Bovespa fecha em queda de 1,16% antes de decisões do STF e Fed
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou em queda nesta segunda-feira, em um pregão com volume de negócios reduzido, reflexo da cautela dos investidores ante a pauta da semana e manutenção das incertezas no quadro político e fiscal no país.
O Ibovespa caiu 1,14 por cento, a 44.747 pontos., na terceira queda consecutiva. O volume financeiro somou 4,36 bilhões de reais, enquanto a média diária de 2015 é de 6,798 bilhões de reais.
Para o Morgan Stanley, a falta de uma âncora fiscal segue pressionando as ações brasileira. Em relatório, os estrategistas afirmaram preferir aguardar um melhor ponto de entrada, embora os níveis de preço estejam próximo de um patamar atrativo.
O estrategista de renda variável para Brasil do Itaú BBA, Lucas Tambellini, avalia que para bolsa retomar o fôlego as políticas fiscais precisam voltar a ganhar força, assim como a governabilidade precisa ser recuperada.
Nesse contexto, as atenções se voltam para o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira, quando deve analisar o rito que deve ser seguido no processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Incertezas atreladas ao processo estão entre os componentes volatilidade na Bovespa, de acordo com pesquisa Reuters, que apontou alta de cerca 10 por cento do Ibovespa em 2016, para 50.000 pontos, abaixo do rendimento da taxa básica de juros de curto prazo, de 14,25 por cento.
No cenário externo, os holofotes estão direcionados para a decisão de política monetária do Federal Reserve, também na quarta-feira, quando o banco central norte-americano deve elevar os juros pela primeira vez em quase uma década.
"Acreditamos que só um evento extremo pode parar o Fed", disse a corretora Brasil Plural, em nota a clientes.
DESTAQUES
=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO <BBDC4.SA> caíram 2,36 e 1,78 por cento, respectivamente, contaminados pela pressão na bolsa como todo gerada por incertezas nas esferas política e fiscal, entre outros fatores, enquanto surgiram novos ruídos na mídia aventando a possibilidade de nova felixibilização das metas fiscais.
=CEMIG perdeu 5,57 por cento, liderando as quedas do Ibovespa. A companhia está entre os oito grupos interessados na compra da distribuidora de energia Celg-D, da ELETROBRAS, disse à Reuters fonte próxima das negociações. Também na lista estão COPEL, que recuou 5,43 por cento, EQUATORIAL, que caiu 2,09 por cento, e CPFL ENERGIA, que recuou 0,26 por cento.
=PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 0,55 por cento, a despeito da recuperação dos preços do petróleo depois de seis pregões de queda. O Itaú BBA reduziu o preço-alvo do papel PN da estatal de 13 para 9 reais, enquanto manteve a recomendação "market perform".
=KROTON EDUCACIONAL recuou 1,35 por cento. O Ministério da Educação publicou as normas e datas de candidaturas para o processo seletivo do programa de financiamento Fies referente ao primeiro semestre de 2016. De acordo com analistas, a portaria não trouxe grandes novidades. ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES perdeu 4,15 por cento.
=GRUPO PÃO DE AÇÚCAR cedeu 3,14 por cento. O grupo varejista fechou parceria com a MULTIPLUS, que recuou 0,29 por cento após sessão volátil. O acordo permitirá o resgate dos pontos do programas de fidelidade por produtos dos supermercados Extra e Pão de Açúcar.
=VALE foi destaque na ponta positiva, com as preferenciais em alta de 2,92 por cento, maior avanço do Ibovespa, diante da trégua na série de 11 quedas dos preços do minério de ferro na China.
=FIBRIA encerrou com alta de 2,01 por cento, ajudada pela valorização do dólar frente ao real e notícia de que a concorrente SUZANO PAPEL E CELULOSE estaria considerando comprar uma fatia na companhia. A ação da Suzano recuou 0,85 por cento, após subir 2,66 por cento na máxima da sessão.
=BTG PACTUAL , que não faz parte do Ibovespa, avançou 2,55 por cento, revertendo a queda de mais de 3 por cento na abertura do pregão, em meio a anúncio de programa de recompra de papéis envolvendo até 10 por cento das units atualmente em circulação, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ter rejeitado pedido para uma operação envolvendo até 41 por cento das units no mercado. [L1N1430FJ]
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