Mais de 100.000 pessoas fogem de enchentes no Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai

Publicado em 27/12/2015 09:08
Reuters + EL PAÍS

ASSUNÇÃO/MONTEVIDÉU (Reuters) - Mais de 100.000 pessoas tiveram que ser retiradas de suas casas nas áreas da fronteira entre Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina por causa de enchentes, após fortes chuvas de verão trazidas pelo El Niño, afirmaram autoridades neste sábado.

No país mais afetado, o Paraguai, por volta de 90.000 pessoas na área em volta da capital Assunção tiveram que ser retiradas, disse o serviço municipal de emergência. Muitos são de famílias pobres vivendo em condições de habitação precárias ao longo das margens do rio Paraguai.

O governo paraguaio declarou estado de emergência em Assunção e sete regiões do país para liberar os fundos necessários para ajudar os afetados.

Em Alberdi, aproximadamente 120 quilômetros ao sul de Assunção, o governo recomendou que 7.000 famílias que vivem ao longo das margens do Rio Paraguai fossem retiradas.

Mais de 9.000 pessoas no Uruguai também tiveram que deixar suas casas para trás, de acordo com o serviço nacional de emergência, que disse prever que os níveis de água se mantenham estáveis por vários dias antes de diminuírem.

"A enchente é causada pelo fenômeno climático El Niño", disse o chefe do serviço de emergência do Uruguai, Fernando Traversa. "Sabíamos que ele causaria os impactos mais fortes no final da primavera, começo do verão... mas não poderíamos saber o quão grave seria".

O "El Niño" deste ano, que causa extremos climáticos, é o pior em mais de 15 anos, segundo disse a agência climática da ONU, a Organização Meteorológica Mundial (WMO), no mês passado.

"Secas severas e enchentes devastadoras que aconteceram nas regiões tropicais e sub-tropicais têm as marcas desse El Niño, que é o mais forte em 15 anos", disse o chefe da WMO, Michael Jarraud, em um comunicado.

No norte da Argentina, por volta de 20.000 pessoas tiveram que abandonar as suas casas, informou o governo no sábado.

"Teremos alguns meses complicados, as consequências serão sérias", disse Ricardo Colombi, governador da região de Corrientes, depois de sobrevoar as áreas mais afetadas com o chefe do gabinete federal Marcos Pena.

Pena disse que ajuda do governo federal já estava a caminho e que o novo presidente, Mauricio Macri, empossado no começo deste mês, pretende priorizar o investimento em infraestrutura para que esse tipo de enchente não ocorra novamente.

"A Argentina tem um grande problema de infraestrutura", disse.

DILMA SOBREVOA REGIÃO

A presidente Dilma Rousseff sobrevoou as áreas na fronteira da Argentina e do Uruguai na manhã deste sábado. A Defesa Civil do Rio Grande do Sul disse que 1.795 pessoas ficaram sem casa depois que 38 cidades foram afetadas pelas fortes chuvas.

Dilma afirmou que o governo vai trabalhar em três eixos para minimizar os estragos das cheias provocadas pela chuva no RS: o resgate das famílias atingidas, o processo de restauração das cidades e das vias, e a retirada das pessoas das áreas de risco de forma permanente.

"Nós não queremos que as pessoas voltem para o lugar em que estavam antes e que foram objeto do alagamento", declarou ela após sobrevoar as áreas atingidas na região de Uruguaiana e na Fronteira Oeste.

A presidente disse ainda que o governo vai trabalhar na liberação do saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) a todas as pessoas afetadas, e ressaltou a importância do trabalho conjunto entre os governos federal, estadual e municipal.

 

Tornados e enchentes deixam 8 mortos em Dallas; total de vítimas chega a 26 nos EUA

DALLAS (Reuters) - Oito pessoas morreram na região metropolitana de Dallas quando um sistema de tempestade levou tornados e inundações ao local no sábado, aumentando para 26 o número de mortos devido às condições meteorológicas no sul dos Estados Unidos nesta semana, de acordo com autoridades e a mídia local.

Autoridades em Garland confirmaram que cinco pessoas morreram após um tornado atingir a cidade, a cerca de 24 km do centro de Dallas. Casas, apartamentos e veículos também foram danificados, segundo a polícia, mas não estava claro quantas pessoas ficaram feridas.

