Novo ministro da Fazenda deve ser anunciado nesta sexta-feira (18)
O Palácio do Planalto pode antecipar a indicação do novo ministro da Fazenda em função das manifestações públicas de Joaquim Levy de que está deixando o governo, seja durante despedida no Conselho Monetário Nacional (CMN) ou nas mais recentes entrevistas. Diante deste cenário, a presidente Dilma pode anunciar ainda nesta sexta-feira (18) o nome do novo ministro – em horário após o fechamento do mercado.
Inicialmente, a troca de comando na Fazenda seria no começo de janeiro. Mas, depois do acerto dele com Dilma esta semana, ficou para a véspera do Natal. Agora, pode ser ainda hoje.
Leia a notícia na íntegra no blog da Cristina Lôbo, do G1
Levy admite conversa com Dilma para saída e diz que não quer criar constrangimento
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu nesta sexta-feira conversas com a presidente Dilma Rousseff sobre sua saída do governo, mas deu muitas respostas evasivas sobre o assunto e em nenhum momento foi direto sobre sua permanência no cargo, mesmo após intensos ruídos de que estaria deixando a pasta.
"A gente tem conversado... Eu acho que tem que falar o que já falei... O ano legislativo se encerrou e isso abre umas tantas alternativas. Evidentemente meu objetivo não é criar nenhum tipo de constrangimento ao governo", afirmou o ministro a jornalistas durante café da manhã, após ser questionado se já havia acertado sua saída com Dilma.
"É importante ter clareza de exatamente quais são as prioridades até em função de todas as diversas demandas sobre o governo, sobre a presidente, e eu acho que qualquer caminho vai ser muito em função disso", acrescentou.
As notícias sobre a saída do ministro ganharam força nos últimos dias, turbinadas pela decisão do governo de buscar uma meta de superávit primário para 2016 que previsse abatimentos que poderiam, na prática, anular o esforço fiscal.
Levy sempre foi contrário ao afrouxamento, avaliando que diminuiria a pressão para parlamentares aprovarem medidas de ajuste, aumentando a desconfiança de agentes econômicos com o real esforço para o reequilíbrio das contas públicas.
Na véspera, no entanto, o Congresso aprovou uma meta de superávit menor, de 0,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), sobre 0,7 por cento defendido por Levy, mas barrou a possibilidade de descontos, como inicialmente queria o Executivo.
Diante do constante vaivém do alvo da economia para pagamento dos juros da dívida pública, o Brasil perdeu o grau de investimento pelas agências de classificação de risco Fitch e Standard & Poor's.
Os mercados financeiros estão reagindo negativamente à saída de Levy, que deve ocorrer ainda nesta sexta-feira ou nos próximos dias, segundo fontes ouvidas pela Reuters. A Bovespa recuava mais de 2 por cento.
MAIS INCERTEZAS
Nesta manhã, Levy avaliou em diversos momentos que a economia irá reagir após a superação das incertezas políticas. Disse ainda que a perspectiva de impeachment da presidente Dilma Rousseff é pequena "porque as pessoas não querem mais incerteza".
Em tom de retrospectiva, Levy avaliou que a maior parte das prioridades que havia estabelecido para o ano foram pelo menos encaminhadas "de maneira muito concreta".
"Isso evidentemente nos dá uma certa tranquilidade, mas não necessariamente implica em nenhuma ação, vamos dizer assim, específica imediata. É mais uma observação de que a gente está no caminho certo", afirmou.
Após levantar inicialmente a bandeira d superávit primário de 1,2 por cento do PIB para o setor público consolidado em 2015, Levy terminará o ano com histórico rombo nas contas do governo, em meio à recessão econômica e à intensa crise política, que emperrou ou atenuou muitas das medidas de ajuste que propôs ao longo de sua gestão.
Questionado sobre o que teria dado errado, ele respondeu que não houve falha de ninguém, mas sim processos que interferiram.
"O desempenho das receitas por conta de incertezas de natureza política vinha de maneira completamente diferente de qualquer projeção econômica."
PREÇOS E PEDALADAS
Ao falar sobre o desafio de domar a inflação, que deve subir mais de 10 por cento em 2015 --muito acima da meta do governo de 4,5 por cento, com tolerância de 2 pontos para cima ou para baixo-- Levy afirmou que outras medidas seriam bem-vindas além do tradicional instrumento de aperto nos juros do Banco Central.
"Sem embargo da autonomia dele (BC), evidentemente, é muito importante que a gente tenha outras ações estruturais que permitam inclusive melhorar a transmissão da política monetária, de tal maneira que a gente possa, com o menor custo possível, segurar a variação de preços", disse, sem entrar em detalhes.
Sobre a regularização das chamadas pedaladas fiscais, os atrasos no repasse da União a bancos públicos pelo pagamento de subsídios e programas, Levy disse ter inclinação pelo desembolso mais rápido possível, notadamente para o BNDES. Em relação ao FGTS, disse acreditar que o parcelamento seria mais "conveniente".
Levy deve deixar o governo nesta 6ª, no máximo nos próximo dias, dizem fontes à Reuters
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve deixar o cargo ainda nesta sexta-feira, no máximo nos próximos dias, afirmaram à Reuters duas fontes com conhecimento sobre o assunto, após diversos atritos com a presidente Dilma Rousseff, sobretudo quanto ao ajuste fiscal.
