Soja em Chicago tem leves altas, mas acompanha fundamentos e preços do petróleo nesta 4ª

Publicado em 30/12/2015 08:25

Nova sessão de preços em alta para a soja nesta quarta-feira (30) na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa estendiam seus ganhos do pregão anterior e, por volta das 8h50 (horário de Brasília), subiam entre 2,75 e 3,75 pontos entre as posições mais negociadas. Assim, o contrato janeiro era negociado a US$ 8,73 por bushel. 

O mercado internacional ainda vem obedecendo seus patamares de suporte e resistência, com os fundos de investimento se posicionando para um fechamento de ano positivo nestas últimas sessões de 2015. E esse quadro é intensificado, como explica o analista internacional Bryce Knorr do site norte-americano Farm Futures, na medida em que as informações entre os fundamentos - apesar dos problemas no Brasil - se tornam mais escassas e os componentes paralelos que atuam sobre as cotações também acabam perdendo força. 

Nesta quarta-feira, o petróleo voltou a recuar e, ainda de acordo com os analistas internacionais, poderia pesar, mesmo que de forma pontual, os futuros da soja em Chicago. Essa baixa já pressionou, inclusive, as bolsas asiáticas, que devolveram as últimas altas com esse novo recuo da commodity. Os valores se aproximaram das mínimas em 11 anos. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja fecha o dia com leves altas em Chicago e sem indicações de preços no Brasil nesta 3ª feira

O mercado internacional da soja fechou o pregão desta terça-feira (29) em alta na Bolsa de Chicago. Embora as cotações tenham perdido a força ao longo do dia, operaram durante toda a sessão em campo positivo. No encerramento, os ganhos ficaram enre 3,75 e 5 pontos nos principais vencimentos, com o maio/16 fechando em US$ 8,78 por bushel.

O dia foi de comportamento técnico e de um movimento conhecido entre os traders como "turnaround tuesday", ou seja, "a reviravolta da terça-feira". Depois das baixas expressivas registradas na última segunda (28), os preços voltaram a se aproximar de seus patamares de suporte e a estimular, portanto, algumas recompras por parte dos fundos de investimento. 

"Houve a combinação da conhecida terça-feira de reversão de tendência, a famosa “turnaround tuesday”, com ajustes de posições de fundos que estão vendidos, um movimento também conhecido como “short covering”. Com o fraco volume de negócios devido as festividades de final de ano e fundos vendidos, o mercado aproveita algumas janelas para realizar lucro. O mercado testou os US$ 8,65 e respeitou o suporte, da mesma maneira que encontrou resistência na área de US$ 8,75 / US$ 8,76", explicou a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea de Sousa Cordeiro.

O mercado, porém, ainda observa com atenção seus fundamentos e o principal deles, neste momento, é a nova safra da América do Sul. No Brasil, as adversidades climáticas continuam a castigar não só a soja, mas diversas culturas. No caso da oleaginosa, a situação mais agrave pode ser identificada no leste de Mato Grosso, na região do Matopiba - por conta da falta de chuvas ou de sua irregularidade - e no Sul do país, onde o excesso de umidade vem causando até mesmo a necessidade do replantio.

O potencial produtivo da temporada 2015/16 já está bastante comprometido, porém, as perdas ainda estão sendo contabilizadas. E para as regiões que sofrem com o tempo mais seco, a melhora nas precipitações só deve chegar a partir do primeiro sábado de 2016, 2 de janeiro. Ao mesmo tempo, há ainda a previsão de que o El Niño, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), só deve começar a perder força entre abril e maio. 

"Ainda teremos o El Niño atuando durante o primeiro semestre de 2016, mas seu enfraquecimento trará reflexos na organização do clima. A previsão é que, com o fim do El Niño, o Sul não deverá ter tantas chuvas em 2016. No Centro-Oeste, as chuvas não devem tardar tanto, diminuindo a ocorrência de incêndios", explicou, em reportagem da Agência Brasil, o meteorologista do Inmet, Luiz Cavalcanti. 

Leia a notícia na íntegra:

>> El Niño perderá força entre abril e maio, prevê Inmet

Paralelamente, as mudanças na Argentina também são acompanhadas pelo mercado. "Embora existam perdas irreversíveis na safra brasileira decorrente da irregularidade climática no Centro-Oeste e Nordeste, o mercado processa um potencial aumento da safra da Argentina em decorrência de uma área superior a 20 milhões de hectares, da regularidade das chuvas e do excelente índice de umidade do solo até então", explica a analista da Labhoro. 

Mercado Brasileiro

No Brasil, apesar de uma retomada também do dólar, o dia foi, mais uma vez de poucos negócios, e poucas indicações de preços. Na maior parte das principais praças de comercialização, o dia fechou sem cotações, e o mesmo aconteceu nos principais portos de exportação do país. Em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, o preço da soja caiu 1,37% para R$ 72,00 por saca, enquanto em Londrina, no Paraná, a queda foi de 1,47% para R$ 67,00. 

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário