Moody's vê "tempestade perfeita" no Brasil, mas considera corte de apenas um degrau
Por Marc Jones
LONDRES (Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's provavelmente seguirá a Standard & Poor's e a Fitch e cortará a classificação da dívida do país para grau especulativo, disse em entrevista à Reuters o analista-chefe para títulos soberanos da agência, Alastair Wilson.
"É brusca a velocidade com que as projeções de crescimento para o Brasil pioraram... e também os problemas políticos que não foram resolvidos. Há quase uma tempestade perfeita", disse Wilson.
"Neste caso, estamos avaliando um rebaixamento de um degrau, e não de vários. A questão é, se rebaixarmos, qual será a nova perspectiva, porque ela precisaria refletir se acreditamos que a posição é estável ou se pode piorar", acrescentou.
No início de dezembro, a Moody's advertiu que está considerando retirar em breve o selo de bom pagador do Brasil, argumentando que o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff aumentou as incertezas políticas, entre outros fatores.
A agência reforçou a mensagem na sexta-feira, após a nomeação de Nelson Barbosa para substituir Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Segundo a Moody's, a troca pode complicar os esforços de consolidação econômica no país.
A Moody's atualmente classifica o país como "Baa3", último degrau dentro do grau de investimento. Tanto a Fitch quanto a Standard & Poor's rebaixaram recentemente o país para "BB+" com perspectiva negativa, já no grau especulativo.
Wilson afirmou que a África do Sul é outro foco importante, após o presidente Jacob Zuma inesperadamente demitir Nhlanhla Nene neste mês e substitui-lo pelo relativamente desconhecido David van Rooyen, antes de chamar Pravin Gordhan de volta a seu emprego antigo.
A economia está cambaleando e economistas temem que o país pode ser o próximo grande mercado emergente a perder seu grau de investimento. A Moody's atualmente classifica a África do Sul dois degraus acima do grau especulativo e um degrau acima da S&P e da Fitch, em "Baa2", mas cortou a perspectiva da nota na semana passada.
Segundo Wilson, as perspectivas para a Argentina melhoraram após a eleição do presidente Maurício Macri, que apoia a implementação de reformas. Uma importante questão para o país é se ele será capaz de trazer a economia de volta aos mercados de crédito dando fim a uma disputa de anos com credores que rejeitaram os termos das reestruturações da dívida de 2005 e 2010.
0 comentário
![Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/certificados-sanitarios-nacionais-informatica-tecn-UFNaM.png)
Cerca de 80 países chegam a acordo sobre comércio eletrônico, mas sem apoio dos EUA
![Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/71bcaadd1f997855bb955dc3deeae68a.jpg)
Brasil terá bandeira verde para tarifa de energia em agosto, diz Aneel
![Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/wall-st-placa-guilherme-dorigatt-9iBkT.jpg)
Wall Street termina em alta com apoio de dados de inflação e ações de tecnologia
![Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/ibovespa-b3-dXsTn.jpg)
Ibovespa avança mais de 1% impulsionado por Vale e quase zera perda na semana; Usiminas desaba
![Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/8fcabcce60027d59094bf7fb6f83ba3b.jpg)
Dólar acumula alta de quase 1% na semana em que real foi pressionado pelo iene
![Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024](https://cdn.noticiasagricolas.com.br/dbimagens/thumbs/400x200-ar/7025890b2bf5854f47c4991197afb5d5-1U16g.jpg)
Podcast Foco no Agronegócio | Olho no mercado | Macroeconomia | Julho 2024