Chuvas voltam ainda limitadas ao MT e exigem atenção dos produtores

Publicado em 04/01/2016 10:02

Lavouras de soja em Ipiranga do Norte e Vera, em Mato Grosso, sofrendo com o clima - envio de Gilberto Peruzi Lavouras de soja em Ipiranga do Norte e Vera, em Mato Grosso, sofrendo com o clima - envio de Gilberto Peruzi

Lavouras de soja em Ipiranga do Norte/MT sofrendo com o clima - Imagens enviadas pelo produtor Gilberto Peruzi

Começou 2016. E em 4 de janeiro o cenário já é outro em Mato Grosso. As chuvas voltaram ao estado, porém, ainda de forma muito irregular, limitada e com baixos volumes em algumas regiões importantes de produção. Assim, nas duas última semanas, os acumulados são muito distintos, variando de 40 a 200 mm.

Segundo informações da Agrinvest Commodities, divulgadas em seu blog nesta segunda-feira (4), as previsões são de mais chuvas para o estado. Nos próximos seis dias, deve chover cerca de 110 mm no Norte de MT, 150 mm no Nordeste, 105 mm no Centro do estado e 90 mm no Sul. 

Em Sorriso, município localizado no Norte mato-grossense, desde o último dia 25, o acumulado de chuvas chega a, aproximadamente, 200 mm, segundo relatou o presidente do Sindicato Rural local, Laércio Pedro Lenz. Além disso, as temperaturas atuais já são mais amenas do que as dos últimos dias. 

"As chuvas ainda estão irregulares, mas permitiram que algumas áreas se recuperassem. Mas há muitas com perdas irreversíveis", diz. 

Lenz afirma ainda que alguns produtores já se preparam colher algumas lavouras que devem resultar em uma produtividade de apenas 10 sacas por hectare, outros registraram perdas de até 60%. As recentes chuvas também fizeram com que os produtores locais retomassem seu planejamento seja para o replantio ou para o cultivo de milho ou feijão caupi em algumas áreas. 

Já na região de Ipiranga do Norte, também no Norte do estado, os acumulados foram mais baixos e ficaram, nos últimos dias, entre 10 mm e 30 mm por dia. Essas precipitações, no entanto, já permitiram que as lavouras mais novas possam voltar a se desenvolver em melhores condições, principalmente se este cenário se mantiver, segundo explicou o produtor rural do município, Gilberto Peruzi. A região, no entanto, também sofre com áreas que têm perdas irreversíveis. 

Assim, Peruzi afirma ainda que os sojicultores seguem à espera de uma nova prorrogação do plantio em Mato Grosso até o dia 31 de janeiro. A atual data é de 15 de janeiro, consequência de um primeiro prolongamento em função das adversidades climáticas. E outra questão que segue sendo discutida pelas entidades de classe e associações mato-grossenses são em relação ao vazio sanitário e seu tempo de vigência. "Também esperamos uma prorrogação do vazio", diz o produtor. 

Imagem do Dia - Áreas de soja dessecadas em Ipiranga do Norte e Vera/MT com perdas de até 100% - Enviado pelo produtor Gilberto Peruzi

Áreas de soja dessecadas em Ipiranga do Norte e Vera/MT com perdas de até 100% - Enviado pelo produtor Gilberto Peruzi

Passando para a região Nordeste de MT, as chuvas foram mais escssas nos últimos dias, segundo relatou o produtor Marcos da Rosa, de Canarana. "A cada dia sem boas chuvas, as perdas se intensificam. As chuvas estão ainda muito irregulares". De acordo com a última avaliação do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), 70% das lavouras de soja no leste do estado estavam em condições ruins ou péssimas. 

"Há produtores que já fizeram o terceiro replantio e perderam na região", completa Da Rosa. 

Em Porto Alegre do Norte, a situação é semelhante, segundo Edio Bruneta, produtor rural da região. Entre novembro e dezembro, os acumulados locais ficaram na casa dos 40 mm quando, em tempos normais, os volumes passariam de 800 mm para esse período do ano. "Há áreas por aqui com 100% de perda e outras em que o replantio também foi perdido", diz. 

Bruneta também afirma a necessidade de o plantio ser estendido até o próximo dia 31, principalmente por conta desse planejamento para o replantio ou para a ocupação das áreas com algumas outras culturas. E relata ainda a situação dos sementeiros, que também já têm areas replantadas e perdidas. 

Dessa forma, os sojicultores seguem acompanhando as previsões e torcendo para a continuidade e melhora dessas chuvas.  

