Milho: Após perdas expressivas, mercado exibe ligeira alta na manhã desta 5ª feira em Chicago

Publicado em 17/12/2015 07:28

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta quinta-feira (17) com leves ganhos, próximos da estabilidade. Por volta das 8h04 (horário de Brasília), os principais vencimentos do cereal exibiam altas entre 0,50 e 0,75 pontos. O contrato março/16 era cotado a US$ 3,70 por bushel, depois de encerrar a sessão anterior a US$ 3,69 por bushel.

As cotações da commodity testam uma reação após as perdas mais acentuadas registradas nesta quarta-feira, entre 6,75 e 7,50 pontos. Ainda ontem, o mercado foi pressionado pelas especulações sobre a reunião do Fed, banco central norte-americano, que iria decidir a elevação ou não taxa básica de juros nos EUA. No final da tarde, o banco confirmou a alta em 0,25%, para 0,25% e 0,50% ao ano.

Além disso, a mais recente queda nos preços do petróleo também contribuiu para o cenário negativo. Isso porque, o cereal é a principal matéria-prima para a produção de etanol no país. Ainda de acordo com informações das agências internacionais, a produção do biocombustível vinha em alta nos EUA. Na semana encerrada no dia 11 de dezembro, a produção de etanol chegou a 1 milhão de barris por dia, contra 993 mil na semana anterior.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de vendas para exportação. Na semana passada, o número ficou em 1.097,100 milhão de toneladas, acima das expectativas dos participantes do mercado.

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Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Com influência do financeiro, mercado fecha pregão desta 4ª feira com perdas acentuadas na CBOT

A sessão desta quarta-feira (16) foi negativa aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo do pregão, as principais posições da commodity ampliaram as quedas e finalizaram o dia com desvalorizações acentuadas entre 6,75 e 7,50 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,69 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 3,76 por bushel. Enquanto isso, o contrato maio/16 era negociado a US$ 3,75 por bushel.

De acordo com informações das agências internacionais, o mercado se comportou de maneira técnica nesta quarta-feira e a acabou sendo pressionado pelos dados do financeiro. A alta dólar no cenário internacional foi um dos fatores que acabaram influenciando negativamente o andamento dos negócios em Chicago.

Os investidores ainda aguardaram a decisão do Federal Reserve, banco central americano, sobre a elevação ou não da taxa de juros nos Estados Unidos. No final do dia, o banco elevou a taxa de juros em 0,25%, para entre 0,25% e 0,50% ao ano e dando um fim a um longo debate sobre se a economia do país está forte o suficiente para aguentar custos de financiamento maiores, segundo dados reportados pela agência Reuters.

Além disso, a forte queda registrada nos preços do petróleo também contribuiu para a formação do cenário. No final da tarde de hoje, o barril era cotado próximo de US$ 35,53, com queda de quase 2%. Conforme dados da Labhoro Corretora, o preço voltou a cair depois de encontrar um bom ponto de compras ao tocar o nível de US$ 34,55 no último domingo.

As informações vindas da Argentina também permanecem no foco dos investidores. Para alguns analistas, a situação do país é uma incógnita, isso porque o novo presidente, Maurício Macri, oficializou a retirada das tarifas para exportação do milho. O que poderia incentivar os produtores a aumentarem a área cultivada com o grão ainda nesta temporada.

Mercado interno

Apesar da valorização do dólar registrada nesta quarta-feira (16), o preço da saca do milho negociada no Porto de Paranaguá e cedeu 1,37% e retomou o patamar de R$ 36,00. Na BM&F Bovespa, as cotações também caíram entre 0,03% e 0,65%. O vencimento janeiro/16 era negociado a R$ 36,66 a saca, após fechar o dia anterior a R$ 36,85 a saca.

Já o câmbio encerrou o pregão a R$ 3,9247 na venda, com ganho de 1,24%. A moeda norte-americana voltou a superar o patamar de R$ 3,90, registrado pela última vez no dia 28 de outubro, quando o dólar chegou a R$ 3,9201. Ainda de acordo com dados da agência Reuters, o movimento positivo foi decorrente das preocupações por parte dos investidores de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deixar o governo, depois do rebaixamento da nota brasileira pela Fitch. Por outro lado, os participantes do mercado ainda aguardavam a decisão do Fed.

Contudo, o pesquisador do Cepea, André Sanches, explica que as cotações permanecem sustentadas no mercado interno, com o suporte, principalmente das exportações aquecidas. "Temos visto bons volumes de embarques, o que traz sustentação aos preços nos portos e, isso reflete nas cotações no mercado interno", afirma.

No acumulado de dezembro, os embarques de milho já superam as 3 milhões de toneladas. Em duas semanas, as exportações do cereal já superam o registrado em todo o mês de dezembro de 2014. Enquanto isso, os line-ups seguem firmes e o pesquisador ressalta que, para o terminal de Santos o line-up sinaliza mais de 1,7 milhão de toneladas, já em Paranaguá, o volume para as próximas semanas chega a 2 milhões de toneladas. Para essa temporada, a previsão é de que os embarques sejam recordes, podendo superar as 34 mi de toneladas.

Por outro lado, o pesquisador ainda sinaliza que a alta do dólar acabou contribuindo para a antecipação dos negócios com o cereal. No caso do Centro-Oeste, cerca de 53% da safrinha de milho já foi comercializada antecipadamente. "Os agentes do mercado estão aproveitando a alta dos preços. O câmbio forte aumenta a competitividade do milho e oferece mais oportunidades aos participantes do mercado", acredita Sanches.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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