Em Sorriso (MT), lavouras de soja já registram quebra de até 60% devido à falta de chuvas e altas temperaturas
Devido à falta de chuvas na região de Sorriso (MT) os produtores já estimam quebra de 60% na produção de algumas áreas. A presença do fenômeno climático El Niño alterou o clima em diversas regiões do país nesta safra 2015/16 e, para o Centro-Oeste o baixo volume de chuvas e as altas temperaturas é o que preocupa os agricultores.
Segundo o presidente do sindicato rural, Laércio Pedro Lenz, com o clima irregular cerca de 9% a 10% do total de 620 mil hectares precisaram ser replantados. De acordo com o último levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em todo o estado a semeadura atingiu 98,2% enquanto que no mesmo período do ano passado o plantio já estava finalizado.
"Neste ano a falta de chuva aliado a alta temperatura está fazendo com que muitas áreas de soja literalmente estão morrendo. Mesmo se começar a chover hoje em Sorriso já temos um prejuízo muito grande instalado, e em algumas propriedades não se recupera mais, com perdas acima de 60%", explica Lenz.
Segundo ele, as plantas estão abortando vargens e com dificuldade no enchimento dos grãos. Em algumas localidades do município não chove a mais de 40 dias, por isso seria preciso de grandes volumes de precipitação para que o solo consiga absorver e armazenar uma quantidade suficiente de água para mantém o desenvolvimento das plantas.
Além disso, o clima seco também é um agravante para o ataque de pragas, principalmente a mosca branca, que nesta safra já estava presente nas lavouras ainda no estágio vegetativo. Com isso, além dos custos de produção elevados, os produtores terão gastos adicionais para combater as pragas e doenças.
"Nós teremos que fazer mais aplicações para poder tentar controlar a praga, então isso tudo onera, por isso a lucratividade do produtor com certeza irá diminuir muito, podendo ser negativa neste ano", alerta o presidente ressaltando que alguns produtores já estão em contato com as instituições financeiras para dar entrada no seguro rural.
A expectativa de colheita era de 58 a 60 sacas por hectare, mas com o clima adverso ainda não é possível quantificar as perdas, por isso os agricultores já se preocupam em cumprir os contratos antecipados com a soja. "Tem vários produtores hoje que não conseguiram cumprir seus contratos, então terá que ser conversado com as traders e existir o bom senso também por parte deles para verificar que realmente o produtor não tem o grão", destaca Lenz.
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