Em São João (PR), produção de soja já tem perda estimada em 20% devido ao excesso de chuvas e falta de luminosidade

Publicado em 18/12/2015 09:15
Folhas apresentam coloração mais clara e plantas têm porte menor. Rendimento médio deve ficar próxima de 54 sacas por hectare. Produtores estão atentos ao aparecimento das doenças nas lavouras. Semana com o tempo aberto contribui para a realização dos tratos culturais nas plantações. Agricultores realizaram algumas vendas antecipadas, com valores de até R$ 75,00/sc.

Na região de São João (PR), os produtores já registram perdas de 20% na produção de soja devido ao excesso de chuvas e a falta de luminosidade. Muitas lavouras estão apresentando coloração mais clara e plantas com porte menor.

Segundo o presidente do sindicato rural, Arceny Bocalon, houve a necessidade de replantio em cerca de 5% da área, mas nos últimos dias o tempo ficou aberto e a expectativa é que as lavouras consigam revigorar.

"Agora tivemos uma semana de sol, o que ajuda bastante na granação da soja que estão em formação, e nos tratos culturais. Com isso esperamos uma recuperação de 20% a 30%", explica Bocalon.

Segundo ele, muitos produtores anteciparam o plantio da soja devido às previsões de grandes volumes de chuvas para a região a partir de outubro. Nessas áreas as plantas se desenvolvem melhor, e podem ter um desempenho superior.

No entanto, outras regiões encerraram a semeadura na última semana, e mesmo dentro da janela ideal, o atraso pode refletir em uma redução na produtividade.

"Para aqueles que não conseguiram plantar até outubro, sofreram com o atraso de plantio, como vão ter também uma diminuição de grãos por hectare", ressalta o presidente.

Na última semana o Deral (Departamento de Economia Rural) realizou um levantamento na região para avaliar a situação das lavouras. Segundo eles, a produtividade média neste ano deve ficar em torno de 54 a 55 sacas por hectare, contra as 70 sc/ha de anos anteriores.

Outra preocupação é quanto ao aparecimento de doenças. O clima úmido favorece o desenvolvimento principalmente da ferrugem asiática, e a dificuldade de adentrar as plantações dificulta o controle. No entanto, nesta semana houve um período de estiagem onde foi possível realizar os tratos culturais.

Comercialização

Diante da valorização do câmbio, os produtores aproveitaram as oportunidades para realizar a comercialização antecipada. Na região os contratos chegaram até R$ 75,00/sc.

"Acredito que haverá grande especulação, e se o dólar chegar a R$4,00, podemos pegar R$ 68,00 a R$ 70,00 no período da colheita", considera Bocalon.

Milho

Devido à competitividade com a soja, a área de milho segunda safra sofreu uma redução de 70% nesta temporada e, os produtores optaram por investir na safrinha.

O clima também tem influenciado nas lavouras do cereal. O excesso de chuvas prejudica a polinização, causando falhas na espiga. Com isso a estimativa de rendimento para essa safra é de 400 sacas por alqueire.

Por outro lado, os preços do cereal reagiram nos últimos meses, sendo cotado a R$ 34,00 a saca no contrato futuro. Segundo Bocalon, com esse cenário os produtores poderão obter lucro de 30 a 40% na primeira safra.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio e Larissa Albuquerque
Fonte:
Notícias Agrícolas

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4 comentários

  • Valdir Edemar Fries Itambé - PR

    A cada safra, um resultado..., a cada plantio uma esperança... Sempre questionei estimativas de "super safra" proclamado pela CONAB e ou qualquer outra Instituições, principalmente quando plantas ainda estão em fase inicial de desenvolvimento...

    QUANTO AOS ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE QUE VEM SE OBTENDO... Diante do que eu conheço, e de todos os resultados de produtividades alcançadas já publicados, NÃO podemos ignorar os investimentos em tecnologia, nem mesmo colocar em cheque as altas produtividades já conquistada pelos de alemães de Guarapuava, nem mesmo pelos holandeses de Castro, caro amigo Cesar Shimitt...

    Não podemos duvidar da capacidade produtiva de uma cultura de soja com uso de boas tecnologias, NEM MESMO descartar os riscos da destruição de uma lavoura provocado pela força das catástrofes climáticas, que vem ocorrendo principalmente neste ano agrícola Sr Paulo Roberto Rensi....

    Agora ao se falar em SENTIMENTOS DAS PESSOAS que vêem suas lavouras destruídas pela ocorrência de uma catástrofes climáticas, seja pela ocorrência de chuva de granizo como pude observar pessoalmente em Laranjeiras do Sul - Pr, ou dos amigos produtores que sofrem com perdas por estiagem severa em suas lavouras, conforme podemos acompanhar pelas imagens aqui mesmo no site do NOTICIAS AGRÍCOLAS que o nosso jornalista JOÃO BATISTA OLIVI nos mostra das lavouras do MATO GROSSO e demais Estados, já sem capacidade de recuperação, o que tenho é sentimento de revolta porque em nosso País quem se propõe a produz não tem nenhuma segurança.

    Infelizmente TODOS NÓS produtores rurais sofremos com a falta de uma politica agropecuária séria neste País.

    Infelizmente, mas o nosso País, só terra uma politica séria quando nós levantarmos a bandeira do agronegócio e mostrarmos a nossa força...

    O que NÃO DEVEMOS é ignorar os investimentos e a capacidade tecnológica de quem se propõe a produzir índices de produtividade cada vez mais alto, com resultados já comprovados.

    Não sou exemplo de produtor rural, faço o que esta ao meu alcance diante do caos econômico em que vivemos, mas aprendi a valorizar produtores que desafiam toda uma crise econômica com o objetivo de produzir cada vez mais.

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  • Valdir Edemar Fries Itambé - PR

    Não quero aqui avaliar a capacidade de conhecimento e interpretação de cada um, mas não poderia deixar de reafirmar as informações prestadas pelo amigo Bocalon em sua entrevista... Até porque a produtividade de 70 sacas por hectare já é um índice de produtividade atingido por muitos produtores rurais de diversas regiões do Estado do Paraná. Produtividade esta já superada por muitos produtores dos Campos Gerais do Paraná, os quais já tem registrado, em anos normais, produtividade de 4.500 a 4.800 quilos por hectare..., Certo está quando ele esclarece (entre os 6 a 7 minutos do transcorrer da entrevista) que este índice não será alcançado, devendo ficar neste ano entre 50 a 55 sacas por hectare divido as condições climáticas.

    Pude constatar entre os dias 11 a 13 de dezembro, andando pelo sudoeste do Paraná, e visitando algumas lavouras de soja, milho e também feijão, que realmente as culturas sofreram perdas..., são muitas as lavouras de soja que sofreram perdas de 15 a 20 %, e a depender da data de plantio, não apresentam possibilidade de recuperar a capacidade de produção..., porém em muitas das lavouras ainda em fase de desenvolvimento, estas devem, sim, apresentar bom índices de produtividade, e pode-se afirmar que, tanto na região do baixo Iguaçu (entre Capanema, Realeza, também em Pato Branco e Clevelândia) observamos boas lavouras..., inclusive na comunidade de São Francisco em São João do Oesta - Pr, pude observar algumas áreas com boa capacidade produtiva, que a depender das condições climáticas, ainda nesta safra poderão resultar em produtividades de 70 sacas por hectare, sim... Produtividade esta que pode ser confirmada em muitas das lavouras em diversos dos municípios do Paraná -- como pude constatar as condições de lavouras em Mamborê, Campo Mourão e também em Floresta e Ivatuba e tantos outros municípios do Noroeste do Paraná.

    Esclareço que a produtividade de 70 sacas por hectare não se trata e não se deve ter como base para estimativa de safra a nível de Estado do Paraná, até porque todos nós sabemos que muitas lavouras apresentam perdas severas devido aos eventos climáticos, e em termos médio, a produtividade Paranaense inicialmente prevista pelo DERAL sofrerá sim perdas de produtividade em suas estimativas futuras.

    Ressaltando que, diante das inúmeras tecnologias disponíveis, produtividade média de 70 sacas por hectare já não é novidade para milhares de produtores rurais Brasileiro... Parabéns pela entrevista Bocalon, sempre preciso nas informações e no trabalho que desenvolve frente ao Sindicato Rural de São João, que pode-se constatar diante de muitos amigos produtores rurais deste município.

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    • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

      Segundo o Deral na safra 13/14( últimos dados disponíveis) a produtividade desse município foi de 2.300 kg/há, ou 38,3 scs/há, tendo inclusive a segunda pior produtividade do Núcleo de Pato Branco. Concordo com o Sr. Nilo de Mamborê. Alguma pequena área.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Edmar. Os números são citados, mas como citar os sentimentos daqueles agricultores que sofreram com as intempéries. Muitos são pessoas que de acordo com a definição atual, são consideradas "rudes", ou seja, ao expressar seus sentimentos, não medem as palavras. Então, essas pessoas não devem ser escolhidas para serem "pesquisadas", pois suas respostas não são passiveis de serem absorvidas na compreensão dos pesquisadores. Aí o resultado das pesquisas serão mais "digestíveis" ao público. Enfim, por mais que se pesquise, sempre haverá sombras que não serão dissipadas, ainda mais quando há interesses de um governo populista como o PT!!!

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  • CESAR AUGUSTO SCHMITT Maringá - PR

    Nossa!!!!!!!!! nem os Alemães lá em Guarapuava, nem o Holandeses de Castro, nem as terra roxas estruturadas no norte e oeste do Pr, conseguem essa produtividade média. Será que estamos rezando para o santo errado?

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  • nilo otavio baqueta Mamborê - PR

    70 scs por hectare??!!! é cada uma!!!, se for em pequenas áreas, nem com clima na ponta do lápis, sem muita chuva e nem muito sol..., resumindo " uma falácia"... só propaganda

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