Imagem do Dia - Lavouras de Soja sofrendo com o clima em Vera e Ipiranga do Norte/MT - Enviado pelo produtor Gilberto Peruzi

Lavouras de soja em Ipiranga do Norte e Vera/MT, sofrendo com o clima - Imagens enviadas pelo produtor Gilberto Peruzi

Na Reuters; Chuvas melhoram condição para lavouras de soja do Centro-Oeste nesta semana

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SÃO PAULO (Reuters) - A semana deverá se chuvosa nas áreas produtoras de grãos do Centro-Oeste do Brasil e na região conhecida como Matopiba, que enfrentaram períodos de precipitações irregulares e provocaram preocupação no mercado no fim do ano passado, apontaram meteorologistas nesta segunda-feira.

"A chuva concentra-se sobre o centro e norte do Brasil provocando chuva de mais de 150 milímetros ao Vale do Araguaia, norte de Goiás, Tocantins, Bahia e sul do Maranhão e do Piauí", disse a Somar Meteorologia em um boletim nesta segunda-feira.

Para o sul e o norte de Mato Grosso, também há previsões de pancadas de chuva ou chuvas mais intensas ao longo de toda a semana, apontou a Somar.

"Áreas de instabilidade espalham muitas nuvens sobre o Centro-Oeste. Várias localidades já têm pancadas de chuva pela manhã e, entre a tarde e a noite, as chuvas serão mais generalizadas na Região. Há risco de chuva forte em todos os Estados e no Distrito Federal", disse a Climatempo.

Em Sorriso, no médio-norte de Mato Grosso, uma das principais regiões produtoras do Estado e uma das mais afetadas pelas chuvas irregulares dos últimos meses --uma decorrência do fenômeno El Niño-- há previsão de precipitações diariamente até sexta-feira, com volumes elevados de 27 e 33 milímetros na quarta e na quinta-feira, segundo a Climatempo.

No fim de dezembro, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), ligado aos produtores rurais, disse que quase metade das lavouras de soja do Estado, principal produtor da oleaginosa no país, estavam em condições ruins ou péssimas devido às irregularidades de chuvas registradas desde o início da temporada.

O início da temporada também foi complicado para a fronteira agrícola formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e oeste da Bahia (Matopiba), onde a falta de chuvas prejudicou o início do plantio.

Segundo a Climatempo, "o padrão de circulação atmosférica será diferente nesta semana".

"Chuvas fortes e volumosas são previstas para grande parte da região Nordeste. Volumes superiores a 100 mm são previstos para grande parte da Bahia e o sul do Piauí e do Maranhão", disse a empresa de meteorologia nesta segunda, em boletim agrícola semanal.

A Somar destacou que entre 9 e 13 de janeiro as chuvas perderão força no Norte e no Nordeste, ficando concentradas sobre as regiões Sul e Centro-Oeste.

As cotações da soja na bolsa de Chicago operavam em baixa nesta segunda-feira, pressionadas pela melhora do clima para as lavouras no Brasil e pela desaceleração da economia chinesa.

Em meados de dezembro, as cotações da oleaginosa chegaram a subir com o nervosismo causado pela falta de chuvas no Centro-Oeste.

(Por Gustavo Bonato)

No Jornal do Tempo: Semana será de chuva forte no Nordeste, Norte e Centro-Oeste do país

Uma frente fria se desloca do Sudeste e avança em direção à Bahia a partir desta segunda-feira (04) trazendo chuva abrangente em boa parte da região Nordeste e algumas áreas do Centro-Oeste e Norte do Brasil.

Além deste sistema meteorológico, as instabilidades tropicais associadas à Alta da Bolívia também fazem com que as chuvas fiquem regulares nos próximos dias na faixa entre a Bahia e sul-mato-grossense. “A previsão é de muita chuva e elevados acumulados para o Estado baiano e algumas áreas do Maranhão, Piauí, Pernambuco, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul”, alerta o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia. 

Com as chuvas que devem atingir o Centro-Norte do país até sexta-feira (08), as temperaturas também diminuem principalmente no Norte e Nordeste. “A temperatura máxima ficará baixa entre os dias 05 e 10 de janeiro no Nordeste e entre 07 e 12 de janeiro em Tocantins, Rondônia e sul do Pará e Amazonas. Isso ajuda a manter a umidade do solo, já que as temperaturas mais baixas não fazem com que a água evapore rapidamente”, comenta Oliveira. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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