As cinco mortes estariam relacionadas a veículos atingidos por um tornado perto da State Highway 190 e da Interstate 30.

Duas outras pessoas foram encontradas mortas em um posto de gasolina na cidade de Copeville, disse o tenente Chris Havey, porta-voz do gabinete policial de Collin, e uma criança morreu em Blue Ridge.

O Serviço Meteorológico Nacional confirmou que os tornados atingiram várias cidades na região metropolitana de Dallas na noite de sábado, e houve relatos de danos generalizados e inundações.

 

NO EL PAÍS:

Pior cheia em 20 anos deixa 160 mil sem casa no Brasil e países vizinhos

Chuvas fizeram os rios transbordarem no Paraguai, Uruguai e Argentina. Seis morreram

 

Mais de 160.000 pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas e levadas para casas de amigos, escolas, ginásios ou barracas montadas com urgência diante das piores inundações em mais de 20 anos para as populações que vivem à margem de rios compartilhados por Paraguai, Argentina, Brasil e Uruguai. Devido a chuvas intensas provocadas pelo fenômeno do El Niño, os rios Paraguai, Paraná e Uruguai, que servem de fronteira entre esses países, transbordaram. Seis pessoas morreram e se espera que as águas comecem a baixar a partir deste domingo.

No Brasil, as cheias do Uruguai e do Queraí atingiram várias cidades do Rio Grande do Sul, deixando 6.500 desabrigados. A Ponte Internacional da Concórdia, que liga o Brasil e o Uruguai, foi interditada por 22 horas, pois o rio alcançou a marca de 14 metros, considerada preocupante para a segurança local. Segundo a Defesa Civil, 12 prefeituras decretarem situação de emergência: Liberato Salzano, Trindade do Sul, Nonoai, Santo Ângelo, São Miguel das Missões, Guarani das Missões, Roque Gonzales, Cândido Godói, Uruguaiana, Quaraí, Passa Sete e Não Me Toque.

A presidenta Dilma Rousseff, que passou o feriado de Natal com a família em Porto Alegre, aproveitou a passagem pelo Estado para ver de perto os estragos da região. Ela sobrevoou, na manhã deste sábado, as áreas atingidas pelas enchentes. A bordo de um helicóptero, Dilma saiu com destino à Base Aérea de Canoas, na Região Metropolitana, e em seguida embarcou em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), em direção a Uruguaiana. A presidenta  também deveria se reunir com os prefeitos das cidades atingidas, acompanhada de representantes do Ministério da Defesa.

Ruas de Assunção, no Paraguai, ficaram inundadas. /  EFE

 

Paraguai é o país mais afetado pelas inundações. Mais de 130.000 pessoas tiveram de deixar suas casas e quatro morreram. A cheia do rio Paraguai obrigou 90.000 moradores de Assunção a deixarem suas casas. Nas calçadas da capital paraguaia foram montadas as chamadas ‘chacaritas’ (favelas) dos desabrigados, que improvisaram casas de madeira. O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, declarou estado de emergência, e destinou um orçamento especial de 3,5 milhões de dólares (14 milhões de reais) para prestar ajuda aos afetados. Do outro lado da fronteira, na província argentina de Formosa, a cidade de Clorinda também tem desabrigados.

Na Argentina os deslocados somam 20.000, metade na cidade de Concordia, na província de Entre Ríos. Também há vítimas nas províncias de Chaco, Corrientes, Misiones e Santa Fe. Duas pessoas morreram, uma delas eletrocutada. O novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, viajou de férias para a Patagônia, mas enviou a vice-presidenta, Gabriela Michetti, o chefe do Gabinete de Ministros, Marcos Peña, e o ministro do Interior, Rogelio Frigerio, para visitar as zonas alagadas pelos rios Paraguai, Paraná e Uruguai e coordenar a distribuição de ajuda. No Uruguai são 5.500 os afetados pela enchente do rio Uruguai. Os departamentos (províncias) mais castigados pelas inundações são Artigas, Salto e Rivera.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Reuters + EL PAÍS

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário