas de 5,5 milhões de toneladas. Deveremos chegar a 35 milhões ou até 35,5 milhões de toneladas do grão embarcadas na temporada. Com isso, nas regiões mais próximas aos portos a oferta ficou enxuta e agora temos dificuldade no abastecimento interno", explica o analista.
Diante desse quadro, Molinari ainda pondera que os preços podem subir ainda mais. "Enquanto não tivermos entrada de um bom volume de milho novo para atender toda a demanda interna teremos um mercado que pode subir a qualquer nível. E em relação à safra de verão é provável que o mercado só veja a produção no final de abril e maio, isso porque, os produtores acabam priorizando a comercialização da soja", acredita.
Safrinha de 2016
Ainda na visão do analista, apesar dos problemas com a safra de verão, a área cultivada com o milho na segunda safra pode ser recorde em todas as praças do país. "Por enquanto, ainda não vemos nenhum problema inicial para a semeadura do cereal. Até o momento, já temos cerca de 10 milhões de toneladas da safrinha comercializadas para exportação. E sempre que os preços nos portos tiverem um salto é importante que o agricultor negocie", orienta.
BM&F Bovespa
A sessão desta quarta-feira (6) foi positiva aos preços do milho negociados na bolsa brasileira. As principais posições do cereal fecharam o dia com valorizações entre 0,15% e 1,09%. O vencimento janeiro/16 se aproximou no nível de R$ 39,00 a saca, cotado a R$ 38,91 a saca, com ganho de 0,67%. Já o vencimento março/16 era cotado a R$ 39,35 a saca e o maio/16 a R$ 38,42 a saca. A mais recente alta cambial contribuiu para alavancar as cotações do milho na BM&F.
Bolsa de Chicago
Nesta quarta-feira (6), os preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalharam com volatilidade. Depois de testar os dois lados da tabela, as principais posições do cereal encerraram a sessão em campo misto. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,53 por bushel, com ganho de 0,25 pontos, mesmo patamar registrado no início do dia. Já o contrato maio/16 era negociado a US$ 3,58 por bushel.
Molinari ainda sinaliza que as cotações trabalham de maneira técnica e o que o mercado ainda não encontrou um fato novo capaz de modificar o cenário. "O mercado ainda precifica a recuperação dos estoques e está focado no quadro norte-americano. As exportações americanas continuam péssimas e a demanda ainda não se concentrou no milho americano, sem contar que os compradores absorveram muito produto brasileiro. Então o mercado tem dificuldade em mudar o padrão de preços, por isso, precisamos de um fato novo. Paralelamente, temos o dólar forte no cenário internacional e com possibilidade de nova alta na taxa de juros no primeiro semestre de 2016, o que afeta o mercado de commodities", completa.
Em meio a esse quadro, já começam as especulações sobre a nova temporada nos Estados Unidos. Conforme informações reportadas pelo site Farm Futures nesta quarta-feira, as primeiras estimativas apontam para uma safra de milho ao redor de 344,7 milhões de toneladas na safra 2016/17. O número previsto está abaixo do colhido na última temporada, ao redor de 346,83 milhões de toneladas, conforme dado do USDA.
"A estimativa de produção de milho está abaixo e traz um pouco de apoio aos preços, porém, não será o suficiente para transformar o mercado. Para que isso aconteça, a demanda deve melhorar", disse Bryce Knorr, analista e editor do portal.
"No dia 31 de março deveremos ter a primeira intenção de plantio no país. Por enquanto, a relação de troca é mais favorável à soja. Até lá, teremos um ponto especulativo, porém, ainda não dá pra dizer que o mercado irá buscar os US$ 4,00 por bushel no curto prazo. Precisaremos de pelo menos dados melhores nas exportações para ver o mercado saindo da faixa que está hoje", acredita o analista.
Por outro lado, Molinari ressalta que os preços nos atuais patamares não cobrem os custos de produção. "O produto americano precisa do vencimento dezembro/16 a pelo menos em torno US$ 4,20 por bushel, para estimular o investimento no plantio do grão", finaliza.
Produção de etanol nos EUA
A produção de etanol totalizou 996 mil barris diários até o dia 1 de janeiro de 2016. O número representa uma alta de 5 mil barris diários em relação ao volume indicado na semana anterior, de 992 mil barris diários.
Do mesmo modo, os estoques de etanol subiram de 20,2 mil barris para 21,1 mil barris, no mesmo intervalo. As informações foram reportadas pela AIE (Administração de Informação de Energia) nesta quarta-feira (6).
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
É claro que existe a incerteza..., ninguém sabe se os EUA vão aguentar a "guerra cambial" mundial. Todos os paises do mundo estão desvalorizando suas moedas e os EUA são os únicos com valorização. O fato é que se o dólar continuar valorizando, o cenário mais provável é de maiores quedas para o preço do milho, principalmente se o preço do petróleo continuar caindo. E essa é uma situação interessante, pois quanto mais cai o milho em dólares, melhor para a indústria de etanol no curto prazo, pois o custo da matéria prima fica mais baixo. O problema é que o preço do petróleo não para de cair, e ninguém aqui, além do Sr. Rensi, lembra que o pré-sal, a salvação do País, foi literalmente para as cucuias. A petrobrás que foi vendida como uma Ferrari testarossa, hoje não passa de uma carroça sem freio, morro abaixo. E por falar nisso, Barbosa o ministro, está deixando bem claro que vai continuar a politica desenvolvimentista que ele próprio ajudou a implementar, ainda no governo Lula. Então, para os produtores brasileiros, pelo menos no curto prazo a situação é tranquila, pois o dólar vai à 5. Nos EUA, como afirmou o Molinari, a situação é critica, pois se o petróleo continuar nesses preços, ninguém sabe até onde as indústrias de etanol conseguirão manter a produção, o fechamento de unidades produtivas sempre ocorre de forma lenta, pois os empresários possuem expectativas de melhora e demoram para começar a demitir e reduzir a produção. Já pensaram nesse cenário? Vai sobrar milho nos EUA, e o preço pode cair ainda mais, acontecendo lá o que aconteceu aqui, quando FHC assumiu o ministério da fazenda e depois a presidencia e valorizou o real muito acima do razoável, tanto que depois de 4 anos teve que desvalorizar a moeda. Quem não lembra? Soja à 5,5 dólares a saca e dívidas às pencas.
Se o uso de milho para etanol cair, o DDG exportado para a China para ração animal não será mais usado. A China terá que aumentar a importação de milho e também a de soja, pois o DDG substitui um pouco o uso de farelo.
Marcelo, talvez por culpa minha, de não saber expressar direito o que quero dizer, fique uma certa confusão. Esse cenário que descrevi provavelmente já está acontecendo lá nos EUA, então dependendo da quantidade de empresas fechadas, a quantidade de milho que ficará no mercado pode ser significativa. Com o dólar valorizado do jeito que está, os preços vão ser fortemente pressionados para baixo. Também não estou dizendo que a China vai parar de comprar soja, na verdade não falei nem que iria diminuir as compras, falei sobre preço. E é fato consolidado, irrefutável, que em dólares a China pagou muito menos pela soja brasileira. O fumo de 100 bilhões do BC, vai parar no governo, que vai cobrar essa conta dos brasileiros. Mas fazer o que? Se a maioria acha que isso não é relevante, que não tem problema desde que em reais os preços estejam na lua. De outra forma, só há duas maneiras de subir o preço dos grãos, mais desvalorização cambial ou aumento em Chicago, e o que estou dizendo é que Chicago está reagindo de maneira negativa aos problemas Chineses, menos mal que de ontem para hoje, apesar do desastre Chines, os preços estabilizaram em torno de 8.60 com as médias mais curtas apontando para cima, o que indica mas não garante, que pode sim subir em dólares. No entanto, entre os dois cenários, aposto mais no aumento de preços via desvalorizações cambiais. Infelizmente.
"SENHORES" !!! O foco não é o "BUSINESS" e sim o "MARKET". Segundo a lei : OFERTA & PROCURA é que faz com que o "BUSINESS e o MARKET" se mantenham. Para se manter no mercado há só uma palavra que resume toda a atividade "EFICIÊNCIA" e, é que nós não temos, pois "da porteira pra fora é um descalabro". Quem não se lembra das filas de caminhões nas margens da BR-277, do Porto de Paranaguá que quase chegavam na cidade de Curitiba. Só um exemplo, pois as lembranças são muitas.