O nome mais forte para substituí-lo é o do atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que tem um perfil mais alinhado ao da presidente, apesar da certa resistência do mercado, que o enxerga como "desenvolvimentista".
O país passa por grave recessão econômica, com inflação elevada, além de intensa crise política, que culminou com abertura de um processo de impeachment contra a presidente. Com as contas públicas em desordem, Dilma tem dificuldades para encontrar outro nome para substituir Levy.
Dois nomes de fora do governo teriam sido sondados, segundo duas fontes, mas não aceitaram: o economista Marcos Lisboa, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa Insper, e Otaviano Canuto, diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Por isso, a solução pode ser Barbosa, que tem ótimo relacionamento com a presidente. E o Ministério do Planejamento poderia ficar sob o comando de um técnico interino até se encontrar um novo nome.
Fontes do Planalto já começam a "vender" a ideia de que Barbosa não é um "irresponsável" e não vai ficar gastando além do que pode nem abandonar o ajuste fiscal.
Ao mesmo tempo, enquanto enfrenta um pedido de impeachment, Dilma precisa contar com quem realmente a apoia, que são os movimentos sociais, e que cobram pelo menos algumas mudanças na política econômica.
Já há algum tempo o governo fala que é preciso parar de falar em ajuste e começar a valorizar o retorno ao crescimento, alternativas para retomada da geração do emprego e renda.
Nesta manhã, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que um ministro da Fazenda precisa ser "jeitoso", além de técnico e político.
Na Veja: De saída, Levy diz que governo parece ter medo de reformas
Em meio a rumores que dão como certa a sua saída do governo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, praticamente admitiu sua posição de demissionário, em entrevista por telefone, ao jornal O Estado de S. Paulo, na noite desta quinta-feira. Sem esconder o cansaço na voz, o ministro evitou fazer a afirmação com todas as letras, mas aproveitou para fazer críticas à gestão Dilma Rousseff.
Levy referiu-se ao governo como se já estivesse fora dele. "O governo só fala do fiscal. Por quê? Eu não sei. Nunca entendi. Parece que tem medo de reforma, não quer nenhuma reforma", disse. São cotados par assumir a pasta o atual ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro.
Questionado sobre o porquê de a presidente Dilma Rousseff não fazer reformas propostas por ele, Levy desconversou. "Eu não posso falar pelos outros. Tem questões políticas. Ela está sob pressão", disse.
O ministro discorreu sobre o que considerou seus maiores avanços, como a retomada da credibilidade econômica. Disse ter conseguido evitar mais "pedaladas" e brincou, dizendo que agora o seu caminho "é de paz interior". "Estou tranquilo. Hoje o presidente (do BC, Alexandre) Tombini estava falando como o setor externo se recuperou. Porque a gente teve o realinhamento do câmbio. Você viu como o setor elétrico está se recuperando, porque teve o realinhamento dos preços do setor", disse.
Leia a notícia na íntegra no site da Veja.
Levy surpreende e se despede em reunião; governo já procura substituto
O ministro Joaquim Levy (Fazenda) surpreendeu os integrantes do CMN (Conselho Monetário Nacional) ao se despedir deles na última reunião do ano, nesta quinta (17), informando que não estará presente no próximo encontro, no fim de janeiro.
A Folha ouviu o relato de dois participantes da reunião de ontem do CMN. Segundo eles, ao final do encontro, Levy desejou boas festas e bom final de ano a todos. Em seguida, afirmou que, pelas perspectivas, não estará mais presente na primeira reunião do próximo ano.
Na interpretação dos presentes, o ministro, insatisfeito com os rumos da política fiscal do governo Dilma, praticamente oficializou sua saída do governo.
Procurado, Joaquim Levy mandou dizer, por meio de sua assessoria, que revelar o que é dito dentro de reuniões do CMN é uma "infração funcional e que, por isso, não poderia nem confirmar nem desmentir" o teor de suas declarações.
Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.
Dilma decide acelerar escolha de sucessor de Levy; Nelson Barbosa entra na lista de cotados
O próximo Após Joaquim Levy se despedir em reunião na Fazenda, Dilma Rousseff resolveu acelerar a escolha do sucessor. Pode anunciar o novo ministro já nesta sexta ou, no máximo, na próxima semana. Nelson Barbosa (Planejamento) entrou fortemente nas cotações de quinta (17).
Apostas Preocupados com a reprovação do nome de Barbosa entre investidores, ministros buscavam outras opções, entre elas: Armando Monteiro (Mdic), Marcos Lisboa (Insper) e Otaviano Canuto (FMI).
Sem amarras “Já perdemos o selo de bom pagador, já não temos um voto banqueiro. Há razão para colocar um nome do mercado?”, reclamava um integrante da cúpula do governo.
Budget Avisados pelo Executivo de que poderia haver espaço para Romero Jucá na equipe econômica, o PMDB do Senado ficou de decidir se indicaria o parlamentar para a Esplanada.
Perfil Senadores avaliam que Jucá se encaixaria mais no Planejamento e menos na Fazenda.
Leia a notícia na íntegra no site Folha de S.Paulo.
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