Café: Em meio a intensa volatilidade, Bolsa de Nova York vira e estende perdas das últimas três sessões nesta tarde de 3ª feira
Após operar em alta até o início da tarde desta terça-feira (15) em ajustes e acompanhando a queda do dólar ante o real, as cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) voltam a estender as perdas das últimas três sessões em meio à intensa volatilidade.
Por volta das 14h33, o vencimento março/16 tinha 119,70 cents/lb, o maio/16 anotava 121,90 cents/lb e o julho/16 operava com 123,95 cents/lb, ambos com recuo de 20 pontos. Já o contrato setembro/16 registrava 125,80 cents/lb com 25 pontos de baixa.
Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o mercado opera com leve baixa nesta terça em ajustes técnicos. O virada do dólar também acaba pressionando as cotações. Após cair pela manhã repercutindo as buscas relacionadas à Operação Lava-Jato na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a moeda norte-americana subia 0,22% às 14h37, cotada a R$ 3,895 na venda.
Informações de agências internacionais dão conta que os investidores seguem atentos as condições climáticas nas principais origens produtoras. Após registrar chuvas regulares nas últimas semanas, as áreas do Brasil devem ter uma semana mais quente. "A seca e as temperaturas quentes, mais uma vez, serão o curinga durante o primeiro trimestre de 2016", disse Rodrigo Costa, do banco Société Générale, em entrevista ao The Wall Street Journal.
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Veja como fechou o mercado na segunda-feira:
Café: Após intensa volatilidade, Bolsa de NY cai pouco mais de 100 pts nesta 2ª com dólar e expectativa de ampla oferta
Após registrar ampla volatilidade durante todo o dia, as cotações do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam com leve baixa nesta segunda-feira (14). O mercado repercutiu mais um dia de avanço do dólar ante o real, que acaba encorajando as exportações, e as perspectivas de oferta ampla da commodity no mercado com possibilidade de o Brasil ter produção até 15% maior na temporada 2016/17.
O vencimento dezembro/15 anotou 117,25 cents/lb com baixa de 85 pontos, o março/15 teve 119,90 cents/lb com recuo de 130 pontos. O contrato maio/16 fechou o dia cotado a 122,10 cents/lb com 120 pontos negativos, enquanto o julho/16 registrou 124,15 cents/lb com queda de 115 pontos.
Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, o mercado do café repercutiu na sessão de hoje uma conjugação de fatores baixistas. "Tudo serviu de base para novas batidas, chuvas no cinturão produtivo do Sudeste do Brasil, dólar em forte alta em função do estresse elevado em Brasília e por fim, a continuidade do mau humor externo", explica.
Aguardando informações mais concretas sobre o desenvolvimento da safra 2016/17 do Brasil, o mercado trabalhou nos últimos dias bastante focado no câmbio. Nesta segunda-feira, a moeda estrangeira avançou 0,32%, cotada a R$ 3,8862 na venda com investidores reagindo negativamente à menor presença popular nas manifestações pelo impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
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Informações sobre a produção da Colômbia, que deve aumentar cerca de 20% na próxima safra, e a possibilidade do Brasil registrar recorde nas exportações da commodity neste ano, segundo agências de notícias, também acabam alimentando ainda mais as expectativas de abastecimento mundial considerável. As informações partem do The Wall Street Journal. "Todas as últimas notícias apontam para uma alta disponibilidade de café", informou representantes do Commerzbank.
Apesar da leve baixa hoje, que distanciou ainda mais os contratos do patamar de US$ 1,30/lb, o analista de mercado João Santaella, com base em análises gráficas, acredita em reversão de tendência no mercado com recompras de fundos podendo ser registradas no curto prazo. "Durante esta semana o mercado pode tentar romper a máxima da semana passada que foi de 128,00 cents/lb para o vencimento março/16", diz.
De acordo com informações da Somar Meteorologia, essa semana começa com menos chuvas e temperaturas elevadas na maior parte do cinturão produtivo. Os estados do Paraná, São Paulo e a região Sul de Minas Gerais, no entanto, ainda devem ter precipitações intensas nos próximos dias.
Mercado interno
Os negócios nas praças de comercialização do Brasil continuam lentos. Só aparece no mercado o produtor que precisa fazer caixa. "O setor produtivo continua arredio a conversas mercadológicas dificultando e muito, a vida de quem ainda precisa operar e talhar compromissos em aberto", afirma Marcus Magalhães.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação hoje na cidade de Guaxupé (MG) com saca cotada a R$ 547,00 e recuo de 0,91%. A maior oscilação no dia foi registrada Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 4,94% e saca a R$ 520,00.
O tipo 4/5 também teve maior valor de negociação em Guaxupé (MG) com R$ 552,00 a saca e queda de 0,90%. A maior variação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com desvalorização de 7,37% e saca cotada a R$ 465,00.
O tipo 6 duro teve maior valor de negociação nas cidades de Araguari (MG) e Varginha (MG) com R$ 500,00 a saca, preço estável na primeira e queda de 1,96% na segunda. A maior oscilação no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 2,24% e saca cotada a R$ 480,00.
Na sexta-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 476,79 e queda de 1,33%.
Bolsa de Londres
As cotações do café robusta na Bolsa de Londres (ICE Futures Europe), antiga Liffe, também fecharam em baixa nesta segunda-feira seguindo Nova York. O contrato janeiro/16 teve US$ 1479,00 por tonelada com recuo de US$ 20, o março/16 registrou US$ 1507,00 por tonelada e o vencimento maio/16 teve US$ 1535,00 por tonelada, ambos com desvalorização de 21 pontos.
Na sexta-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 379,96 com queda de 0,19%.
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